sexta-feira, 23 de junho de 2017

A N O S O G N O S I A

Que alívio ter conhecimento disto! Há tempos eu andava preocupado porque:
1.Não me recordava dos nomes próprios;
2.Não me recordava onde deixava algumas coisas;
3.Quando estou conversando e tenho o pensamento interrompido, tenho dificuldades de continuar com a conversa no ponto em que a tinha deixado;
Enfim, pensava que tinha um inimigo dentro da minha cabeça, cujo nome começa por Alzheimer.
Hoje li um artigo que me deixou bem mais tranquilo, por isso, transcrevo a parte mais interessante:
"Se tu tens consciência dos teus problemas de memória, então é porque ainda não tens problemas"
Existe um termo médico que se chama ANOSOGNOSIA, que é a situação em que tu não te recordas temporariamente de alguma coisa. Metade dos maiores de 50 anos, apresentam algumas falhas deste tipo, mas é mais um fato relacionado com a idade do que com a doença propriamente dita.
Queixar-se de falhas de memória é uma situação muito comum em pessoas com 50 ou mais anos de idade.
Se traduz por não recordar um nome próprio, entrar num cômodo da casa e esquecer-se do que ia fazer lá ou buscar, esquecer o título de um filme , ator , canção, não se lembrar onde deixou os óculos, etc.
Muitas pessoas preocupam-se, muitas vezes em excesso, por este tipo de esquecimento. Daí, uma informação importante:
"Quem tem consciência de ter este tipo de esquecimento, não tem problema sério de memória. Todos que padecem de doença de memória, com o inevitável fantasma do Alzeimer, são aqueles que NÃO tem consciência do que efetivamente se passa.
O professor Bruno Dubois, do Institut de la Mémoire et de la Maladie d’Alzheimer, do Hôpitaux Universitaires Pitié-Salpêtrière, em Paris, encontrou uma engraçada, mas didática explicação, válida para a maioria dos casos de pessoas que estão preocupadas com os seus esquecimentos:
  "Quanto mais se queixam dos seus problemas de memória, menos possibilidades têm de sofrer de uma doença de memória".
Este documento é dedicado a todos os esquecidos que me recordo.
Se esquecerem de repassar, não se preocupem porque não será Alzeimer... são os muitos anos que pesam dentro das suas cabeças.
Se não esquecer repasse.......kkkk

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Vídeo: Tony and Jordan | DIGITAL ILLUSIONISTS




https://lesfrenchtwins.com/

@mágica

Jobs in the Age of Artificial Intelligence (Simon Johnson, Jonathan Ruane)

WASHINGTON, DC – The world has no shortage of pressing issues. There are 1.6 billion people living in acute poverty; an estimated 780 million adults are illiterate. Serious problems are not confined to the developing world: “deaths of despair,” for example, are raising mortality among white males in the United States. Even when advanced economies grow, they are not lifting all boats. Higher-income groups thrive while lower-income households and minority groups are consistently left behind.
And now some analysts suggest that new forms of computer programming will compound these developments, as algorithms, robots, and self-driving cars destroy middle-class jobs and worsen inequality. Even the summary term for this technology, Artificial Intelligence, sounds ominous. The human brain may be the “most complex object in the known universe,” but, as a species, we are not always collectively very smart. Best-selling science fiction writers have long predicted that we will one day invent the machines that destroy us.
The technology needed to create this dystopian future is not even on the horizon. But recent breakthroughs in AI-related technologies do offer enormous potential for positive advances in a range of applications from transportation to education and drug discovery. Used wisely, this boost in our computational abilities can help the planet and some of its most vulnerable citizens.
We can now find new patterns that are not readily evident to the human observer – and this already suggests ways to lower energy consumption and carbon dioxide emissions. We can increase productivity in our factories and reduce food waste. More broadly, we can improve prediction far beyond the ability of conventional computers. Think of the myriad activities in which a one-second warning would be useful or even lifesaving.
And yet the fear remains: Won’t these same improvements entail giving up all of our jobs – or most of our good jobs? In fact, there are three reasons why the jobs apocalypse is on hold.
First, Moravec’s paradox applies. Hans Moravec and other computer scientists pointed out in the 1980s that what is simple for us is hard for even the most sophisticated AI; conversely, AI often can do easily what we regard as difficult. Most humans can walk, manipulate objects, and understand complex language from an early age, never paying much attention to the amount of computation and energy needed to perform these tasks. Smart machines can perform mathematical calculations far exceeding a human’s capabilities, but they cannot easily climb stairs, open a door, and turn a valve. Or kick a soccer ball.
Second, today’s algorithms are becoming very good at pattern recognition when they are provided with large data sets – finding objects in YouTube videos or detecting credit card fraud – but they are much less effective with unusual circumstances that do not fit the usual pattern, or simply when the data are scarce or a bit “noisy.” To handle such cases, you need a skilled person, with his or her experience, intuition, and social awareness.
Third, the latest systems cannot explain what they have done or why they are recommending a particular course of action. In these “black boxes,” you cannot simply read the code to analyze what is happening or to check if there is a hidden bias. When interpretability is important – for example, in many medical applications – you need a trained human in the decision-making loop.
Of course, this is just the state of technology today – and high rates of investment may quickly change what is possible. But the nature of work will also change. Jobs today look very different from jobs 50 or even 20 years ago.
And new computer algorithms will take time to penetrate the economy fully. Data-rich sectors such as digital media and e-commerce have just begun to unleash the capabilities AI has created. The multitude of narrow AI applications that could affect jobs in sectors such as health care, education, and construction will take much longer to spread. In fact, this may come just in time – an aging population in developed economies implies a smaller workforce – and greater need for personal care services – in the coming decades.
Public policy decisions will shape the AI era. We need opportunity and competition, not the growth of powerful monopolies, in order to promote technological progress in a way that does not leave a large number of people behind. This requires improving access to all forms of education – and at low or zero cost.
With developed economies’ competitors, including China, investing heavily in AI, policymakers should be increasing support for basic research and ensuring that their countries have the physical and human resources they need to invent and manufacture everything connected with this major new general purpose technology.
We should not underestimate humans’ abilities to inflict damage on their community, their environment, and even the entire planet. Apocalyptic fiction writers may one day be proved correct. But, for now, we have a powerful new tool for enabling all people to live better lives. We should use it wisely.



Simon Johnson
Simon Johnson, a former chief economist of the IMF, is a professor at MIT Sloan, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics, and co-founder of a leading economics blog, The Baseline Scenario. He is the co-author, with James Kwak, of White House Burning: The Founding Fathers, Our National Debt, and Why It Matters to You.


Jonathan Ruane, a lecturer at MIT in the Global Economics and Management group, co-founded the Global Business of Artificial Intelligence and Robotics course at MIT’s Sloan School of Management. He is a former Fulbright recipient and technology entrepreneur.

https://www.project-syndicate.org/commentary/artificial-intelligence-will-not-kill-jobs-by-simon-johnson-and-jonathan-ruane-2017-05

@informática @sociedade @economia

terça-feira, 20 de junho de 2017

As Sete Maravilhas Desconhecidas (BBC)

Todos nós já ouvimos falar do Coliseu, da Grande Muralha da China e do Taj Mahal. Mas e as maravilhas arquitetônicas ainda não descobertas pelas multidões?
BBC, 04/05/2015
Para tentar encontrar algumas dessas construções escondidas, recorremos ao site de perguntas e respostas Quora.com, perguntando: "Quais são alguns dos monumentos ricos arquitetonicamente menos conhecidos do mundo?". Veja o que os internautas responderam.

Forte de Derawar, Bahawalpur, Paquistão






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Em uma fortaleza de proporções monumentais, os 40 deslumbrantes bastiões de Derawar se erguem sobre o deserto em uma formação impressionante. Juntos, os muros do forte percorrem um perímetro de 1,5 mil metros e chegam a 30 metros de altura.
"É uma estrutura magnífica no meio do Deserto de Cholistão", conta o internauta Faisal Khan. "Muitas pessoas não conhecem o Forte de Derawar. Até mesmo muitos paquistaneses."
Isso ocorre provavelmente porque, para chegar à fortaleza, os visitantes precisam contratar um guia com um carro 4x4 para conseguir cumprir a viagem de um dia a partir de Bahawalpur, através do deserto. Uma vez no forte, a entrada só é permitida com uma autorização especial do amir, o líder local.

Palácio do Parlamento, Bucareste, Romênia






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O maior e mais caro edifício governamental civil do mundo, o Palácio do Parlamento é verdadeiramente uma maravilha desconhecida. "Construído pelo odiado líder comunista Nicolae Ceausescu, o prédio é tão grande que é difícil tirar uma foto que faça jus a sua escala", afirma o usuário do Quora Jann Hoke, advogado que trabalhou no local em meados dos anos 90.
Erguido em 1984, o edifício em estilo neoclássico tem 12 andares (com mais oito andares no subsolo), e cerca de 3,1 mil salas, em uma área de 330 mil metros quadrados.
O projeto custou o valor sem precedentes de 3,3 bilhões de euros, mas também tirou dos habitantes de Bucareste boa parte de sua cidade. Para ser construído, um quinto da área central da capital foi demolido, inclusive vários bairros históricos, mais de 30 igrejas e sinagogas e cerca de 30 mil casas.
"Os carpetes estampados do térreo, que cobrem centenas de metros de corredores, foram tecidos dentro do edifício durante sua construção, pois seria impossível trazê-los para o local depois de finalizado", conta Hoke.
Grande Mesquita de Djenné, Mali





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Construída em 1907, a Grande Mesquita de Djenné é a maior estrutura de argila do mundo, erguida quase que inteiramente com tijolos de barro queimados pelo sol, areia e gesso e argamassa de barro.
É considerada uma das maiores realizações da chamada arquitetura sudanesa e recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco em 1988.
Os três minaretes da mesquita são decorados com folhas de palmeiras amarradas, que também servem como degraus para os reparos anuais – uma tradição que se tornou um festival local em abril e maio.
"Os verões brutais do Norte da África fazem o barro rachar e enfraquecer ao longo dos anos", explica Abishek Lamba, usuário do Quora. "Antes das chuvas, os locais se reúnem e cobrem o prédio inteiro com argila de um lago seco".

Chand Baori, Abhaneri, Índia






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Um dos monumentos mais esquecidos da Índia, o Chand Baori, no Rajastão, é uma espetacular poço quadrado que desce por 13 andares, com paredes forradas de escadas que se aprofundam por 30 metros até chegarem ao ponto mais baixo, onde há uma piscina de águas verdes.
O estonteante labirinto de degraus simétricos "parece formar um caminho infinito até o fundo da terra", descreve Vipul Yadav, no Quora. Com seus 3,5 mil degraus, o Chand Baori é um dos "maiores e mais profundos monumentos desse tipo no mundo".
Construído pelo rei Chanda, da Dinastia Nikumbha, entre os anos 800 e 900 a.C., o Chand Baori foi projetado para ser prático e, ao mesmo tempo, bonito. Por causa da estrutura do poço, o fundo permanece mais fresco que a superfície, algo fundamental na paisagem quente e árida do Rajastão.

Ponte Velha, Mostar, Bósnia e Herzegóvina






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Se todo grande marco arquitetônico tem uma história, a Ponte Velha (Stari Most, em bósnio) tem uma história de reviravoltas.
"A ponte foi construída com 456 blocos de uma pedra local em 1566 pelo arquiteto turco otomano Mimar Hajrudin", conta o internauta Haris Custo. "Ela foi o coração da nossa cidade por 427 anos."
A Ponte Velha cruza o rio Neretva no centro histórico de Mostar. Com 4 metros de largura, 30 metros de comprimento e a uma altura de 24 metros, é um dos monumentos mais famosos do país e um dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica nos Bálcãs.
Mas nos anos 90, a ponte foi destruída por forças bósnio-croatas durante a Guerra da Bósnia. Depois do fim do confronto, a cidade começou sua reconstrução. "Levou quase dez anos para tornar a ideia realidade, e em julho de 2004, a nova 'Ponte Velha' foi inaugurada", lembra Custo.
Enquanto a ponte mudou desde sua reconstrução, uma longa tradição perdura: os habitantes locais continuam saltando dali para cair nas águas geladas do Neretva, exibindo sua coragem e suas habilidades.

Grande Muralha da Índia






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"Todos nós já ouvimos falar da Grande Muralha da China, mas poucos sabem que a Índia também tem a sua", diz Ayush Manu, no Quora.
A Grande Muralha da Índia, também conhecida pelo nome de Kumbhalgarh, é a segunda maior muralha do mundo, atrás apenas da famosa construção chinesa. Localizada no Rajastão, a edificação chega a ter 4,5 metros de espessura em algumas áreas. Estende-se por 36 quilômetros e tem sete portões fortificados.
Rana Kumbha, um monarca local, encomendou a muralha em 1443 para proteger sua fortaleza, situada em uma montanha próxima.
"Diz a lenda que, apesar de várias tentativas, a muralha não pode ser concluída", conta Manu. "Finalmente, o rei consultou um de seus conselheiros espirituais e ouviu que seria necessário um sacrifício. Um homem ofereceu sua vida para que os demais pudessem se proteger. Hoje, o portão principal fica onde seu corpo caiu e onde há um templo que abriga sua cabeça."
A muralha foi estendida no século 19 e hoje protege mais de 360 templos localizados em seu interior, mas continua sendo um tesouro desconhecido na maior parte do mundo.

Mesquita do Xeque Lotfollah, Ispaã, Irã






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A internauta Mona Khatam descreve a Mesquita do Xeque Lotfollah – uma obra-prima da arquitetura safávida iraniana – como "um estudo da atenuação harmoniosa".
Localizada na Praça de Naqsh-e Jahan, na cidade de Ispaã, a deslumbrante e elegante mesquita foi construída entre 1603 e 1619 durante o reinado do Xá Abas 1o. O templo é batizado em homenagem ao sogro do monarca, o xeque Lotfollah, libanês e reverenciado estudioso do Islamismo.
A mesquita é singular por não ter minaretes ou um pátio central. "Isso provavelmente se deve ao fato de a mesquita nunca ter sido construída para uso público, mas sim para servir como local de rezas para as mulheres do harém do xá", explica Khatam.
Por isso, para se chegar ao salão de rezas é necessário percorrer um longo corredor subterrâneo e cheio de curvas. E a decoração da mesquita é extraordinariamente requintada.
"O domo usa azulejos delicados que mudam de cor ao longo do dia, de creme para rosa", descreve Khatam. "Dentro do santuário, você pode se maravilhar com a complexidade dos mosaicos que enfeitam as paredes e o belo teto, com seus motivos amarelos. Os raios de sol que atravessam as poucas janelas de treliça produzem uma brincadeira constante entre as luzes e a sombra."


 http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150504_vert_tra_maravilhas_arquitetura_ml

@turismo

Vídeo: como melhorar a saúde em 5 minutos


@saúde

sábado, 17 de junho de 2017

Vídeo: Feira de Mangaio (Orquestra Sinfônica da Paraíba)


Sivuca: Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista é o Sivuca Sinfônico (Biscoito Fino, 2006), em que ele toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito e completo de sua obra erudita.

@MPB

Eternidade (Poesia)


sexta-feira, 16 de junho de 2017

A educação de nossos filhos (Fábio Giambiagi)


Valor Econômico - 14/06/2017

Uma das razões do atraso brasileiro é o nível de nossa educação. O problema vai muito além do que supõe a maioria das pessoas. É muito comum que esse atraso seja associado a problemas como precariedade física das escolas, elevada evasão de professores, etc. Questões como essas são relevantes. Fazendo uso de uma antiga expressão, porém, "o buraco é mais embaixo". Um dos maiores desafios que o país enfrenta - e que afeta todas as classes sociais - é algo que pode soar estranho aos leitores, mas que procurarei justificar no artigo: uma grande proporção dos brasileiros simplesmente não sabe como funciona o capitalismo. E isso começa pela elite.
O que irei transcrever é uma questão aplicada anos atrás na prova de geografia do último ano do ensino fundamental de uma das melhores escolas privadas do país, que sempre figura entre as primeiras no ranking do Enem. Poderia ter optado por outro texto de outro estabelecimento de ensino, porque exemplos como este há aos montes. Escolhi a questão, porém, porque ela sintetiza vários dos vícios da catequese anticapitalista pregada em muitas dessas escolas nas aulas de geografia, história e - até mesmo - religião.
A pergunta da prova foi: "Até os dias atuais, muitos países pobres ainda estão pagando os empréstimos tomados no exterior e mesmo tomando novos empréstimos. A consequência é muito grave, pois ao pagar as dívidas e os juros, resta-lhes pouco dinheiro para investir em educação, saúde, saneamento básico, etc. Nessas condições, é difícil realizar o desenvolvimento econômico e social. A dívida externa torna-se um grande obstáculo para os países pobres. Cite dois obstáculos que essa dívida externa produz". Trata-se de um massacre: em apenas 5 linhas, subliminarmente, o pobre do garoto de 14 anos aprende que:
1- cobrar as dívidas, por parte do credor, prejudica os devedores;
2- pagar os juros de uma dívida é algo negativo;
3 - seria melhor que os juros não fossem pagos;
4- contratos não deveriam ser plenamente considerados; e
5- a culpa dos problemas do país é dos credores externos.
Na cabeça ingênua - e propensa a dividir o mundo em bases maniqueístas - de um adolescente, a conclusão é clara: o sistema é injusto. Daí a que esse jovem se torne um adulto completamente despreparado para enfrentar o mundo da competição, é só um passo. A continuar nesse ritmo, cinco anos depois ele estará engrossando as passeatas contra a globalização e o neoliberalismo.
O que caberia a um professor, comprometido com a preparação do aluno para um mundo competitivo, fazer para treinar esse indivíduo para a vida adulta? Poderia, por exemplo, expor a mesma questão em sala de aula, induzir a resposta óbvia que 99 entre 100 garotos tenderão a dar (justificando o "calote" das dívidas) e sugerir, a continuação, o seguinte raciocínio:
"Vamos imaginar a situação de um senhor de 50 anos que trabalha desde os 15 anos e, após 35 anos de sacrifício, conseguiu não apenas poupar para ter uma modesta casa própria, como também construir uma casa ao lado, que aluga para um inquilino há 10 anos. Imaginemos que um dia o inquilino bate na porta do proprietário e diz que o pagamento do aluguel está prejudicando a capacidade dele de gastar dinheiro em comida e que, como está pagando aluguel há 10 anos, não vai pagar mais, mas vai continuar morando na casa. O que vocês acham disso?".
Provavelmente, 100% da audiência iria achar a atitude do inquilino um completo despropósito. O cenário estaria pronto então para o professor levar os alunos a fazer as seguintes perguntas: "Por que quem tinha um capital de R$ 50 mil na forma de uma casa tem todo o direito de continuar a ser remunerado por permitir seu uso pelo inquilino, recebendo um pagamento em troca, enquanto que o banco que emprestou R$ 50 mil a alguém não vai continuar a receber juros pelo seu empréstimo? Se o devedor que pagou juros durante anos julga que a dívida não deve mais ser paga, qual é a diferença que justifica que o inquilino que pagou pelo uso da casa durante anos não siga a mesma lógica? Afinal, um empréstimo e uma casa são duas expressões do mesmo: um capital".
A realidade é que a maioria de nossas escolas não prepara os alunos e futuros adultos para encarar a realidade dura com a qual terão que conviver. O futuro cidadão aprende a se revoltar com o país e com o ambiente em que habita, mas sabe muito pouco sobre o que as nações fizeram para triunfar nesse mesmo mundo. Ele é muito mal preparado para encarar o mundo e a vida, o que requer, fundamentalmente:
1- entender que a obediência à Lei deve ser uma das bases da prosperidade; 2- perceber que o destino de cada indivíduo na vida dependerá em boa parte do esforço e da capacitação que for adquirindo ao longo dos anos; e 3- ter um bom ensino de português, de língua estrangeira, de ciências e de matemática.
Em suma, se queremos que o país seja mais competitivo, teremos que fazer que nossas escolas preparem os alunos para enfrentar a competição. Estamos a anos-luz disso.




http://www.valor.com.br/opiniao/5003664/educacao-de-nossos-filhos


@economia @educação @política


 

Por que os cientistas falam em uma epidemia de miopia - e qual a sua origem (BBC)

BBC: 13/06/2017
Nos últimos 50 anos, o número de pessoas míopes duplicou. Estima-se que em 2020 um terço da população mundial terá o problema na visão, em 2050, a metade.
"Estamos em meio a uma epidemia global de miopia", disse o médico Earl Smith, professor de desenvolvimento da visão e decano da Faculdade de Optometria da Universidade de Houston, nos Estados Unidos. 

E essa epidemia tem mais incidência entre os jovens do leste da Ásia, em países como China e Coreia do Sul, onde o problema afeta quase 90% dos estudantes que concluem o Ensino Médio.

Em outras regiões do mundo, embora os números não sejam tão alarmantes, a condição também avança.

As pessoas míopes podem ver claramente os objetos que estão próximos, mas não conseguem focar objetos distantes.
Ela ocorre quando o globo ocular cresce demais e fica maior do que o normal. Essa condição visual costuma se manifestar quando as crianças estão em idade escolar e piora gradualmente até que o globo ocular complete seu crescimento.
Se não for detectado e corrigido com lentes, a miopia pode progredir e, com o tempo, aumentar significativamente o risco de catarata, glaucoma, desprendimento da retina e maculopatia míope.
Além disso, está entre as três primeiras causas de cegueira permanente no mundo.

Qual é a causa?

Os especialistas acreditam que a genética tenha um papel no desenvolvimento da miopia, mas não é o único fator.
"Há algo em nosso comportamento e nosso ambiente que está contribuindo para o aumento de casos de pessoas míopes", garante Smith, que recebeu financiamento de US$ 1,9 milhão (R$ 6,3 milhões) exatamente para investigar as causas e estratégias de tratamento.
Muitos estudos mostram que as pessoas que passam mais tempo ao ar livre são muito menos propensas a desenvolver miopia que aquelas que permanecem a maior parte do dia entre quatro paredes.
"A demanda educacional cada vez mais exigente e o fato de se passar mais tempo em espaços fechados são fatores que contribuem para que uma pessoa se torne míope", acrescenta Smith.
"Na Ásia, entre 80% e 95% dos jovens que terminam o Ensino Médio nas zonas urbanas têm miopia, e já evidências fortes de que o índice também está aumentando nos Estados Unidos e na Europa", disse ainda o especialista, um dos líderes no tema.
"Nas situações em que há uma expectativa educacional alta, é mais provável que as pessoas desenvolvam miopia. Considere nossos próprios estudantes de optometria como exemplo: aproximadamente metade se torna míope durante os quatro anos de estudos aqui", contou o professor da universidade de Houston.
Smith e sua equipe estão agora se debruçando sobre os fatores ambientais, como a exposição a certos tipos de luz, que podem ter um impacto sobre o crescimento do globo ocular que leva à miopia.

O que podemos fazer?

A miopia não tem cura nem é reversível, mas o uso de óculos pode impedir ou desacelerar o avanço da condição.
Também há cirurgia com laser que altera a forma do globo ocular para corrigi-lo, embora esse procedimento não seja recomendado em crianças ou jovens que ainda estão em processo de crescimento.




A maioria dos pesquisadores concorda que estimular crianças a brincar ao ar livre ajuda a reduzir o risco de desenvolver o problema.
Também há estudos mostrando que, ao brincar ao ar livre, a miopia infantil pode avançar num ritmo mais lento.
Os especialistas acreditam que isso tem a ver com o fato de que os níveis de luz no exterior são muito mais altos que no interior.
Por outro lado, passar muito tempo focando a vista em objetos muito próximos, como lendo, escrevendo ou usando dispositivos portáteis como celulares, tablets ou laptops, pode aumentar o risco miopia, segundo o NHS, o serviço público de saúde britânico.

http://www.bbc.com/portuguese/geral-40262097

@medicina @visão