terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Nova década: sem celular ou dinheiro(Cora Rónai, 31 12 19)



É humanamente impossível escrever uma coluna de tecnologia para o último dia do ano sem cair em retrospectivas ou previsões ainda mais quando o ano é um falso começo de década, até mais potente, simbolicamente, do que o começo verdadeiro: 2020 não parece muito mais ponto de largada do que 2021?

Tantas coisas foram anunciadas e prometidas, tantas deixaram de se realizar, tantas aconteceram sem que ninguém desse por elas. Se nos antigos anos 20, aqueles, que ficaram lá atrás, alguém dissesse que passaríamos o dia grudados a pequenos retângulos de metal e vidro e que não haveria aspecto das nossas vidas que não fosse influenciado por esses pequenos retângulos, nossos avós, que se achavam - e eram - avançadíssimos com seus Fords e suas saias pelos joelhos ficariam assombrados.

Mas não é preciso ir tão longe. Era difícil imaginar, mesmo há dez anos, o espaço universal que os smartphones ocupariam hoje, e o estilo de vida que desenvolvemos a partir de seus aplicativos. O Uber foi lançado em 2010, e só chegou ao Brasil quatro anos depois; o iFood foi criado em 2011; o mobile banking, que no ano passado ultrapassou todos os outros canais na preferência dos correntistas, incluindo o internet banking (aquele que se usa no computador), mal chegava a 10% dos usuários em 2014.

Nas previsões para a próxima década, porém, não só o mobile banking perderá espaço, à medida em que suas funções forem se integrando a outros aplicativos, como os próprios smartphones poderão desaparecer. Esse palpite é de ninguém menos do que DJ Koh, o CEO da Samsung, que acha que, muito em breve, graças ao desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) e à universalização do 5G e da internet das coisas, usaremos apenas vestíveis - como pulseirinhas e óculos inteligentes. Isso vai acontecer de forma tão suave, diz DJ Koh, que sequer vamos reparar que estamos usando telas. Os objetos à nossa volta serão inteligentes e obedecerão a comandos de voz.

Isso ainda parece estranho para mim, que venho do milênio passado e tenho a sensação de estar falando sozinha quando dou ordens a assistentes digitais, mas é perfeitamente natural para os meus netos, que nasceram em 2010 e só se comunicam com os seus smartphones por voz. Eles acham engraçado o meu hábito antigo de digitar, e imagino que, em algum momento do futuro, vão comentar com os seus filhos como se lembram da avó, uma pessoa nascida antes da internet, que precisava de teclados (teclados, imaginem!) para se comunicar com os aparelhos.

A década que vem por aí será também a do fim do dinheiro e dos cartões de crédito reais, de pegar, tais como os conhecemos. Em breve todas as nossas transações financeiras serão realizadas por meio dos celulares, de pagamentos importantes a esmolas na rua. Na China, mendigos já usam cartazinhos com códigos QR para facilitar a vida dos cidadãos de bom coração. A geração que vai olhar moedas e notas de dinheiro com nojo, imaginando como tínhamos coragem de pegar coisas que haviam passado por tantas mãos desconhecidas, já nasceu há alguns anos e brinca por aí.

"Quem nasceu depois de 2010 vai achar - estranho que - alguém use um teclado ou manipule moedas e notas"



sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O capitalismo não anda bem (Estado de São Paulo)

THE ECONOMIST: O capitalismo não anda bem

Domingo, 1 de Setembro de 2019 - 03:06

O Estado de S. Paulo  / Economia
Cenário Político-Econômico: Colunistas
THE ECONOMIST

O crescimento se arrasta, a desigualdade é alta e o meio ambiente está sofrendo. Quem vai encarar o resgate?

O capitalismo não está funcionando como deveria. Empregos existem, mas o crescimento se arrasta, a desigualdade é alta e o meio ambiente está sofrendo. Seria de se esperar que os governos fizessem reformas para enfrentar esses problemas, mas a política anda travada ou é instável. Quem, então, vai se encarregar do resgate?

Um número grande de pessoas acredita que a resposta é confiar nas corporações. Mesmo os executivos americanos, conhecidos por ignorar limites, concordam. Na semana passada, mais de 180 deles, incluindo os chefes do Walmart e do JPMorgan Chase, derrubaram três décadas de ortodoxia para anunciar que o propósito básico de suas empresas não é mais beneficiar apenas os donos, mas clientes, funcionários, fornecedores e comunidade.

A motivação deles é tática e parte de uma mudança de atitude contra os negócios. Funcionários jovens querem trabalhar para firmas que adotem padrões morais e políticos em relação a questões atuais.

Por melhores que sejam as intenções, porém, essa nova forma de capitalismo coletivo terminará provocando mais males que benefícios. Há riscos de se formar uma classe de executivos inexperientes e sem legitimidade. Há também uma ameaça à prosperidade de longo prazo, condição básica ao sucesso do capitalismo.

Desde que os negócios ganharam confiança limitada na Grã-Bretanha e na França, no século 19, discute-se o que a sociedade pode esperar em retorno. No anos 1950 e 1960, Estados Unidos e Europa experimentaram o capitalismo gerencial, no qual empresas gigantes trabalhavam com governo e sindicatos e ofereciam aos trabalhadores segurança no emprego e benefícios. Mas, após a estagnação dos anos 1970, o enriquecimento dos acionistas passou a dominar, no processo de maximizar os lucros. Sindicatos entraram em declínio e o sucesso dos acionistas conquistou os Estados Unidos e em seguida a Europa e o Japão.

É esse modelo que está sob ataque. Como parte da investida, há um perceptível declínio na ética dos negócios. Empresas listadas em bolsas são acusadas de uma série de pecados, como obsessão por ganhos de curto prazo, investimentos irresponsáveis, exploração de funcionários, achatamento de salários e recusa em pagar por danos ambientais que criaram.

Algumas das advertências são verdadeiras. Consumidores frequentemente saem perdendo e a mobilidade social afundou. De qualquer modo, a reação popular e intelectual ao lucro a qualquer preço já está alterando a tomada de decisões. Líderes empresariais passaram a apoiar causas sociais populares entre clientes e funcionários. Empresas investem levando em conta não apenas eficiência. A Microsoft está financiando um projeto habitacional de US$ 500 milhões em Seattle.

Parece ótimo, mas o capitalismo coletivo enfrenta dois grandes problemas: ausência de responsabilidade ética e de dinamismo. Em relação à ética, não está claro como os executivos ficarão sabendo o que a “sociedade” espera de suas empresas. As probabilidades são de que políticos, lobistas e os próprios executivos venham a decidir, não dando voz às pessoas comuns.

O segundo problema é o dinamismo. As empresas têm de abandonar pelo menos alguns participantes – um número necessário para enxugar uma empresa obsoleta e realocar capital.

O meio de fazer o capitalismo funcionar melhor não é limitar a responsabilidade ética e o dinamismo, mas aperfeiçoar ambos. Isso requer que os propósitos das empresas sejam estabelecidos pelos donos e não por executivos ou políticos. A maioria deles vai optar por maximizar valores de longo prazo.

Um bom modo de fazer empresas com mais responsabilidade ética é ampliar o número de proprietários. A proporção de famílias americanas ligadas ao mercado de ações é de apenas 50%. O sistema tributário deveria encorajar mais o compartilhamento da propriedade. Os beneficiários finais de planos de pensão e fundos de investimento deveriam poder votar em eleições de diretoria. Esse poder não deveria ser terceirizado para poucos barões da indústria de gestão de ativos.

Responsabilidade ética só funciona se houver competição. Isso faz baixar preços, impulsiona a produtividade e garante que empresas não consigam ter por muito tempo lucros fora do normal. Mais ainda: estimula as empresas a se anteciparem às mudanças – por medo de que um concorrente faça isso primeiro.

Infelizmente, desde os anos 90 a consolidação deixou dois terços das indústrias dos Estados Unidos mais concentradas. Ao mesmo tempo, a economia digital parece tender ao monopólio. Se os lucros das empresas estivessem em níveis historicamente normais, e os trabalhadores do setor privado usufruíssem os benefícios, os salários seriam 6% mais altos. Na lista dos 180 empresários americanos que se reuniram na semana passada, muitos estão em indústrias que são oligopólios – incluindo cartões de crédito, TV a cabo, farmacêuticas e empresas aéreas –, que cobram demais dos consumidores. Sem surpresa, ninguém estava ansioso para reduzir as barreiras para ingresso no clube.

Obviamente, uma economia competitiva e saudável requer um governo efetivo – para aplicar leis antitruste, reprimir lobismo e nepotismo excessivos, lidar com as mudanças climáticas. Essa política ideal não existe, mas dar poder a executivos de grandes empresas para atuar como substitutos não é a resposta. O mundo precisa de inovação, de um maior número de proprietários e de empresas que se adaptem às necessidades da sociedade. É esse realmente o tipo mais esclarecido de capitalismo.

TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ


https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-capitalismo-nao-anda-bem,70002991132?utm_source=facebook:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:092019:e&utm_content=:::&utm_term=

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Hélio Schwartsman: Assassinos estatísticos (FSP, 24 12 19)

Se você tem a chance de salvar uma vida sem colocar-se em grande risco, fazê-lo é uma obrigação moral? Grande parte dos filósofos morais sustentará que salvar uma pessoa é um dever, desde que fazê-lo não exija um esforço sobre-humano e que você não tenha boas razões para querer ver esse indivíduo morto —é louvável, mas não obrigatório salvar a vida do assassino que o perseguia e sofreu um acidente.

Bem, a maioria dos prefeitos do Brasil e várias outras autoridades têm a possibilidade de salvar não uma, mas dezenas, às vezes centenas, de vidas estatísticas, apenas assinando um pedaço de papel, mas optam por não fazê-lo.

A receita é simples. Basta baixar os limites máximos de velocidade em que os veículos podem trafegar e mandar fiscalizar. Isso já deu certo em vários lugares do mundo e até mesmo do Brasil. Chamou-me a atenção o caso de Salvador. Autoridades soteropolitanas não tiveram medo de reduzir a velocidade máxima para 30 ou 40 km/h em vários bairros e aumentaram a presença de radares em 70%. Como consequência, as multas quase triplicaram entre 2012 e 2016. 

Os responsáveis pelo trânsito na cidade devem ter ouvido um bocado, mas fizeram com que as mortes no trânsito caíssem 55% entre 2011 e 2018. Hoje, Salvador ostenta uma taxa de 3,99 óbitos por 100 mil habitantes —a menor entre as capitais brasileiras e igual à da Dinamarca (não é muito católico comparar cidades, que não costumam ter muitas autoestradas de tráfego rápido em seu perímetro, com países, que as têm em maior número, mas deixemos esse detalhe de lado).

O caso de Salvador mostra que é perfeitamente possível, mesmo para uma localidade de Terceiro Mundo, salvar muitas vidas estatísticas e alcançar índices europeus de mortes no trânsito. A pergunta que fica é: diante do exemplo soteropolitano, autoridades que não adotam as mesmas medidas podem ser chamadas de assassinas estatísticas?





O cálculo da circunferência da terra


A homenagem ao super pinguim

Uma cerimônia militar para homenagear um pinguim para se aposentar como Brigadeiro em Inteligência Militar - Exército Norueguês. O pinguim viveu na fronteira russo-norueguesa por um ano e meio. Ele carregava câmeras e outros equipamentos de espionagem e costumava mergulhar nas profundezas do mar para descobrir a presença de submarinos russos ou qualquer outra manobra militar surpresa na fronteira como guarda em condições climáticas adversas. Seu nome é Sir Nils Olav - promovido como brigadeiro - homenageado e aposentado. Atualmente ele reside no zoológico de Edimburgo


sábado, 7 de dezembro de 2019

Noite Feliz, a história

OBERNDORF, pequena aldeia austríaca à beira do rio Salzbach, região de Salzburg, véspera do Natal de 1818.
O padre Joseph Mohr estava desesperado porque o órgão da capela havia quebrado. A cantata de Natal seria um fiasco. Logo no primeiro Natal naquela paróquia. Pediu orientação a Deus e se lembrou que dois anos antes havia escrito um poema simples, também na véspera de Natal, após uma caminhada pelos bosques das montanhas da região.
Encontrou o manuscrito do poema em uma gaveta da sacristia. Correu para a casa de um professor e músico humilde, chamado Franz Gruber e lhe perguntou se poderia musicar sua letra para que todos a pudessem cantar logo mais à noite, na missa do Galo.
Franz olhou e disse que sim, porque a letra era simples e permitiria uma melodia fácil. Mas teria de ser tocada no violão porque não haveria tempo para algo mais elaborado. Não era um problema porque não havia órgão disponível.
O padre Mohr agradeceu e correu de volta para terminar de organizar os detalhes da missa.
À noite, Franz Gruber chegou na capela com o violão e reuniu o coral para ensinar o hino improvisado. Que música era, afinal?
Stille Nacht(noite silenciosa, no original alemão) traduzida para o português como Noite Feliz.
Naquela noite de Natal de 1818, os participantes da missa da capela de Oberndorf cantaram maravilhados aquele hino tão singelo e profundo que viria a se tornar a canção natalina mais conhecida do mundo, sendo hoje cantada em mais de 50 idiomas.
Como ela se espalhou?
Semanas depois, o técnico que veio consertar o órgão ouviu a história e pediu para tocar a música.
Ficou impressionado com a riqueza melódica da composição que decidiu difundí-la por todas as igrejas por onde passava, até que chegou aos ouvidos do rei Friedrich Wilhelm IV da Prússia, a Nova Iorque em 1838 e difundida de forma ativa também pela emigração alemã que era corrente naquela época.
Está é a história do hino natalino Noite Feliz. O que começou como um momento de pânico e perspectiva de um fiasco, terminou como um eterno presente de Natal para toda a Humanidade em forma de música.
Feliz Natal.

le ciel de Paris


evolução da dança 1950 2019


domingo, 1 de dezembro de 2019

VÍDEO: bolas de gude e ilusões ilusões de ótica


O tamanho dos mercados financeiros


VÍDEO: Float(Pixar)

Float é um dos três novos curtas originais da Pixar que estreou em 12 de novembro - Float não tem nem seis minutos de duração. O animador da Pixar, Bobby Rubio, que escreveu, dirigiu e produziu o filme com base em seu próprio relacionamento com o filho.
A história em si não fala sobre autismo e, sem dúvida, pode se aplicar a qualquer pai ou pessoa que tenha um membro da família que seja “considerado diferente”. Em Float , o pai percebe que seu filho bebê flutua. Não é perigoso, necessariamente, mas é muito perceptível, e outros pais de crianças que não flutuam acham estranho e errado. Então, o pai tenta impedir o filho de flutuar. Ele o mantém dentro de casa,  enquanto cresce. Quando eles saem, ele tem seu filho na coleira e com sua mochila cheia de pedras. Um dia, seu filho foge e flutua pelo playground. A criança está feliz, mas os outros pais no parquinho não. O pai arrasta o filho que grita para longe e, em um momento de frustração, exclama - no único momento de diálogo do curta - "Por que você não pode simplesmente ser normal ?!"
Quando o pai percebe o quanto essa exclamação machuca o filho, ele se envergonha. Em vez de segurar o filho para proteger dos pais de crianças que não flutuam, ele deixa o filho flutuar livremente. O curta termina com uma dedicação de Rubio, que diz: “Para Alex. Obrigado por me tornar um pai melhor. Dedicado com amor e compreensão a todas as famílias com crianças consideradas diferentes.



sábado, 30 de novembro de 2019

Natal com Simple Minds

A Argos faz o comercial mais esperado do ano na Inglaterra, sempre na época do Natal.
No ano passado foi com o Elton John. Esse ano, astral lá em cima com "Don’t you forget about me" do Simple Minds 👇

Dez Coisas que Levei ANOS para APRENDER(Luis Fernando Veríssimo)



  1. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

   2. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa  palavra seria "reuniões".

    3. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

    4. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

     5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

      6. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

      7. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

      8. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
      (Esta é muito importante. Preste atenção. Nunca falha.)

     9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

    10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.


O Valor de um Sorriso


@filosofia

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Vídeo: respeito ao Holocausto

Jovens alemães começaram a tirar selfies nos túmulos dos judeus enterrados em Berlim. E postaram na internet. Daí, um jovem judeu teve a idéia de mostrar-lhes em cima de quem e onde eles estavam rindo e ridicularizado. E postou as novas imagens.

@POLÍTICA

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Video: Angelus

Pesquisadores da Universidade  Jerusalém gravaram o Ângelus cujo conteúdo também tem a Ave Maria. Ouvindo essa bela música, constataram que a simples audição eliminava todo o tipo de mal estar como enxaqueca, depressão,  ansiedade... A música ganhou popularidade e por todo o mundo foram surgindo relatos de cura, sobretudo de tumores.
Ouça.  É linda.   Sendo assim, deve ser repassada, tocada e cantada  com muito carinho aos quatro cantos do universo que seja uma benção para todas as  pessoas

domingo, 24 de novembro de 2019

Vídeo: o valor da amizade

O filme mais curto do mundo , tem  apenas 1'39", foi o suficiente para mostrar como é valiosa a vida de um AMIGO seja ele qual for, e como é importante acolher cada um com o seu jeito próprio de ser,  respeitar as diferenças e aprender a conviver com elas.

Arte no tempo e no espaço

O que você vai ver abaixo é obra do artista sueco Andreas Wannerstedt.
Total sincronia entre tempo e espaço.

EMBRAER, 50 anos


terça-feira, 19 de novembro de 2019

Aeroporto de Daxing, China



Inauguração do maior aeroporto do mundo, construído Daxing, na China.☝

O sensacional é que a chinesa faz a apresentação em português para os brasileiros.


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Cidades fakes da China


Ice Tsunami


O big bang

"Se o conceito fundamental do Big Bang estiver  correto, o que ocorreu antes?

Será que o Universo era desprovido de  matéria até que, de repente, ela foi criada? Como isso ocorreu?

Na  maioria das culturas a resposta tradicional é que deus ou deuses criaram  o Universo do nada. Mas se quisermos estudar a questão corajosamente,  temos que fazer a próxima e óbvia pergunta: de onde veio deus?

Se  decidirmos que esta é uma pergunta sem resposta, por que não poupamos  uma etapa e concluímos que a origem do Universo não tem resposta? Ou, se  dissermos que deus sempre existiu, por que não poupamos uma etapa e  admitimos que o Universo sempre existiu, e não precisou ser criado?

Não  são questões fáceis. A Cosmologia faz com que encaremos os mais  profundos mistérios e questões que antes, só as religiões e os mitos  abordavam."

Carl Sagan (Cosmos)

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Hannah Arendt e sua biógrafa

Hannah e sua biógrafa


A francesa Laure Adler faz excelente análise da vida da autora de "Eichmann em Jerusalém", que também é objeto de 2 estudos no Brasil

Hannah e sua biógrafa
NEWTON BIGNOTTOESPECIAL PARA A FOLHA
A safra atual de publicações sobre Hannah Arendt no Brasil mostra como suas obras passaram a ocupar um lugar de destaque no interior das ciências sociais e da filosofia nacionais. Até o início dos anos 1980, ela era praticamente desconhecida entre nós.
Além dos trabalhos pioneiros de Celso Lafer e dos seminários e escritos de Eduardo Jardim, as referências à pensadora eram escassas e pouco informadas.
Esse quadro, aliás, se repetia na França e em outros países, que até então não haviam dado o devido valor ao conjunto de suas obras.
O livro de Adriano Correia é uma amostra de como a filosofia de Arendt se converteu em objeto de interesse para além das fronteiras dos especialistas.
Correia é autor de uma tese de doutorado sobre a filósofa e se dedicou, em seu pequeno livro, a apresentar a trajetória intelectual da pensadora judia desde sua tese sobre santo Agostinho até seu último livro.
A estratégia adotada pelo autor tem o mérito de guiar o leitor ao longo de uma vida marcada por seu tempo e em permanente diálogo com seus problemas e transformações.
Como se trata, no entanto, de uma obra de introdução, algumas vezes as exposições são por demais sumárias, o que não nos permite apreender toda a complexidade da "démarche" de Arendt. Essa limitação, imposta pela natureza da coleção na qual o livro foi publicado, é compensada pela clareza do texto e pelo domínio conceitual do autor.
O trabalho de Eugênia Sales Wagner é uma demonstração do vigor da produção brasileira atual sobre o pensamento arendtiano. Originariamente uma tese de doutorado, o livro é tecido em torno das idéias do amor e da liberdade, o que o leitor não descobre de imediato dado o título por demais genérico escolhido. Mas o livro não se resume a uma exposição burocrática dos conceitos, longe disso.
Escrito de forma clara e agradável, ele se propõe demonstrar uma tese ousada, que só se revela em toda sua extensão no último capítulo.
Em primeiro lugar, a autora toma o conceito de amor, presente na tese de doutorado de Arendt, como fio condutor de sua exposição. No lugar da tipologia de origem agostiniana, a autora fala de amor da sabedoria, do próximo, da liberdade, da vontade e do mundo.
Esse movimento vai levá-la a concluir que, mesmo não sendo visível em todas as etapas do percurso da autora, o amor deve ser compreendido como o fio da trama conceitual da obra arendtiana. Sua essência só se revela inteiramente quando é reconhecido como a finalidade última da ação humana e se transforma em amor ao mundo.
Eugênia Wagner corre riscos ao tentar, na parte final do livro, deduzir o que seria a filosofia de Arendt sobre a faculdade de julgar a partir apenas de fragmentos. Embora esse passo não destrua a coerência da argumentação, é sempre complicado dizer, no lugar do autor, como teria terminado sua obra.

Tarefa delicadaDe natureza muito diversa é o livro de Laure Adler. Diretora por alguns anos da prestigiosa Radio France Culture, ela é autora de uma biografia da escritora Marguerite Duras ["Marguerite Duras", inédito no Brasil].
Dessa vez enfrentou uma tarefa delicada ao propor uma nova biografia de Arendt, pois tinha diante de si o trabalho de Elisabeth Young-Bruehl, referência entre os especialistas.
Adler, que se serviu bastante dos trabalhos da antecessora, acrescentou um bom número de testemunhos e fontes, até aqui inéditos, o que por si só já seria um trabalho meritório.
Mas ela foi capaz de ir mais longe ao propor uma leitura da vida e da obra de Arendt na qual se misturam paixão e identificação com a filósofa, com a busca de uma posição equilibrada e lúcida, que leva a biógrafa a apontar os traços arrogantes da personalidade da filósofa e suas contradições ao mesmo tempo em que esclarece as condições difíceis que presidiram o nascimento de sua obra.

Caso de amorEmbora o objetivo não seja apresentar ou resumir os trabalhos mais importantes de Arendt, a análise dos principais argumentos e do contexto no qual nasceram certamente ajudam em sua compreensão.
Esse impulso de compreender a vida da filósofa a partir da mistura entre acontecimentos históricos e fatos pessoais se mostra inteiro quando Adler examina a relação de Arendt com Heidegger, a quem dedica muito espaço no livro.
Sem se deixar levar por conjecturas, a biógrafa tenta mergulhar nos meandros de um caso de amor que reuniu dois dos maiores pensadores do século 20, separados, no cenário político, por posições inconciliáveis.
O enigma desse encontro é vasculhado à luz de uma documentação que, ao mostrar de forma inconteste o pertencimento de Heidegger ao Partido Nazista até 1945 e a incapacidade de refletir sobre as conseqüências de seu engajamento pós-1945, só aguça a curiosidade sobre a trajetória de dois seres cuja relação ultrapassou fronteiras quase intransponíveis.
Mas Adler não cede à tentação do sensacionalismo nem da facilidade. Não enuncia teses sem comprovação ao mesmo tempo em que não deixa de manifestar sua antipatia pelo filósofo alemão e sua perplexidade diante do comportamento de Arendt em algumas ocasiões.
Não se trata de julgar o comportamento dos personagens do livro, mas a biógrafa também não se esconde por trás de uma máscara de neutralidade. Mesclando ironia, compaixão e admiração, Adler produz um mosaico cativante de uma vida que se misturou inteiramente com seu tempo.
O resultado é não apenas uma biografia rica e nuançada de Arendt mas um passeio vivo e bem informado pelo cenário intelectual do século 20.

Nos Passos de Hannah ArendtAutora: Laure Adler
Tradução: Tatiana Salem Levy e Marcelo Jacques
Editora: Record
(tel. 0/xx/21/2585-2000)
Quanto: R$ 75 (644 págs.)

Hannah Arendt - Ética PolíticaAutora: Eugênia Sales Wagner
Editora: Ateliê
(tel. 0/xx/11/ 4612-9666)
Quanto: R$ 42 (320 págs.)

Hannah ArendtAutor: Adriano Correia
Editora: Jorge Zahar
(tel. 0/xx/21/2240-0226)
Quanto: R$ 19,90 (84 págs.)

NEWTON BIGNOTTO leciona filosofia política na Universidade Federal de Minas Gerais.

Vídeo: Cely Campelo


domingo, 6 de outubro de 2019

Faltou ele no Rock in Rio


O tempo (Mário Quintana)

*(Mário Quintana )*

O tempo não pode ser segurado; a vida é uma tarefa a ser feita e que levamos para casa.
Quando vemos já são 18 horas.
Quando vemos já é sexta feira.
Quando vemos já terminou o mês.
Quando vemos já terminou o ano.
Quando vemos já se passaram 50 ou 60 anos.
Quando vemos, nos damos conta de ter perdido um amigo.
Quando vemos, o amor de nossa vida parte e nos damos conta de que é tarde para voltar atrás...

Não pare de fazer alguma coisa que te dá prazer por falta de tempo, não pare de ter alguém ao seu lado ou de ter prazer na solidão.
Porque os teus filhos subitamente não serão mais teus e deverá fazer alguma coisa com o tempo que sobrar.

Tenta eliminar o “depois”...
Depois te ligo...
Depois eu faço...
Depois eu falo...
Depois eu mudo...
Penso nisso depois...

Deixamos tudo para depois, como se o depois fosse melhor, porque não entendemos que:
Depois, o café esfria...
Depois, a prioridade muda...
Depois, o encanto se perde...
Depois, o cedo se transforma em tarde...
Depois, a melancolia passa...
Depois, as coisas mudam...
Depois, os filhos crescem...
Depois, a gente envelhece...
Depois, as promessas são esquecidas...
Depois, o dia vira noite...
Depois, a vida acaba...

Não deixe nada para depois porque na espera do depois se pode perder os melhores momentos, as melhores experiências, os melhores amigos , os melhores amores ...

Lembre-se que o depois pode ser tarde.
O dia é hoje, não estamos mais na idade em que é permitido postergar.
Talvez tenha tempo para ler e depois compartilhar esta mensagem ou talvez deixar para...”depois”

Sempre unidos:
Sempre juntos...
Sempre fraternos...
Sempre amigos...


quarta-feira, 18 de setembro de 2019

The five universal laws of human stupidity


In 1976, a professor of economic history at the University of California, Berkeley published an essay outlining the fundamental laws of a force he perceived as humanity’s greatest existential threat: Stupidity.

Stupid people, Carlo M. Cipolla explained, share several identifying traits: they are abundant, they are irrational, and they cause problems for others without apparent benefit to themselves, thereby lowering society’s total well-being. There are no defenses against stupidity, argued the Italian-born professor, who died in 2000. The only way a society can avoid being crushed by the burden of its idiots is if the non-stupid work even harder to offset the losses of their stupid brethren.

Let’s take a look at Cipolla’s five basic laws of human stupidity:

Law 1: Always and inevitably everyone underestimates the number of stupid individuals in circulation.

No matter how many idiots you suspect yourself surrounded by, Cipolla wrote, you are invariably lowballing the total. This problem is compounded by biased assumptions that certain people are intelligent based on superficial factors like their job, education level, or other traits we believe to be exclusive of stupidity. They aren’t. Which takes us to:

Law 2: The probability that a certain person be stupid is independent of any other characteristic of that person.

Cipolla posits stupidity is a variable that remains constant across all populations. Every category one can imagine—gender, race, nationality, education level, income—possesses a fixed percentage of stupid people. There are stupid college professors. There are stupid people at Davos and at the UN General Assembly. There are stupid people in every nation on earth. How numerous are the stupid amongst us? It’s impossible to say. And any guess would almost certainly violate the first law, anyway.

Law 3. A stupid person is a person who causes losses to another person or to a group of persons while himself deriving no gain and even possibly incurring losses.

Cipolla called this one the Golden Law of stupidity. A stupid person, according to the economist, is one who causes problems for others without any clear benefit to himself.

The uncle unable to stop himself from posting fake news articles to Facebook? Stupid. The customer service representative who keeps you on the phone for an hour, hangs up on you twice, and somehow still manages to screw up your account? Stupid.

This law also introduces three other phenotypes that Cipolla says co-exist alongside stupidity. First there is the intelligent person, whose actions benefit both himself and others. Then there is the bandit, who benefits himself at others’ expense. And lastly there is the helpless person, whose actions enrich others at his own expense. Cipolla imagined the four types along a graph, like this:

VINCEDEVRIES
Stupidity, graphed.
The non-stupid are a flawed and inconsistent bunch. Sometimes we act intelligently, sometimes we are selfish bandits, sometimes we act helplessly and are taken advantage of by others, and sometimes we’re a bit of both. The stupid, in comparison, are paragons of consistency, acting at all times with unyielding idiocy.

However, consistent stupidity is the only consistent thing about the stupid. This is what makes stupid people so dangerous. Cipolla explains:

Essentially stupid people are dangerous and damaging because reasonable people find it difficult to imagine and understand unreasonable behavior. An intelligent person may understand the logic of a bandit. The bandit’s actions follow a pattern of rationality: nasty rationality, if you like, but still rationality. The bandit wants a plus on his account. Since he is not intelligent enough to devise ways of obtaining the plus as well as providing you with a plus, he will produce his plus by causing a minus to appear on your account. All this is bad, but it is rational and if you are rational you can predict it. You can foresee a bandit’s actions, his nasty maneuvres and ugly aspirations and often can build up your defenses.

With a stupid person all this is absolutely impossible as explained by the Third Basic Law. A stupid creature will harass you for no reason, for no advantage, without any plan or scheme and at the most improbable times and places. You have no rational way of telling if and when and how and why the stupid creature attacks. When confronted with a stupid individual you are completely at his mercy.

All of which leads us to:

Law 4: Non-stupid people always underestimate the damaging power of stupid individuals. In particular non-stupid people constantly forget that at all times and places and under any circumstances to deal and/or associate with stupid people always turns out to be a costly mistake.

We underestimate the stupid, and we do so at our own peril. This brings us to the fifth and final law:

Law 5: A stupid person is the most dangerous type of person.

And its corollary:

A stupid person is more dangerous than a bandit.

We can do nothing about the stupid. The difference between societies that collapse under the weight of their stupid citizens and those who transcend them are the makeup of the non-stupid. Those progressing in spite of their stupid possess a high proportion of people acting intelligently, those who counterbalance the stupid’s losses by bringing about gains for themselves and their fellows.

Declining societies have the same percentage of stupid people as successful ones. But they also have high percentages of helpless people and, Cipolla writes, “an alarming proliferation of the bandits with overtones of stupidity.”

“Such change in the composition of the non-stupid population inevitably strengthens the destructive power of the [stupid] fraction and makes decline a certainty,” Cipolla concludes. “And the country goes to Hell.”


Image by Vincedevries on Wikimedia, licensed under CC-BY-SA 4.0.


https://qz.com/967554/the-five-universal-laws-of-human-stupidity/


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terça-feira, 17 de setembro de 2019

O mantra do cambio CELSO MING: Estadão 29 de setembro de 2017



Anos a fio, a queixa recorrente dos empresários é a de que o dólar no Brasil está barato demais (em reais) e que essa valorização da moeda nacional sepulta a competitividade do setor produtivo. E reivindicam forte desvalorização do real, “para estancar a de-sindustrialização”.
O pessoal da Fiesp e da indústria de máquinas não diz outra coisa. Nesta quarta-feira, por exemplo, o representante da indústria têxtil, Fernando Pimentel, repetiu essa queixa.
Boa parte do setor produtivo nacional não é competitiva, ou seja, não consegue enfrentar nem a concorrência do produto importado nem a competição no mercado externo. É uma situação que, em princípio, apenas em parte tem a ver com o Câmbio.
A falta de competitividade se deve a grande número de outros fatores: o custo Brasil muito mais alto do que em grandes países do exterior, a precariedade da infraestrutura, o excesso de proteção que deixa o setor mal-acostumado, a demasiada burocracia que emperra os negócios, o alto custo do capital, Juros altos demais, o baixo nível de educação e treinamento da mão de obra... e por aí vai.
Um jeito de compensar esse jogo contra é promover a desvalorização da moeda, recurso que barateia em dólares apro-dução local e encarece o produto importado. O problema é que nem sempre é possível promover essa desvalorização.
O Câmbio é um dos preços da moeda (o outro são os Juros) e, nesta condição, está sujeito à lei da oferta e da procura. Uma das funções de qualquer Banco Central é intervir para regular esse jogo ao nível pretendido pela política econômica. Quando é preciso agir para valorizar a moeda nacional, o Banco Central aumenta ou permite que aumente a oferta de moeda estrangeira no mercado, o dólar fica mais barato em reais; quando decide desvalorizar, aumenta a procura por dólares, pela compra no Câmbio interno ou por permitir que se tome mais escasso.
O atual regime de Câmbio no Brasil é o de flutuação suja. Nele, as cotações são determinadas pela oferta e procura, mas com alguma intervenção a fim de eliminar grandes oscilações. Neste momento em que as contas externas estão em excelente condição e a entrada de investimentos corresponde a quase três vezes odéfi-cit dos demais pagamentos, é inevitável que o País tenha de conviver com a oferta folgada de dólares.
Empresários e muitos economistas que os assessoram pregam mais intervenção. Querem que o Banco Central compre mais moeda estrangeira ou coíba a entrada de capital, por meio de medidas administrativas ou de impostos.
Mas aí há dois problemas. Primeiro, a compra de dólares pelo Banco Central exige emissão de reais, o que é inflacionário, ou aumento de dívida pública, já alta demais. O outro problema é o de que o mercado global está inundado de dólares, variável fora do controle do Banco Central. Assim,boa parcela desses recursos continuará desembarcando no Brasil para negócios, aumentando a oferta de moeda estrangeira.
Quanto mais saudável a economia, maior o afluxo de moeda estrangeira, situação que tende a manter o Câmbio relativamente valorizado. Paradoxalmente, a maneira mais fácil de provocar maior procura de dólares é deixar que a crise derrube a economia.


segunda-feira, 9 de setembro de 2019

O desastre da Argentina e como fica o Brasil(Celso Ming, Estado)

O aperitivo já foi de amargar. Bastou que uma prévia eleitoral na Argentina indicasse favoritismo do candidato kirchnerista para que a mal ajambrada política econômica do atual governo Mauricio Macri desmoronasse. Até que ponto o novo desmanche argentino levará o Brasil a enfrentar novas turbulências?

Primeiro, a foto da hora. A inflação da Argentina saltou para 54,4% ao ano, o dólar disparou 37% em apenas quatro semanas ( veja o gráfico) e as regras do jogo do mercado de títulos da dívida argentina foram mais uma vez alteradas, a ponto de já apresentarem calote parcial.

A reação do governo Macri ao novo desastre foi distribuir mais reajustes salariais, congelamento de preços e fortes restrições às operações de câmbio para tentar conter a fuga de dólares. Ou seja, ficou tudo pior, porque mais distorções tendem a produzir ainda mais distorções.

A listagem de erros de condução do presidente Macri podem ajudar a entender o que aconteceu, mas não dizem muita coisa sobre o que virá agora nem sobre o impacto na economia brasileira.

O novo presidente virtual, que pode ser eleito em primeiro turno no dia 27 de outubro, é Alberto Fernández, um peronista moderado que no passado deu demonstrações de sensatez até mesmo enquanto as bruxas estiveram soltas nas repartições da Casa Rosada. O problema é que Fernández tem pacto com os diabos da estirpe dos Kirchners, especialmente com os da ex-presidente Cristina Fernández Kirchner (candidata a vice-presidente na mesma chapa). Enquanto governou, de 2007 a 2015, notabilizou-se pelo protecionismo, pelo excessivo intervencionismo e pelas falsas soluções. Além disso, o candidato está buscando votos com o discurso do "fora FMI", uma picada que vai dar no precipício.

Em todo o caso, sabe-se lá se, uma vez no governo, Fernández não fará tudo diferente, sem medo de ser chamado de traidor ou de estar produzindo estelionato eleitoral, por determinar uma política econômica na contramão de seu programa de campanha.

Para o experiente diplomata brasileiro José Alfredo Graça Lima, mesmo que a economia argentina desande mais do que já desandou, o risco de contágio da economia brasileira é baixo. Aquela velha cisma comum no exterior, de que Argentina e Brasil são farinhas do mesmo saco e a de que o que um é hoje será o outro amanhã, já não vale para os tempos atuais porque "já existe um descolamento entre os dois países do ponto de vista da qualidade

Domingo, 8 de Setembro de 2019 - 02:02
@economia