sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Décio: ANP director general bullish and committed to ‘building a new competitive environment’ for gas and and oil players

Gareth Chetwynd - UPSTREAM

Rio de Janeiro: 24 Feb 2017 00:00 GMT Updated 23 Feb 2017 10:46 GMT

Brazilian authorities responsible for promoting a major licensing push are sticking to their aggressive four-round schedule for 2017, defying suggestions that delays in defining local content rules might slow progress.

With a government committee thrashing out the final details of the rules that will govern local content commitments written into future concessions and production sharing contracts in Brasilia, the head of the country’s hydrocarbons regulator, Decio Oddone, remained bullish about the events ahead.

“We are living through the greatest transformation the Brazilian oil industry has ever seen,” said the director-general of Brazil’s National Petroleum Agency (ANP). “This year we will kick-start this process with four licensing rounds, and take important steps toward building the new competitive environment for the gas industry and the downstream sector.”

The promised 2017 agenda starts with a small licensing round for a handful of mature areas, then moves on to the country’s 14th offering of exploration and production concessions since the ending of the Petrobras monopoly and the first offering, in 1999 .

This offering includes 291 blocks in nine sedimentary basins, including deep-water plays in the Campos and Sergipe-Alagoas basin, frontier areas such as the Parana onshore and Pelotas offshore, plus a range of onshore opportunites, and shallower water plays in the southern Santos basin.

Oddone dismissed suggestions that it was a daring move to include frontier areas in the current environment of lower oil prices and reduced exploration budgets.

One case in point was the Pelotas basin, where Brazil was undeterred by Total’s disappointment on the Uruguayan side of the border.

“We are hearing that prospectivity looks better on the Brazilian side, and there will be an opportunity to test this soon because Petrobras will be drilling on an older concession there,” Oddone said.

“The main point it that we want to offer a diverse range of acreage to appeal to companies with varying profiles,” he added

Oddone said he expected the 10 deep-water blocks in the Campos basin to attract keen interest.

Defining these blocks as concessions, and therefore as located outside the pre-salt polygon, raised some eyebrows in the industry.

Areas within the “strategic” pre-salt polygon can only be offered as production-sharing agreements, according to a 2010 law.

One or two analysts have wondered openly about whether an explorer finding sub-salt hydrocarbons in such areas might face uncertainty over which contractual framework would apply, but Oddone allayed such fears.

“These concessions have been defined as outside the pre-salt polygon, so the concession rules will apply even if it turns out that there is oil under the salt there,” he said.

Oddone was bullish about the fact that Brazil is shaking off the notion of pre-salt protectionism, with two major offerings planned for the second half of this year. The first will feature areas ripe for unitisation with earlier discoveries, including the unlicensed half of the giant Carcara field, where Statoil bought out Petrobras on the concession area.

Brazilian authorities have surprised some analysts by moving forward even more aggressively with plans to hold another event before the end of the year, including several more blocks in the pre-salt polygon.

Mines and Energy Ministry officials have said that the offering will include three or four areas.

The ANP has been studying its own proposals for this, and was poised to send its recommendations to the energy ministry’s policy panel (CNPE) this week.

Likely candidates include the Pau Brasil and Saturno prospects, although Oddone would not confirm if they would be among the suggested areas.

He stressed that the agency was keen on offering diverse areas, with at least one area with a riskier exploration element.

The final bidding documents for the licensing round featuring concessions is also set to be published next month, although publishing the final map of blocks on offer will await approval by the CNPE.

Since taking over as director-general in January, Oddone has given considerable priority to the objective of creating a regular and predictable licensing process to help the country embed itself more firmly into the oil companies’ investment portfolios.

“We want to make our licensing process more predictable, and how to do this is already the topic of a government study group. However, we cannot afford to wait for this, and we are already beginning studies on licensing plans for 2018 and 2019,” he said.

Oddone said the basic scenario for the longer term is likely to involve two events per year, one featuring production-sharing contracts for the pre-salt and another offering E&P concessions, although he stressed that this format was still under discussion.

The transformation of which Oddone spoke relates to the fact that state-controlled Petrobras is pulling back from midstream and downstream sectors that it has so far dominated, while looking to offload non-core upstream assets.

“Our licensing push is intended to reinforce this process and we expect to see a big increase in investments and the arrival of new players, including in the downstream and gas sectors,” he said

Oddone declined to reveal the agency’s view on the best way of including local content requirements in the concessions and production-sharing contracts soon to be offered, but he said he was confident that the inter-ministerial committee was on the verge of reaching a workable solution involving broad categories with relatively modest percentages.

“Generally, the more simple the requirement is, the easier it is to work,” Oddone said.

POLITICS NEWS AMERICAS


Como identificar sintomas da doença que causa cegueira repentina

BBC - 22/02/2017
http://www.bbc.com/portuguese/geral-39006746 
Arterite de células gigantes pode causar a perda total da visão  
 
Todos os anos no Reino Unido, a vista de pelo menos 3 mil pessoas é danificada por uma doença chamada arterite de células gigantes, também conhecida como arterite temporal.
Os sintomas podem aparecer de repente e resultar em cegueira irreversível se a doença não for diagnosticada e tratada de forma rápida.
A reumatologista Saleyha Ahsan disse à BBC que alguns pacientes confundem os sintomas com os de uma enxaqueca e descrevem "uma dor de cabeça como se o cérebro estivesse sendo espremido". Ela disse ser necessário ficar atento "a dores no couro cabeludo ao pentear o cabelo".

Além das dores de cabeça e da sensibilidade aumentada no couro cabeludo, outros sintomas são dor na mandíbula e problemas de visão.
A doença é causada por uma inflamação da parede de artérias da cabeça (têmporas) e do pescoço, causando estreitamento dos vasos, acúmulo de células de grande tamanho (daí o nome 'arterite de células gigantes') e redução do fluxo de sangue pelo local.
Se a artéria afetada fornecer sangue para o nervo ótico, que transmite informações da retina para o cérebro, o bloqueio pode causar cegueira, temporária ou permanente.

Mulheres com mais de 50

A arterite de células gigantes atinge principalmente pessoas com mais de 50 anos - e, em especial, mulheres.
Para lidar com o problema, o sistema de saúde público britânico (NHS na sigla inglesa) criou um esquema para que a doença possa ser diagnosticada o mais rápido possível. 

Imagem de artéria temporal danificada por arterite de células gigantes (GCA, sigla em inglês) 

 



As clínicas públicas foram instruídas e treinadas para agendar consultas com um reumatologista, em casos suspeitos, dentro de 24 horas.
Se o paciente estiver sob risco, ele é imediatamente examinado por ultrassom - se o paciente tiver a arterite temporal, o exame revelará uma faixa preta, uma "auréola negra", ao redor da artéria temporal.
O paciente é tratado com esteroides.
Este sistema de resposta rápida, acabou salvando a visão de Roger Keay. "O médico reconheceu a condição imediatamente. Fez um teste de ultrassom e me mostrou na tela. Salvou a minha vista. Eu sou um homem de sorte. Se eu tivesse 1 milhão de libras daria a ele", disse Keay.
Com a abordagem, foi possível reduzir o número de casos de perda de visão parcial e total no país.
 Uma artéria saudável à esquerda e outra afetada pela arterite de células gigantes à direita 




Os sintomas da arterite de células gigantes geralmente se desenvolvem de forma rápida, mas pode haver sinais preliminares - tais como perda de peso, suores, cansaço, febre leve, perda de apetite e depressão.
A reumatologista Saleyha Ahsan explica que a arterite pode ser consequência de outra doença menos grave chamada polimialgia reumática, que gera dor muscular e até imobilidade. As condições podem aparecer de forma independente, mas muitas vezes juntas.
A arterite de células gigantes atinge cerca de um décimo das pessoas com polimialgia reumática no Reino Unido.

Sintomas:

  • Dor de cabeça repentina não aliviada por analgésicos (tende a afetar um lado)
  • Dor no couro cabeludo (escovar o cabelo pode ser doloroso)
  • Inchaço nas artérias temporais visível a olho nu
  • Dor na mandíbula especialmente quando se fala e se mastiga
  • Problemas de visão, incluindo visão dupla, turva e perda de visão em um ou ambos os olhos
@medicina

Armas chinesas para guerra comercial (Keyu Jin, economia, London School of Economics)

VALOR ECONÔMICO -SP - 24/02/2017
A China exporta mais para os EUA do que os EUA para a China. Isso deixa o presidente americano, Donald Trump, furioso - tão furioso que ele pode estar disposto a iniciar uma guerra comercial por causa disso.
Trump tem feito ameaças protecionistas contra a China. Ao tentar consolidar sua Presidência, é improvável que ele volte atrás em suas intenções. E com o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês a ser realizado em novembro em Pequim, é improvável que os líderes chineses cedam à pressão dos EUA.
Uma guerra comercial sem dúvida prejudicaria ambos os lados. Mas há razões para acreditar que os EUA têm mais a perder. Os chineses parecem saber que armas têm à sua disposição.
Embora as políticas de Trump sejam ruins para a China no curto prazo, elas podem proporcionar o ímpeto de que a China necessita para deixar de subsidiar suas exportações e parar de perpetuar distorções na sua economia. Ela pode emergir da era de Trump melhor do que antes
A China poderia parar de comprar aviões americanos, impor um embargo aos produtos de soja americanos e desfazer-se de títulos do Tesouro dos EUA e outros ativos financeiros americanos. As empresas chinesas poderiam reduzir sua demanda por serviços administrativos empresariais americanos e o governo poderia persuadir as empresas a não comprarem produtos americanos. A maior parte das vendas anuais das numerosas empresas na lista Fortune 500 vêm da China, atualmente - e elas já se sentem cada vez mais indesejadas.
Além de ser o segundo parceiro comercial mais importante dos EUA, a China é o principal gerador de empregos nos EUA. Uma guerra comercial poderia, portanto, custar milhões de empregos aos EUA. Se a China deixasse de comprar da Boeing e passasse a fazê-lo da Airbus, por exemplo, os EUA perderiam cerca de 179 mil postos de trabalho. Uma redução dos serviços administrativos empresariais contratados nos EUA custariam outros 85 mil empregos. As regiões produtoras de soja - por exemplo, no Missouri e no Mississipi - poderiam perder cerca de 10% dos empregos locais se a China suspendesse as importações.
Além disso, embora os EUA exportem menos para a China do que o contrário, é a China que controla componentes-chave nas cadeias de suprimento mundiais e nas redes de produção. Considere o iPhone. Embora a China contribua com apenas 4% do valor agregado, os chineses fornecem os componentes principais para a Apple a preços baixos. A Apple não tem como construir um iPhone a partir do zero nos EUA, e por isso teria de buscar fornecedores alternativos, aumentando consideravelmente seus custos de produção. Isso daria às empresas chinesas fabricantes de smartphones uma oportunidade para abocanhar fatias dos principais participante no mercado.
Hoje 80% do comércio mundial compreende cadeias de suprimento internacionais. O declínio dos custos comerciais permitiu que as empresas fragmentassem suas linhas de produção geograficamente, resultando em bens processados e valor agregado em vários países ao longo da cadeia. Se a China lançar um punhado de areia nas engrenagens dessas cadeias, isso poderia transtornar redes de produção inteiras, causando sérios danos aos EUA (e, de fato, a todos os países que delas participam).
Uma escalada da guerra comercial, em que cada lado erguesse barreiras simétricas a importações, alimentaria pressões inflacionárias nos EUA, levando o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) a elevar os juros mais rapidamente do que em outras circunstâncias. Isso, juntamente com perspectivas de crescimento reduzidas, deprimiria os mercados de ações, e o declínio do emprego e da renda familiar poderia resultar em considerável queda do PIB tanto nos EUA quanto na China.
Um cenário mais provável, entretanto, é que ambos os países iniciariam disputas em setores específicos, especialmente em setores industriais tradicionais, como a produção de ferro e aço. Entrementes, Trump continuará a acusar a China de manipular sua taxa de câmbio, ignorando a recente pressão descendente sobre o yuan (o que indica que a moeda estava, na realidade, sobrevalorizada), para não mencionar o simples fato de que muitos governos intervêm para administrar seu câmbio.
Tanto o Japão quanto a Suíça praticaram intervenções cambiais diretas nos últimos anos e os próprios EUA poderão muito bem fazer o mesmo, quando o forte impacto do dólar na competitividade das exportações americanas tornar-se insustentável. De todo modo, a China provavelmente pode esquecer suas aspirações ao "status de economia de mercado" sob as regras da Organização Mundial do Comércio até que Trump esteja fora da Casa Branca.
O confronto comercial entre os EUA e a China também afetará os fluxos de investimentos bilaterais. Os EUA poderão citar preocupações de segurança nacional para bloquear investimentos chineses. Também poderão impedir compras governamentais de produtos de empresas chinesas como a Huawei e obrigar empresas chinesas e pessoas ricas a reduzir investimentos que até agora aqueceram os preços dos ativos americanos.
Um tratado de investimentos bilaterais de alta qualidade entre os EUA e a China criaria condições competitivas equânimes para as empresas americanas, proporcionando a elas melhor acesso ao grande mercado chinês. Mas essas conversações seriam invariavelmente postergadas, ao passo que as disputas sobre direitos de propriedade intelectual e segurança cibernética seriam reintensificadas.
Por enquanto, os líderes chineses parecem convencidos de que têm pouca razão para dobrarem-se à pressão dos EUA. Por um lado, Trump parece mais preocupado com outras prioridades, como revogar o "US Affordable Care Act", reformar o sistema tributário e investir em infraestrutura.
Mesmo se uma guerra comercial acontecer, os líderes chineses supõem que ela não seria sustentada por muito tempo, tendo em vista as perdas de renda e emprego que ambas as partes sofreriam. De todo modo, eles não têm nenhuma intenção de mostrar qualquer sinal de fraqueza perante um líder tão empenhado em testar os limites de outros.
Nos últimos cinco anos, a China procurou estabelecer um modelo de crescimento menos dependente de exportações e mais dependente do consumo interno. Mas a China necessita frequentemente uma crise ou choque externo para impulsionar reformas. Talvez Trump seja esse choque. Embora suas políticas sejam ruins para a China no curto prazo, elas também poderão proporcionar o ímpeto de que a China necessita para deixar de subsidiar suas exportações e parar de perpetuar distorções na economia doméstica. Se isso acontecer, a China poderá efetivamente emergir da era de Trump em melhor condição do que antes. (Tradução de Sergio Blum)
Keyu Jin, professora de economia na London School of Economics, é parte do Jovens Líder Global no Fórum Econômico Mundial e membro do Conselho Consultivo do Grupo Richemont. Copyright: Project Syndicate, 2017.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Vídeo: Prayer of the Mothers - Women Wage Peace (Yael Deckelbaum)

"Está acontecendo um pequeno grande milagre quase completamente ignorado pelos meios de comunicação: milhares de mulheres judias, muçulmanas e cristãs tem caminhado juntas em Israel pela paz. Em um novo vídeo oficial do movimento "Women Wage Peace", a cantora israelense Yael Deckelbaum canta a canção "Prayer of the Mothers", junto a mulheres e mães de todas as religiões, mostrando que o mundo está mudando e deve mudar. Um milagre todo feminino que vale mais que mil palavras. Compartilhe! ✡Shalom! ☪Salam! ☮Peace! ✝Paz!💟" 
Luz e paz a todos os Seres....

@mulheres pela paz @política

Brasil é o país mais depressivo da América Latina, diz OMS

Estadão Saúde: 23/02/2017

GENEBRA - O Brasil tem a maior taxa de pessoas com depressão na América Latina e uma média que supera os índices mundiais. Dados publicados nesta quinta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 322 milhões de pessoas pelo mundo sofrem de depressão, 18% a mais do que há dez anos. O número representa 4,4% da população do planeta.
Brasil: a OMS estima que 5,8% da população nacional seja afetada pela depressão. A taxa média supera a de Cuba, com 5,5%, a do Paraguai, com 5,2%, além de Chile e Uruguai, com 5%. 
No caso global, as mulheres são as principais afetadas, com 5,1% delas com depressão. Entre os homens, a taxa é de 3,6%. Em números absolutos, metade dos 322 milhões de vítimas da doença vivem na Ásia. 
De acordo com a OMS, a depressão é a doença que mais contribui com a incapacidade no mundo, em cerca de 7,5%. Ela é também a principal causa de mortes por suicídio, com cerca de 800 mil casos por ano. 
Ansiedade. Além da depressão, a entidade indica que, pelo mundo, 264 milhões de pessoas sofrem com transtornos de ansiedade, uma média de 3,6%. O número representa uma alta de 15% em comparação a 2005. 
Uma vez mais, o Brasil lidera na América Latina, com 9,3% da população com algum tipo de transtorno de ansiedade. A taxa, porém, é três vezes superior à média mundial. Os índices brasileiros também superam de uma forma substancial as taxas identificadas nos demais países da região. No Paraguai, a taxa é de 7,6%, contra 6,5% no Chile e 6,4% no Uruguai.
Em números absolutos, o Sudeste Asiático é a região que mais registra casos de transtornos de ansiedade: 60 milhões, 23% do total mundial. No segundo lugar vêm as Américas, com 57,2 milhões e 21% do total. 
No total, a OMS ainda estima que, a cada ano, as consequências dos transtornos mentais gerem uma perda econômica de US$ 1 trilhão para o mundo.

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-e-o-pais-que-mais-sofre-com-depressao-na-america-latina,70001676638


Foto: Yukiro Nakao/Reuters
 
A depressão é a principal causa de mortes por suicídio





Por que o Cade foi parar em Davos? (Vinícius Marques de Carvalho)

VALOR ECONÔMICO  - 23/02/2017
Recentemente, o Valor publicou uma matéria sobre a imagem do Brasil no Fórum Econômico Mundial em Davos. Publicada com o título "Imagem do Brasil melhora, mas as queixas persistem", a matéria relatou um certo frisson causado pelos elogios recebidos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) durante o painel em que participava o ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
Trata-se de uma das "melhores agências antitruste do mundo", disse um empresário diante do ministro orgulhoso, de acordo com a matéria. Se por um lado a nossa perspicácia vira-lata pode nos levar a indagar se essa novidade é o ponto máximo em que podemos chegar em Davos, por outro, o orgulho se justifica. Não é regra o Brasil receber elogios pelo fato de suas instituições funcionarem.
O Cade já se situa entre as oito melhores agências de defesa da concorrência do mundo desde 2013. Ganhou, inclusive, dois prêmios de melhor agência das Américas, de modo que não chega a ser uma novidade esse reconhecimento.
O Cade já se situa entre as oito melhores agências de defesa da concorrência do mundo desde 2013
Assim, mais do que repercutir o elogio recente, o importante é tentar compreender como foi criado um ambiente de inovação institucional constante com resultados tão expressivos.
Esse esforço de compreensão não se presta apenas ao fortalecimento do próprio Cade, ele serve para transbordar as experiências, permitir que outros órgãos se apropriem daquilo que pode ser adotado, aperfeiçoem e multipliquem.
Há alguns aspectos elementares, que figuram com frequência em reflexões sobre fatores que contribuem para esse ambiente. São exemplos típicos: corpo técnico especializado e bem remunerado, transparência e respeito ao devido processo legal, autonomia decisória e orçamentária, mandato para os dirigentes escolhidos por meio de processos que levem em conta sua capacidade técnica.
Além desses, outras estratégias menos visíveis e que complementam ou conferem efetividade às mencionadas acima também merecem destaque. Com base na própria experiência no Cade, destaca-se, em primeiro lugar, a importância em não desprezar a história da instituição. É claro que sempre há o que ser aprimorado. Às vezes, até ajustes e mudanças mais radicais são imprescindíveis.
Avanços, entretanto, dependem da trajetória anterior. Parece óbvio, mas não custa frisar: avanços só se configuram como tais porque alguém criou condições para sua viabilidade ou, no mínimo, para se testar algo novo.
A criação de um ambiente em que a missão da instituição esteja à frente de disputas por micropoderes também é relevante. Muitas vezes é possível alcançar esse patamar construindo processos decisórios mais democráticos, em que a equipe participe da construção dos grandes cenários de futuro. Além de conferir legitimidade interna, é relevante que a sociedade saiba para onde vai aquela instituição. Previsibilidade é crucial. Para isso, o planejamento estratégico deve ser público, a agenda normativa deve ser anunciada com antecedência e deve ser objeto de consultas públicas substanciais.
Outro aspecto comumente em voga neste debate é o da captura. O baixo risco de captura não decorre apenas de regras formais, mas da cultura institucional criada. O isolamento não é sinônimo de insulamento, o diálogo aberto e transparente com agentes públicos e privados é que garante a legitimidade das políticas implementadas. Abrir-se ao convencimento e se dispor a convencer quebra resistências.
Igualmente importante é ter uma política explícita de resolução negociada de processos sancionadores que desestimule a prática de ilícitos e, simultaneamente, diminua os custos administrativos de uma investigação. Complementarmente, se a instituição tem funções julgadoras, as mudanças de interpretação devem ser conduzidas com cautela, de preferência anunciando tendências com alguma antecedência, sem dar cavalo de pau. Nesse sentido, vale lembrar que a criação de jabuticabas nem sempre é uma alternativa ruim. A experiência internacional é sempre uma boa fonte de resolução de problemas. No entanto, há uma ressalva: olhar as especificidades brasileiras é condição essencial para fazer adaptações ou mesmo excluir determinados modelos.
Por último, mas certamente não menos relevante, usar a multiplicidade institucional de maneira favorável é essencial. Explico. Há diversas situações em que há compartilhamento de atribuições entre vários órgãos. Por exemplo, tanto o Cade como o Ministério Público têm competência para investigar cartéis.
Em situações como essa, dois resultados são possíveis: a cooperação ou a competição. A primeira solução é a mais saudável, desde que prevaleçam arranjos que otimizem e não paralisem a atuação dos órgãos. Do contrário, alguma competição não faz mal a ninguém. No mais, uma certa dose de pragmatismo e bom senso também ajudam.
No caso de instituições encarregadas de intervenção na atividade econômica, como o Cade, a combinação de conhecimento jurídico e econômico ajuda a evitar formalismos excessivos, dos dois lados.
Enfim, a ideia de que as instituições importam já é quase uma cantilena. O problema é que elas não se organizam no vácuo, ou em condições normais de temperatura e pressão. Estabilizar relações de mercado sem intervenções inapropriadas, conferir ou garantir direitos de propriedade e construir estruturas adequadas de incentivo não é só ciência. Tudo isso envolve um pouco de engenho, um pouco de incrementalismo. Algo que Davos percebeu.
Vinícius Marques de Carvalho é advogado e professor da USP. Foi presidente do Cade entre 2012 e 2016
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A mais bela carona de suas vidas (Turismo)

miles@estadao.com; 29/03/2016 | 03h00
http://viagem.estadao.com.br/noticias/geral,a-maisbela- carona-de-suas-vidas,10000023511
Mr. Miles - O Estado de S.Paulo
Nosso glorioso viajante e correspondente, o sempre
solerte Mr. Miles, informa que, na companhia de sua
mascote Trashie, a raposa das estepes siberianas, acaba
de abrir um valioso single malt da Ilha de Islay para
comemorar o fato de que, segundo suas contas, esta é a
crônica de número 600 na ainda curta história de sua
relação com os leitores do bravo matutino. “Números,
as you know, são apenas marcos”, disse Mr. Miles. “O
surpreendente, my friends é que, depois de tudo isso,
ainda julgo que tenho um número interminável de
histórias para lhes contar.” A seguir, a correspondência
da semana:
Prezado Mr. Miles: o que faz um lugar ser
considerado um achado ou, como dizem outros, um
segredo?
Paulo Severo Ramos, por e-mail
“Well, my friend, sua pergunta é pertinente e vou tentar
respondê-la com um exemplo que considero
esclarecedor.
Não sei se você já esteve em Roma, mas existe um
caminho, muito estreito e recortado, que quase todo
mundo faz quando visita a cidade dos césares. Trata-se
da reunião de múltiplas vias e piazze (ruas e praças)
que, sem pedir permissão aos tempos, une múltiplas
atrações romanas de eras distintas. Digamos que você
comece na Fontana di Trevi, a grande obra de Nicola
Salvi, inaugurada em 1762. Depois de, of course, jogar
sua moeda, você pega o rumo sul em direção ao
Pantheon, o impressionante templo inaugurado no ano
126 pelo Imperador Adriano, que se situa na Piazza
della Rotonda. É o caminho que todos fazem.
Atordoado pelo gigantesco vão livre bimilenar que, my
God, ainda tem um óculo extraordinário no centro de
sua cúpula, seu trajeto seguirá, naturalmente, para as
fontes da Piazza Navona, obras incomparáveis de
Bernini no antigo Estádio de Domiciano, outrora usada
para corrida de bigas.
Yes, dear Paul: isto feito, você terá completado um
roteiro extraordinário que passou por séculos, estilos,
ideias e crenças.
Nevertheless, assim como o de quase todos os
circunstantes, seu caminho terá passado ao largo de um
dos grandes tesouros romanos. No momento em que
você estiver cruzando a pequena Piazza di San Luigi
dei Francesi (Praça de São Luiz dos Franceses), uma
igreja pouco charmosa e quase nada imponente terá
ficado à sua esquerda. Ok: há tantas igrejas em Roma,
que, for sure, ninguém há de visitar todas elas...
Ocorre que, na parede à esquerda do altar da igreja
erguida em 1589, estão ocultas três das mais
importantes obras do mestre do claro-escuro
Michelangelo Merise, mais conhecido como
Caravaggio.
Tenho grandes amigos que ficam arrepiados à simples
menção do nome do artista, que parecia possuir
refletores internos a jogar luzes mágicas em seus
quadros. Eis, portanto, o que é um achado, ou um
segredo (menos secreto agora, I hope). As telas têm o
nome de O chamado de Mateus, A Inspiração de São
Mateus e O Martírio de São Mateus. Confesso que eu
mesmo chorei copiosamente pelo simples ato de
observá-las com a mente aberta.
Mais curioso ainda: as telas ficam sempre no escuro.
Apenas os que sabem de sua existência e têm 1 euro no
bolso podem vê-las. A moeda permite que a luz da
igreja se acenda e ilumine o que já é por si iluminado.
Certa vez, ao revisitar o templo, notei a presença de
dezenas de jovens sentados, aparentemente em
contrição. How wrong I was! Os rapazes e moças, com
os poucos recursos que quase todos têm nessa idade,
rezavam mesmo é para que alguém depositasse 1 euro
na caixa com o disjuntor de luz. E, of course, pegavam
assim a mais bela das caronas de sua vidas. Do it
yourself, dear Paul.
*MR. MILES É O HOMEM MAIS VIAJADO DO
MUNDO.ELE ESTEVE EM 312 PAÍSES E 16
TERRITÓRIOS ULTRAMARINOS.

Vídeo: Sobre o significado de gratidão


@filosofia

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Teoria da Inteligência Multifocal - Augusto Cury


Mundo vive onda de autoritarismo - Gideon Rachman, Financial Times

VALOR ECONÔMICO -SP  - 21/02/2017

Após a queda do Muro de Berlim houve uma "onda democrática". A liberdade política se espalhou a partir de seus bastiões na Europa ocidental e nos Estados Unidos, e países tão diferentes uns dos outros como Polônia, África do Sul e Indonésia acabaram se tornando democracias.
Mas, agora, o processo parece ter se invertido. Uma onda de autoritarismo, iniciada fora das democracias estabelecidas do Ocidente, está se espalhando pelos EUA e pela Europa.
O ressurgimento de atitudes e práticas autoritárias, que se manifestaram primeiro em democracias jovens como Rússia, Tailândia e Filipinas, se espalhou para a política ocidental. Polônia e Hungria têm governos com tendências autoritárias. O acontecimento mais dramático foi a eleição de um presidente americana que considera a livre imprensa como "o inimigo" e que tem pouco respeito por um Judiciário independente.
Essa onda autoritária ameaça subverter as suposições cômodas de como a política funciona. A crença de que as políticas das democracias ricas e estabelecidas do Ocidente são fundamentalmente diferentes das dos países da América Latina e da Ásia poderá ter de ser repensada. A ideia de que a classe média e os jovens sempre serão os defensores mais leais da democracia também parece cada vez mais instável.
O desgaste dos valores democráticos no Ocidente ficou delineado no ano passado em um artigo bastante discutido dos acadêmicos Roberto Foa e Yascha Mounk, redigido antes da eleição de Donald Trump. O artigo destacava o aumento dos sentimentos antidemocráticos nos EUA e na Europa. Um de seus pontos que mais chamou atenção é que hoje, um em cada seis americanos acha que seria uma boa ideia um "governo militar" - número que era de um em cada 16 em 1995.
Em enquanto mais de 70% dos americanos nascidos na década de 1930 acreditem ser "essencial" viver numa democracia, somente 30% dos nascidos na década de 1980 concordam com isso.
Está havendo uma declínio parecido, ainda que menos acentuado, na confiança nas instituições democráticas na Europa. Foa e Mounk concluíram que "nas últimas três décadas, a confiança em instituições políticas como o Parlamento ou as cortes de justiça caiu muito nas democracias estabelecidas da América do Norte e Europa Ocidental".
Foa e Mounk se concentram no Ocidente. Mas o renascimento do autoritarismo brando é ainda mais visível em países que já foram símbolos da onda democrática, como as Filipinas, que derrubaram o regime de Ferdinando Marcos em 1986, a Rússia, onde o governo do Partido Comunista acabou em 1991, e a África do Sul, que deu um fim ao apartheid em 1994.
Todos os três países mantêm elementos importantes da democracia, como as eleições. Mas eles estão vendo um desgaste das normas democráticas e a adoção de governos personalistas, o que vem permitindo o florescimento da corrupção.
Na Rússia, o colapso econômico e a anarquia dos anos 90 criaram as condições para um renascimento da autocracia sob Vladimir Putin. O presidente russo criou um modelo de autoritarismo brando, combinando nacionalismo, populismo, corrupção, repressão aos meios de comunicação e estreita aliança entre a Presidência e uma oligarquia rica. Pode não ser por um acaso que algumas das advertências mais articuladas contra o Trumpismo tenham sido feitas por dissidentes russos, como Garry Kasparov e Masha Gessen.
Rodrigo Duterte, o "homem-forte" presidente das Filipinas, tomou liberalmente de empréstimo o manual de Putin. Sua adoção de uma prática justiceira, com grupos de extermínio, horroriza os liberais filipinos, mas tem sido bem vista por um público assustado com o crime e as drogas. Duterte também conquistou o eleitorado jovem, que têm poucas lembranças da luta para estabelecer a democracia nas Filipinas.
O mesmo padrão está ameaçando a África do Sul. Na Presidência de Jacob Zuma houve um aumento da corrupção e crescente pressão sobre os meios de comunicação e ramos independentes do governo. Muitos sul-africanos liberais esperam que o fim dos anos de Zuma leve a um renascimento democrático. Mas as coisas poderão caminhar para o outro lado. Simon Freemantle, economista político sênior no Standard Bank, adverte que "o momento Trump na África do Sul está em gestação". Ele aponta pesquisas que mostra que a geração "nascida em liberdade" na África do Sul, que veio ao mundo após a libertação de Nelson Mandela, em 1990, é menos favorável à democracia do que as pessoas com lembranças da luta contra o apartheid. Há também um crescente apoio, na África do Sul, para deportações de imigrantes ilegais, como as preconizadas por Trump nos EUA.
O que há em comum na erosão da defesa da democracia em países tão diversos como Rússia, Filipinas, África do Sul e até mesmo os EUA? É que para muitos eleitores a democracia é um meio para um fim, não um fim em si mesmo. Se um sistema democrático não assegura empregos, como na África do Sul, ou segurança, como nas Filipinas, ou está associado a uma estagnação nos padrões de vida, como nos EUA, alguns eleitores acabam sendo atraídos pela alternativa autoritária. Uma tendência para o autoritarismo vai se tornar mais provável no contexto da crescente desigualdade, quando o sistema político e econômico parece "manipulado" em favor de elites.
Naturalmente, sempre haverá pessoas que veem a liberdade política como um valor em si mesmo - como algo indispensável à dignidade humana. Mas dissidentes dispostos a ir para a cadeia em defesa da liberdade de expressão são relativamente raros. Ronald Reagan, o presidente americano que viu os últimos anos da Guerra Fria, gostava de afirmar que a "liberdade funciona". Infelizmente, se as pessoas comuns pararem de acreditar nisso, alguns podem abrir mão da liberdade.

Decálogo do WHATSAPP


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Vídeo: La traviata em evento TED (Libiamo ne' lieti calici)


Alfredo
Libiamo, libiamo ne'lieti calici
che la bellezza infiora.
E la fuggevol, fuggevol ora
s'inebrii a voluttà
Libiam ne'dolci fremiti
che suscita l'amore,
poiché quell'occhio al core onnipotente va.
Libiamo, amore, amor fra i calici
più caldi baci avrà
Coro
Ah! Libiam, amor, fra' calici
più caldi baci avrà
Violetta
Tra voi, tra voi saprò dividere
il tempo mio giocondo;
Tutto è follia, follia nel mondo
ciò che non è piacer
Godiam, fugace e rapido
è il gaudio dell'amore,
è un fior che nasce e muore,
ne più si può goder
Godiamo, c'invita, c'invita un fervido
accento lusinghier.
Coro
Ah! godiamo, la tazza, la tazza e il cantico,
la notte abbella e il riso;
in questo, in questo paradiso ne scopra il nuovo dì
Violetta
La vita è nel tripudio
Alfredo
Quando non s'ami ancora
Violetta
Nol dite a chi l'ignora,
Alfredo
È il mio destin così...
Tutti
Ah si, godiamo, la tazza, la tazza e il cantico,
la notte abbella e il riso;
in questo, in questo paradiso ne scopra il nuovo dì.


domingo, 19 de fevereiro de 2017

Como está, a zona do euro vai morrer (J R Mendonça de Barros)

A Europa está crescendo e deverá ter um ano razoável em 2017. Entretanto, nunca foi tão claro que o projeto europeu e, em especial, o euro correm sério risco de vida.

A emergência de um nacionalismo antiglobalização na França, na Holanda, na Hungria e em outros países contesta o arranjo europeu.
Na mesma direção vão a negociação da saída do Reino Unido da Comunidade Europeia e o novo governo da Polônia. O euro está mesmo mal e por boas razões, econômicas, financeiras e geopolíticas.
A mãe de todas as críticas é totalmente procedente: apenas a Alemanha se beneficia mesmo dos acordos europeus. Embora haja algum exagero nessa afirmação, pois países como Espanha passaram por uma grande transformação e hoje são desenvolvidos, é verdade que a Alemanha abocanhou a maior parte dos benefícios resultantes dos novos acordos.
De 1998 a 2016, o PIB per capita da Alemanha cresceu 26%; o da Espanha, 20%; o da França, 16%; o da Grécia, 3%; mas a Itália viu seu PIB per capita cair 2%!!
O modelo alemão vitorioso se baseia, antes de tudo, numa eficiente máquina exportadora. O saldo comercial do ano passado foi de US$ 280 bilhões, muito maior do que o da China, que atingiu US$ 210 bilhões. Com os Estados Unidos, o saldo foi de US$ 50 bilhões, com a Inglaterra o mesmo tanto e com a zona do euro a bagatela de US$ 80 bilhões.
Como esses gigantescos saldos exercem forte pressão deflacionária nos países deficitários, não é de surpreender que as queixas se avolumem, como a recente afirmação de Trump de que o euro é um artefato alemão. Na Europa, isso é muito visível também, bastando lembrar que, desde o início da moeda comum, quase metade da indústria italiana desapareceu.
Os alemães se defendem dizendo que são trabalhadores produtivos e frugais, que seu sucesso é fruto de reformas do passado e de trabalho duro no presente. Isso é totalmente verdadeiro, mas apenas parte da verdade, pois o euro foi fixado muito mais desvalorizado do que seria o marco alemão isoladamente. Como não existe desvalorização dentro da zona do euro, a vantagem inicial das paridades não só foi mantida como elevada pela competência germânica.
Além disso, a Alemanha mantém um grande rigor fiscal. Suas despesas também não incluem grandes gastos com defesa, o que é feito pela Otan.
Em consequência, o país tem um mercado interno relativamente pequeno, que resulta em importações modestas e saldos gigantes; daí as queixas recentes.
Mas isso ainda não é tudo, pois os saldos em conta-corrente se traduzem em aumento contínuo de ativos nos bancos alemães, hoje da ordem de ¤ 740 bilhões. Em sua maior parte, esse valor é uma contrapartida para as transferências dos países deficitários na zona do euro (da ordem de ¤ 580 bilhões), via mecanismo de compensação do Banco Central europeu.
É evidente que tal sistema não pode se perpetuar. Muitos dos créditos de bancos alemães não serão pagos, pois inúmeros devedores fora do país não terão como fazer a liquidação. Daí as dúvidas dos mercados quanto à saúde de várias instituições germânicas.
Do ponto de vista geopolítico, o maior problema é que a economia francesa está em clara decadência, pouco produtiva e pouco competitiva (lembra-se da semana de 35 horas?). Assim, o equilíbrio franco-alemão está se dissolvendo e dando margem ao nacionalismo de Marine Le Pen.
Há uma tempestade se formando.
Ela pode ser detonada por uma eleição, pela exacerbação de problemas bancários, pelo enfraquecimento da liderança política alemã ou pela incrível instabilidade do presidente americano.
Em junho de 2012, escrevi aqui no Estado: "Já se disse que, após duas guerras fracassadas, a Alemanha conseguiu com o euro dominar a Europa sem dar um tiro. Entretanto, esse domínio pode, mais uma vez, acabar mal".
O equilíbrio franco-alemão se dissolve, dando margem ao nacionalismo de Le Pen

Oleo de coco para combater alzheimer (Video)


Vinho e longevidade (video)


@logevidade @culinária @vinhos

sábado, 18 de fevereiro de 2017

O perigo do hiperinstitucionalismo (Murillo de Aragão)

 O ESTADO DE S. PAULO  -  18/02/2017
Cada um no seu quadrado e nos limites da institucionalidade. No interesse do País
Atragédia da era Dilma deixou-nos como herança instituições em frangalhos.
Tendo optado por um governo centralizador e autoritário, a ex-presidente Dilma Rousseff concentrou poderes e esvaziou ministérios. "Desinstitucionalizou" quando mandava seu secretário do Tesouro tomar medidas sobre aviação civil e defesa, por exemplo.
Dilma tomou a si as mais importantes decisões, que deveriam ser compartilhadas com os aliados. Abusou dos erros e terminou sozinha. Navegou contra a institucionalidade em favor de um personalismo voluntarioso que não cabe mais.
Abandonou o software do presidencialismo de coalizão sem nada pôr no lugar.
Mas as sequelas da era Dilma são ainda piores, já que nenhum dos Poderes escapou de seus efeitos. O Judiciário foi afetado por escolhas de cunho político que poderiam ter enfraquecido sua independência.
Conta-se que algumas escolhas teriam sido justificadas com o argumento de que era preciso "salvar nossos rapazes".
Pressionada politicamente, a Suprema Corte encontrou apoio na mídia para avançar no rumoroso processo do mensalão e dar curso a decisões cujo alcance é tão louvável quanto questionável. Louvável porque se desmantelou um esquema gravíssimo de corrupção. Questionável porque houve exagero nas punições dos não políticos.
Outra reação se reflete no crescimento do ativismo judicial e na influência danosa da mídia nos processos judiciais. É preciso destacar que a fragilidade do sistema político favorece o surto de judicialização da política que estamos vivemos.
O Legislativo viveu um frenesi de fragmentação em microlegendas por causa da omissão do governo, da Justiça e, sobretudo, dos políticos. Emparedado pelo escândalo da Operação Lava Jato e deixado à míngua em matéria de poder, feneceu. Vingou- se por meio do impeachment e ameaça um período de ativismo. Que será positivo se focado em suas competências e questionável se invadir áreas meramente regulatórias.
Recentemente o Senado anulou resolução da Agência Nacional de Aviação Civil que disciplinava o pagamento de bagagens!
Não é papel do Legislativo decidir sobre resoluções de agências regulatórias. Atitudes como essas estimulam a judicialização da política, via provocação do Judiciário para dirimir conflitos.
O Executivo nas mãos de Michel Temer recompõe a sobriedade do cargo. Temer concentra seus esforços numa agenda reformista que, ainda bem, tem apoio no Congresso, mesmo lançando mão em excesso de medidas provisórias. Curiosamente, o mais poderoso dos Poderes se comporta como algodão entre cristais, emulando o caráter ameno e sagaz do presidente.
O comportamento dos Poderes pós-impeachment experimenta um período de recomposição, de busca de maior protagonismo.
O que já era desequilibrado tende a continuar como tal. A configuração, contudo, apresenta mudanças. O Legislativo pós-Dilma aprovou mais projetos de lei de autoria dos parlamentares que do governo.
O Judiciário, já nos estertores do mandato anterior, mandou prender senador, impediu a posse do ex-presidente Lula no Ministério e afastou o presidente da Câmara, entre outras decisões de impacto. Abusou também de decisões monocráticas - algumas até absurdas, como a ordem para a Câmara devolver projeto de lei aprovado em plenário que já fora remetido ao Senado!
Em 2010 o STF tomou 164 decisões monocráticas em ações declaratórias de inconstitucionalidade, no ano passado foram 241. E vêm mais por aí.
O momento é de hiperinstitucionalismo, fruto das crises política e policial herdadas da era Dilma. Demorará algum tempo para que as coisas voltem a seus devidos lugares, uma vez que tanto a agenda de reformas em debate no Congresso como a chegada, com maior intensidade, da Lava Jato pressionarão o ambiente, excitando a mídia e inflamando os ânimos. A interação das redes sociais com o noticiário contribuirá para esse aquecimento.
Dois aperitivos da situação hiperinstitucional foram servidos no início do ano: a decisão monocrática que suspendeu a sanção do projeto de Lei das Telecomunicações e o pedido de abertura de investigações contra os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, o ex-presidente José Sarney e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, por suposta tentativa de criação de embaraços à Justiça a partir da cogitação de uma hipótese de se mudar uma lei que, potencialmente, poderia favorecê-los.
Será que estamos vivendo uma época em que cogitar é crime?
Cogito ergo sum. Será que estamos chegando à época imaginada no filme Minority Report, em que os crimes são previstos com tanta antecedência que a punição chega antes de serem cometidos? Precogs vão prevendo o que vai acontecer.
Em tempos de midiatização excessiva da política e da Justiça, o risco é que as instituições abandonem a prudência em favor de um ativismo impreciso e militante. Até mesmo a depuração da política, mais do que necessária e bem-vinda, deve ser feita com racionalidade e respeito à institucionalidade. Não devemos cair na velha máxima de que os fins justificam os meios.
Seria a negação dos avanços democráticos conquistados.
A Lava Jato, ao contrário da Campanha dos Dardanelos, não se pode transformar em fracasso por excesso. Tampouco por omissão. Caberá ao STF zelar por seu sucesso; ao Executivo, manter-se no curso de recuperação da economia para entregar ao povo um País melhor até 2018; e ao Legislativo, sustentar o ritmo de aprovação da agenda de reformas de que tanto necessitamos.
Cada um no seu quadrado e nos limites da institucionalidade.
Tudo no melhor interesse do País. O comando dos três Poderes deve buscar um pacto republicano de respeito à institucionalidade e à independência dos Poderes para que o Brasil não caia da pinguela que neste momento atravessa para chegar a 2018. É hora de combater os excessos e a tendência, muitas vezes irresistível, ao hiperinstitucionalismo.
ADVOGADO, CONSULTOR, CIENTISTA POLÍTICO, É DOUTOR EM SOCIOLOGIA PELA UNB
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-perigo-do-hiperinstitucionalismo,70001670311

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Leis e racionalidade econômica - Ernesto Moreira Guedes Filho

O ESTADO DE S. PAULO  17/02/2017
E m 1897 foi apresentada uma lei em Indiana, nos EUA, que, entre outras medidas, determinava um valor exato para a relação entre o diâmetro e a circunferência de um círculo, "tabelando" Pi, um número irracional, em 3,2. Um professor de Matemática da Universidade de Purdue, assustado com essa barbaridade, acabou impedindo sua aprovação.
Hoje não é esperar uma repetição de algo similar, isto é, decisões de fazer ou aplicar as leis sem racionalidade. Mas isso continua a ocorrer no Brasil.
Quando o assunto é de natureza econômica, a racionalidade muitas vezes é esquecida. Por exemplo, há casos de determinação judicial de prorratear taxas de inflação, que crescem de forma geométrica - exigindo cálculos exponenciais -, de forma aritmética. O resultado são taxas matematicamente incorretas, mas que se tornaram jurisprudência.
Ou, então, decisões sobre correção monetária que determinam a aplicação de uma taxa de inflação e uma de juros, com a inflação sendo a do INPC e a taxa de juros, a Selic; como a última é uma taxa nominal, que já contém a inflação, resulta numa dupla contagem ou, no jargão jurídico, num bis in idem da inflação.
Na mesma linha das contradições matemáticas, são comuns decisões que, num conjunto de valores oscilando em torno de uma média, determinam que alguns desses valores não possam ultrapassar essa média. Parece absurdo? Sim, mas é exatamente esse o significado, por exemplo, de uma medida que estabelece que o aumento de preços - de remédios, passagens de ônibus, etc. - não pode superar a inflação do período.
A inflação é medida por um índice, que apura uma média de variações de preços; os preços alteram-se em função de inúmeras condições de produção e mercado de cada produto.
Querer que essas condições resultem numa variação de preços para um determinado produto inferior à media dos demais só corresponderia à realidade por uma coincidência extremamente improvável.
Se houvesse leis determinando que pontes fossem feitas sem pilares, estas cairiam. Se uma jurisprudência determinar que o valor de Pi deve ser 3,2, os cálculos resultarão em círculos que não se fecham. Já um erro no cômputo da correção monetária ou na fixação de um preço pode ser desastroso, mas isso será um problema de quem foi condenado a pagar, e não da matemática. Contudo essas decisões existem, são aceitas e se perpetuam.
Os problemas mais graves, no entanto, decorrem de leis e decisões de efeito amplo que se contrapõem a alguns dos princípios básicos da ciência econômica, com resultados opostos aos desejados.
Um exemplo é dado pelas decisões que ignoram que bens ou serviços têm custo. Se alguém recebe algo "gratuito", outrem o pagou. E este não é o governo, pois, num segundo princípio básico, governo não produz, apenas transfere recursos de outros. E quem consome, produz ou vende um bem ou serviço só vai consumi-lo, produzi lo ou vendê-lo se auferir algum benefício econômico. Determinar que algo seja gratuito ou vendido abaixo de seu custo implica um incentivo para que esse algo não exista no mercado.
Quando se decide que uma prefeitura não pode aumentar o preço da passagem de ônibus, além de invadir a esfera técnica, indiretamente se está determinando que alguma outra atividade da prefeitura deixe de ser executada - afinal, os recursos são limitados. Alguns podem ter viajado de graça, mas à custa da saúde de outro que não teve o remédio necessário no hospital, ou em prejuízo do futuro de uma criança que ficou sem estudar por falta de professor na sala de aula.
Uma decisão ou legislação que contrarie o princípio básico de que agentes econômicos reagem a incentivos vai fracassar ou exigirá um custo muito grande para ser obedecida, tornando sua aplicação antieconômica e ineficiente. Por vezes, dará um resultado na direção oposta, estimulando mecanismos de fraude e corrupção.
Congelar preços de um produto, por exemplo, leva-o a desaparecer do mercado. Em contrapartida, uma decisão bem desenhada, que leve em conta a natureza humana, fará seus objetivos serem atingidos.
Também é claro que os objetivos devem ser possíveis de atingir.
Decisões irrealistas, que por decreto congelem preços, queiram aumentar a renda, obriguem a produzir coisas que ninguém no país sabe fazer ou faz a custo muito maior, ou que deslocam fábricas para locais remotos, desprezando custos de transporte, tendem a fracassar.
O incentivo dado por decisões irrealistas aumenta a ineficiência de uma economia. Ao incentivar uma atividade inexequível, criam-se simultaneamente as condições para sua defesa e preservação. Os beneficiá- rios diretos de um empreendimento que seria inviável têm incentivo a buscar novas decisões que o viabilizem, obrigando o restante dos habitantes do país a pagar mais pelo que é produzido.
Como o incentivo direto dos beneficiários é muito maior que o desincentivo indireto para o resto do país, a vontade dos primeiros acaba predominando.
O resultado pode não ser um fracasso direto do empreendimento, que sobrevive graças à diluição do custo da inviabilidade econômica entre todos. No longo prazo, a ineficiência acaba prevalecendo e o seu fracasso se dissemina sutilmente por toda a economia.
Apesar das controvérsias da macroeconomia, os princípios de racionalidade econômica aplicados no dia a dia são relativamente poucos e podem ser explicados de forma trivial.
Mas são muito mal compreendidos no Brasil. Discute-se muito o currículo escolar, mas ensinar, esclarecer aos estudantes que governos só transferem, não criam renda, e que sua ação deve basear-se em princípios econômicos comprovados não é uma preocupação. Esse ensinamento, que deveria ser ainda mais enfatizado para as profissões que criam e aplicam as leis, permitiria formar profissionais mais capazes para impedir decisões absurdas, conceitualmente similares àquela de há 120 anos em Indiana.
O incentivo dado por decisões irrealistas aumenta a ineficiência de uma economia
ECONOMISTA, É SÓCIO-DIRETOR DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA INTEGRADA

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O que o mundo come no café da manhã

Líbano

 

 O pão sírio ou árabe é essencial na mesa dos libaneses pela manhã. E os acompanhamentos são muitos: man'oushe, um pão achatado coberto com zaatar (condimento feito de manjerona e gergelim torrado); coalhada seca regada com azeite; azeitona em conserva; chanklish (espécie de queijo árabe envolvido com zaatar); foul (grão de fava temperado com salsinha, alho e tomate com azeite) e o fatteh (pão sírio torrado coberto com coalhada fresca e pinoli frito na manteiga). O doce das primeiras horas é o knefe (no canto direito da foto; feito de semolina e recheado com queijo ou nata com calda de açúcar e água de flor de laranjeira). Para beber, o forte café árabe ou chá preto. Um bom lugar para experimentá-lo em Beirute é o Zaatar w Zeit, com quatro unidades na capital. Foto: Alex Silva e Felipe Rau e Niels Andreas/Estadão.

 Canadá

 

Ir a Montreal, por exemplo, e não experimentar seus famosos pães em formato de anel, chamados de bagels, é uma heresia. Há duas padarias conhecidas no Plateau, a St-Viateur e a Fairmount Bagel, ambos dicas da nossa blogueira especialista em Canadá, Nathalia Molina (falando nisso, visite a nossa página Canadá para Viagem). Outra dica é a Bagel Etc, onde o escritor canadense Leonard Cohen costumava ir tomar seu café pelas manhãs (essa história você lê aqui). Além do pãozinho, o café da manhã é também a hora dos muffins, principalmente os de frutas vermelhas, bolos, ovos e xarope de maple, usado para cobrir as panquecas matinais. Leia mais sobre o Canadá. Foto: Hélvio Romero/Estadão e divulgação.

Inglaterra

 O café da manhã pode ser um verdadeiro almoço para nós, brasileiros, principalmente se estivermos na Inglaterra ou na Irlanda. No famoso "English Breakfast" não pode faltar linguiças, batatas, ovos, feijão cozido e adocicado, bacon (ah, o delicioso bacon, copiado no mundo inteiro), black pudding (um tipo de salsichão feito de sangue de porco, mais escuro na foto) e torradas. Além, claro, do "coffee or tea?" (café ou chá?). Leia mais sobre a Inglaterra e a Irlanda. Foto: Suzanne Plunkett/Reuters.


Vietnã

 Seja qual for a hora, come-se muito e bem no Vietnã. Nos hotéis, por causa dos turistas mundanos, há de tudo mesmo, de bacon a noodles. Mas nas casas dos vietnamitas, o que não falta é o Pho, sopa bem leve, feita com macarrão de arroz, brotos, fatias de carne e outros ingredientes variados, como coentro, manjericão e pimenta (saiba onde comer em SP). O noodles, as carnes e o arroz também podem ser encontrados nas mesas. Além disso, em Hanói e Ho Chi Minh não faltam lugares vendendo copos de café a todo momento. Leia mais sobre o Vietnã.


Nova Zelândia 

 Como a indústria de laticínios é muito forte na Nova Zelândia, o que não falta por lá são produtos derivados do leite. Uma das novidades mais cobiçadas é o achocolatado Lewis Road Creamery, feito com o chocolate da marca local Whittaker's, lançado em 2015. Iogurtes são bastante populares, e um dos preferidos é o de feijoa, a nossa goiaba-do-mato, que também é base para sucos e geleias. Outra fruta popular é o kiwi, uma das maiores fontes de renda do país. Para fechar, não pode faltar um pão com marmite, uma pasta feita de extrato de levedura. Em Auckland, a dica é ir ao Ponsoby Central, que reúne mercado, bares, restaurantes e cafés num mesmo espaço. Dê uma passada no Foxtrot Parlour, com menu sazonal, para um café da manhã completo. Leia mais sobre a Nova Zelândia. Foto: Phil Nobile/Reuters, Hélvio Romero/Estadão e Reprodução


Equador

 Parece a pamonha brasileira, mas o prato típico do Equador chama-se humitas: bolo de milho salgado, cuja receita inclui cebola, alho, queijo, ovos e creme. Há também o quimbolito, "a comfort food dos equatorianos, servida quente ou fria", diz Patricio Gaybor, gerente da Quito Turismo. Trata-se de um bolo de farinha de milho cozido a vapor em folhas de bananeira e, algumas vezes, acrescidos de passas. Além disso, são comuns figos (foto) preservados em xarope e as llapingachos, tortilhas de batata recheadas com queijo, acompanhadas de molho de amendoim, abacate, linguiça, ovos fritos ou salada. Leia mais sobre o Equador. Foto: Divulgação

 

 República Checa

 Pão dos bons, geralmente com amêndoas torradas ou gergilim em cima, é indipensável para os checos nas primeiras horas do dia. Um queijo, acompanhado de embutidos (presunto, linguiça, salsichas), mostarda, salada de pepino e pimentão, o kolac (pâtisseries checas, última foto no canto direito), e até um peixinho defumado, tipo arenque, completam a refeição. Hotéis de Praga podem oferecer experiências incríveis de café da manhã. O Café Imperial, do hotel de mesmo nome, por exemplo, é cinematográfico e já foi frequentado pelo escritor Franz Kafka. Leia mais sobre a República Checa. Foto: CzechSpecials e Niels Andreas/Estadão


Japão

 A hora do café da manhã no Japão traz parte importante de sua tradição gastronômica: vai bem um peixinho grelhado (não se come peixe cru de manhã), a sopa missoshiro, conservas e saladinhas com pepino, nabo e acelga, pão torrado, arroz gohan (o tradicional arroz branco) e, de vez em quando, o nabe (verduras e carnes cozidas na panela de barro). Bebe-se chá quente no inverno e frio no verão. É muito comum tomar café em comines, as lojas de conveniência japonesas. Na cidade de Urayasu, na fronteira com Tóquio, fica o Komeda's Coffee, dica dada por quem mora lá. Leia mais sobre o Japão. Foto: Kahori Yamauthi/Acervo pessoal, Daniel Teixeira/Estadão e Maristela Galvez/Divulgação


Holanda

 O café da manhã holandês é parecido com o nosso em muitos aspectos. Os pães são essenciais na mesa, por exemplo. Uma caneca de café ou de chá acompanham o tradicional beschuit, as torradas redondinhas feitas com pão de forma. Na região de Frísia, o Sûkerbôleousuikerbrood - na foto, é mais gostoso comer do que falar - é bastante tradicional e seu teor de açúcar (do tipo pérola) é bem maior do que o de outros pães doces (pode chegar a 40%). Como a variedade de pães é grande, a de coberturas também é. Uma das mais poupulares é a hagelslag: chocolate granulado ao leite, branco e amargo. Ovos, frios, manteiga e queijos também são servidos por lá. Veja sugestões de lugares para tomar o seu café na Holanda:  

Leia mais sobre a Holanda. Foto: Divulgação

Israel

 Os isralenses têm uma dieta variada e saudável pela manhã: ovos, queijos -  com destaque para o feta -, pastas diversas, pão, iogurte, saladas, vegetais (tomates e pimentões estão no cardápio), peixes, suco e café. Muito comum por lá é o shakshuka, um refogado de cebola, alho, molho de tomate e ovos cozidos. Em Tel Aviv, dez bons lugares para experimentá-loLeia mais sobre Israel. Foto: Dana Friedlander/Divulgação


http://fotos.estadao.com.br/galerias/viagem,o-que-o-mundo-come-no-cafe-da-manha,30280