sexta-feira, 29 de junho de 2018

Vídeo: CR7 e Pelé (Emirates)



@futebol @turismo

Vídeo: Neymar, polêmicas desde 2010




Há 8 anos, no dia 15/09/2010, Renê Simões, um dos técnicos mais reconhecidos do Brasil encontrou como adversário um menino chamado Neymar. Na ocasião, Renê pôde observar o comportamento do menino e fez uma análise (vídeo acima).



@futebol @seleção

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Entrevista: Décio Oddone (Poder em foco, junho 2018)




https://www.youtube.com/watch?v=naojfNcuDAM

https://m.youtube.com/watch?v=G__EbMSpU08

https://m.youtube.com/watch?v=1vCwkvV_vcs

@CEP85


domingo, 24 de junho de 2018

Relaxing of Brazil local content rules will boost oil output capacity: report (reuters)

Relaxing of Brazil local content rules will boost oil output capacity: report
Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Brazil’s move to ease rules forcing oil producers to buy from domestic suppliers means Latin America’s top producer will be able to sustain output of 5 million barrels per day (pbd) by the mid-2020s, compared to just 3.7 million bpd under prior rules, consultancy Wood Mackenzie said in a report on Wednesday.


Smoke billows from tanks of Brazil's state-run Petrobras oil company at Presidente Bernardes Refinery in Cubatao, Brazil February 3, 2018. Picture taken February 3, 2018. REUTERS/Paulo Whitaker

Brazil’s embattled center-right President Michel Temer’s administration has moved to loosen local content rules that dictated what percent of certain equipment and services must be provided locally.

The shift in rules may be short-lived. Whoever wins wide-open presidential elections in October will be able to appoint a new director to head oil regulator ANP from December 2020 with the power to shape policy toward the industry.

The tough local content requirements were aimed at bolstering Brazilian industry but such firms often lagged global rivals in technical expertise.

That, together with strong unions and tough regulations, forced many oil firms to choose between incurring high penalties for violating the rules or waiting years more to get oil production online, Wood Mackenzie said.

Petroleo Brasileiro SA also banned top offshore construction companies - most of which were domestic - from working with it after a graft investigation revealed company officials received bribes by contractors inflating costs for the state-controlled oil company.

Prior local content rules “amounted to an additional [exploration and production] tax, creating bottlenecks that delayed the development of a strong domestic industry,” the report said, as most companies opted to pay high fines to speed production.

ANP received 230 requests for waivers from companies seeking exemptions from the oil rules arguing they could not meet the requirements based on Brazilian market conditions, the agency said.

But in 2017 and 2018, under Temer, fines have been reduced by 40 percent to 75 percent depending on the category. Local content requirements also have been lowered to match levels that operators were able to achieve.

The world’s biggest oil companies have bid aggressively in recent auctions to lock in access to the country’s coveted offshore pre-salt play, where billions of barrels of oil are trapped beneath a thick layer of salt under the ocean floor.

Writing by Alexandra Alper; Editing by Bill Trott

Our Standards:The Thomson Reuters Trust Principles.



https://www.reuters.com/article/us-brazil-presalt/relaxing-of-brazil-local-content-rules-will-boost-oil-output-capacity-report-idUSKBN1JG28T

@Petrobrás @energia

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Os preços dos combustíveis (Décio Oddone, O Estado de S.Paulo)

Enquanto a Petrobrás deter o monopólio no refino, são necessárias ações regulatórias que protejam o consumidor e preservem os valores de uma economia de mercado

Décio Oddone*, O Estado de S.Paulo
22 Junho 2018 | 04h00

A sociedade deseja uma maior estabilidade no preço dos combustíveis. No entanto, ainda não temos um mercado aberto, diversificado e competitivo. A Petrobrás detém um monopólio de
fato no refino e os tributos não suavizam a volatilidade nos preços.
Enquanto se mantiver a situação atual, são necessárias ações regulatórias que protejam o consumidor, preservem os valores de uma economia de mercado, decorram do diálogo e sigam
o devido processo.

Para tratar desse tema, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a realização de uma Tomada Pública de Contribuições (TPC). O objetivo não é interferir
na liberdade de formação dos preços, definida em lei, mas regular a periodicidade do repasse dos reajustes.
Essa iniciativa trouxe de volta discussões sobre uma possível interferência na política de preços da estatal. Como se a regulação não fosse aplicada a todos os produtores ou importadores de
combustíveis.
Como durante décadas houve interseção entre os papéis do governo e da Petrobrás era esperado que isso acontecesse. Mesmo com o fim do monopólio e a criação da ANP esse quadro não mudou. 

Nem mesmo a abertura do capital da Petrobrás na Bolsa de Nova York foi capaz de alterar essa percepção, pois os preços dos derivados continuaram controlados até 2001. A liberdade de formação de preços durou apenas alguns meses em 2002 e não foi plenamente adotada entre 2003 e 2015. 

A partir de 2016, o governo deixou de interferir na Petrobrás, que passou a operar como qualquer empresa, visando a maximizar o valor para seus acionistas.

Essa nova realidade não foi plenamente percebida por todos. Tanto é assim que muitos insistiram na versão de que a ação da Agência derivou de uma ordem do governo, quando se tratou de uma iniciativa própria. Isso é compreensível. Pela primeira vez temos, por um período relativamente longo de tempo, governo, ANP e Petrobrás cumprindo, cada um, o seu papel.  
governo definindo as políticas, a Agência regulando os agentes econômicos e a Petrobrás buscando maximizar os seus lucros. Da transição de um modelo em que os papéis se confundiam para uma situação em que poder público, órgão regulador e  empresa desempenham os seus papéis, derivam as dificuldades de entendimento que temos acompanhado. 

Como a Petrobrás assumiu perdas no passado, qualquer medida que pareça afetar a liberdade de formação de preços levanta polêmica, como se a situação anterior pudesse estar sendo restaurada. Não é o caso. Nesse novo ambiente, a ANP regula a ação da Petrobrás e dos outros agentes considerando o interesse da sociedade. 

As empresas não divulgam as suas práticas de preço. A Petrobrás optou por fazê-lo. E, como a União é seu acionista controlador, essa postura acabou sendo percebida, erroneamente, como uma política do governo.

Entre 2016 e junho de 2017, a Petrobrás passou a fazer reajustes mensais nos preços da gasolina e do óleo diesel. Foi só a partir de julho do ano passado que começaram a ser diários. 
Essa prática não foi adotada para outros combustíveis. E não consta que esteja sofrendo perdas com esses produtos.

Num mercado competitivo, a periodicidade dos repasses dos reajustes é definida por cada empresa. No entanto, como a Petrobrás possui uma posição dominante, a ANP decidiu instituir
essa medida. O que busca é atuar de forma aberta e transparente para que o mercado seja o mais eficiente possível, promovendo o desenvolvimento social e o bem-estar da sociedade. 
Não impor tabelamentos ou congelamentos ou interferir na liberdade de precificação das empresas.
O Brasil precisa atrair os investimentos necessários para aproveitar o potencial do setor.
Por isso, muitas empresas devem investir aqui, o que só vai ocorrer em um ambiente democrático, com segurança jurídica e respeito aos contratos, em que a periodicidade do repasse das variações dos preços dos combustíveis ao consumidor não esteja sendo questionada pela sociedade. 

Necessitamos de mais práticas de mercado e competição no refino e no abastecimento de  combustíveis. Enquanto isso não acontecer, a Agência continuará cumprindo o seu papel.

*DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

@CEP85 @Petrobrás @energia

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Vídeo: Saman (juntos) (Islândia)


ISLÂNDIA

Antes da Copa começar, o goleiro Hannes Thór Halldórsson que é tb diretor de cinema, dirigiu esse comercial da Coca-Cola na Islândia. Ele brilhou também com grandes defesas e pegando um pênalti do Messi.

Todos são amadores, tem suas Profissões, Padeiros, Garçons e o Técnico é Dentista !!!!

O nome do comercial é “Saman” ...


Juntos em português.

@esporte @copa do mundo

domingo, 17 de junho de 2018

Neocolonizados (Roberto Pompeu de Toledo, Veja)


ROBERTO POMPEU DE TOLEDO - NEOCOLONIZADOS


O Brasil venceu as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970 com elencos compostos exclusivamente de jogadores que atuavam no país. A seleção de 1982, que não ganhou, mas é lembrada como tão boa quanto as vitoriosas antecessoras, tinha apenas Falcão, do Roma, e Dirceu, do Atlético de Madrid, atuando no exterior. Disputavam os campeonatos nacionais “cracaços” como Zico, Sócrates e Toninho Cerezo.

Nos anos 1990, a balança começou a pender em favor dos exilados, mas com resultados ainda moderados. A vitoriosa seleção de 1994 tinha exatos onze jogadores de fora contra onze do país. E a de 2002, outra vitoriosa, ainda apresentou uma reação dos “de dentro”, com treze deles sobrepujando os dez “estrangeiros” (com a permissão de incluir três goleiros, os elencos passaram a possuir 23 integrantes).

De lá para cá, a predominância dos “estrangeiros” tornou-se massacrante. Na Copa de 2010 apenas três, dos 23, jogavam no Brasil; na de 2014 apenas quatro; e na atual, de novo, apenas três — o goleiro Cássio, o lateral Fagner e o zagueiro Geromel, sendo que se constituem, os três, em retornados que já tiveram experiências no exterior. Jogador de futebol do Terceiro Mundo é um refugiado de natureza diversa daquela dos que fogem da África de balsa, mas não deixa de ser um refugiado. Seu destino é fugir do país de origem. Os que não conseguem viram perdedores no jogo da vida.

Eles não apenas vão embora como isso acontece cada vez mais cedo. Dos 23 do elenco brasileiro atual, dezoito deixaram o país com 20 anos ou menos. Acima desse limite são apenas cinco, inclusive Neymar, que embarcou aos 21. O que deixou o país mais tardiamente foi o goleiro Alisson, aos 23 anos. Há casos aberrantes, tanto pela idade quanto pelo país de destino, como o do meio-campista Paulinho, que saiu do Brasil pela primeira vez aos 17 anos para tentar a sorte na Lituânia. A idade configura tráfico de menores, e o país onde foi parar a criança ostenta uma tradição futebolística igual a zero.

Quatro dos integrantes do atual elenco saíram do Brasil aos 18 anos: Fagner, Geromel, Marcelo e Philippe Coutinho. Os dois primeiros voltaram, os dois últimos continuam fora. Seis foram embora aos 19: Marquinhos, Douglas Costa, Roberto Firmino, Gabriel Jesus, Willian e Filipe Luís. Donos, todos eles, de carreira vitoriosa, acumulam de Europa dos onze anos de Marcelo aos dois de Gabriel Jesus. Sentem-se à vontade nos países que os acolheram, mas conservam no braço relíquias das origens, conforme revelado nos perfis dos jogadores traçados pelo repórter Tino Marcos para o Jornal Nacional. As tatuagens do carioca Renato Augusto incluem o Cristo Redentor, o Maracanã e a calçada de Copacabana. As de Marcelo apresentam o nome e a data de nascimento do avô que o criou (Pedro, 26/05/1938) e o Fusca com que esse mesmo avô o levava aos treinos.

Os jogadores mais bem cotados vão para o Real Madrid, como Marcelo e Casemiro, o Barcelona, como Paulinho e Philippe Coutinho, ou os milionários clubes ingleses, como Willian, Roberto Firmino e Gabriel Jesus. Um caso à parte é o de um time chamado Shakhtar, da cidade ucraniana de Donetsk. A Ucrânia possui economia muitos furos abaixo da do Brasil e Donetsk, situada junto à fronteira com a Rússia, é foco da tensão armada entre os dois países. No entanto, o tal Shakhtar Donetsk já contou em suas fileiras com quatro jogadores da seleção (Fernandinho, Willian, Fred e Douglas Costa) e conta ainda com Taison. A equipe é famosa por abrigar brasileiros, e faz desconfiar que descobriu um filão: comprá-los ainda barato, para revendê-los com altos lucros a clubes mais poderosos.

No tempo das nossas primeiras vitórias éramos a potência, no futebol, e os europeus os subdesenvolvidos. Hoje, graças ao empenho dos empresários e dos dirigentes, e à mão amiga da crônica esportiva, deixamo-nos docemente colonizar, aperfeiçoando-nos no papel de fornecedores de matéria-prima. Na transmissão do amistoso entre Brasil e Croácia, o repórter de campo avisou ao narrador: “Nos dois times, nenhum jogador atua no país de origem. Jogam todos em times bons”. Com a satisfação de um ufanista ao contrário, ele celebrava o fato de não haver em campo jogador de times porcarias como os brasileiros. Os meninos amantes do futebol hoje valorizam mais as camisas dos times europeus que a dos brasileiros, e escolhem entre eles aquele para o qual torcer. Falta pouco para atingirmos a perfeição: manter apenas escolinhas de futebol e categorias de base, para alimentar os mercados desenvolvidos, e abolir os decadentes clubes e campeonatos de profissionais.
 @esporte

sábado, 16 de junho de 2018

As práticas médicas do Egito Antigo que são usadas até hoje (BBC)

 BBC 17/07/17


No Egito antigo, a medicina e a magia se misturavam em um conjunto de práticas 

A medicina no Egito Antigo estava inevitavelmente misturada com a magia. Na época, não havia uma linha clara que demarcasse os limites entre a ciência e a religião.
Com frequência, acreditava-se que as doenças haviam sido enviadas pelos deuses como uma espécie de castigo ou que eram espíritos maus que estavam no corpo da pessoa e tinham de ser expulsos por meio de rituais, feitiços e amuletos.
Mas tudo isso era conjugado com uma medicina bastante prática - e alguns dos métodos utilizados na época sobreviveram ao passar do tempo.

Ainda que suspeite-se que muito conhecimento tenha se perdido com infortúnios como o desaparecimento da Biblioteca Real de Alexandria, sabe-se que a rica cultura egípcia, que floresceu por mais de 3 mil anos antes de Cristo, era muito avançada.
Ainda assim, não deixa de ser surpreendente o que sabiam no campo da Medicina, como por exemplo:

Cirurgia

Mumificação permitiu aos egípcios antigos conhecerem a anatomia humana

Os egípcios antigos aprenderam muito sobre a anatomia humana graças à tradição de mumificação. Ao preparar os mortos para sua viagem rumo ao além, podiam analisar as partes do corpo e associá-las com as doenças que a pessoa havia contraído em vida.
Isso permitiu que entendessem o suficiente do assunto para fazer cirurgias, sinais das quais podem ser encontrados nas múmias, desde a perfuração de crânios até a remoção de tumores.

Tratamentos dentários

 Hesire, um alto funcionário do rei Zoser, era o chefe de dentistas e médicos em 2700 a.C.

Por mais que se esforçassem em limpar e moer bem os grãos para fazer farinha, restavam pequenos pedaços de pedras na comida, assim como um pouco de areia do deserto. Isso desgastava os dentes e podia levar ao surgimento de buracos e infecções.
No Papiro Ebers, um dos tratados médicos mais antigos conhecidos, há várias receitas de preenchimentos e bálsamos. Uma delas descreve como tratar um "dente que coça até a abertura da pele": uma parte de cominho, outra de resina de incenso e uma de fruta.
Algumas receitas incluíam mel, que é antiséptico. Em outros casos, simplesmente tapavam os buracos com linho.

Próteses

 Próteses eram úteis tanto para os vivos quanto para os mortos

Os egípcios antigos precisavam de próteses tanto para os vivos quanto para os mortos - e talvez fossem até mais importantes para os mortos. Acreditava-se que, para enviar o corpo para o além, este deveria estar inteiro, daí a importância da mumificação e de completar o que faltasse antes da viagem final.
Mas também serviam para as pessoas vivas. A prótese de dedo na foto acima foi usada por uma mulher e é a mais antiga conhecida. 

Circuncisão

 Aparentemente, a circuncisão era feita quando o menido entrava na idade do 'uso da razão' (entre 8 e 11 anos)

A circuncisão é praticada ao longo da história por várias sociedades por razões médicas e/ou religiosas. No Egito Antigo, era bastante comum, tanto que o pênis não circuncisado era visto como algo curioso.
Há escritos descrevendo a fascinação dos soldados egípcios com os pênis dos povos líbios que haviam conquistado. Eles contam, com frequência, que essas pessoas eram levadas para casa pelos egípcios para que seus conhecidos pudessem ver suas partes íntimas.

Sistema médico controlado pelo governo

 Manuais médicos registravam doenças e tratamentos(GETTY IMAGES)

O acesso ao cuidado médico era controlado de perto pelo governo no Egito Antigo. Havia institutos que treinavam os médicos, que eram educados segundo um currículo específico. Esses locais também recebiam pacientes e os tratavam.
Havia manuais médicos, como o já mencionado Papiro Ebers, no quais eram registrados doenças e tratamentos. Além disso, há descrições de acampamentos médicos instalados próximos de canteiros de obras para atender os operários que sofriam acidentes.
Ainda há indícios de que, se o acidente ocorria no trabalho e a pessoa não podia trabalhar por causa disso, o operário recebia um pagamento durante o período de enfermidade.

 http://www.bbc.com/portuguese/geral-40634202


@medicina

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Para especialistas, blockchain vive estágio similar ao início da internet (Valor)

Valor - 24/5/18

O mercado de blockchain vive hoje um cenário semelhante ao do surgimento da internet comercial, com registro de cerca de dez plataformas disputando o interesse das empresas. Quase todas são privadas. A avaliação é de Fernando Ulrich, especialista em criptomoedas e blockchain do Grupo XP, que diz que a crença nas plataformas privadas de DLT (Distributed Ledger Technology, a base do blockchain) é semelhante à do início da internet, nos anos 1990, quando a rede era vista com desconfiança e acreditava-se que apenas as intranets seriam seguras para o ambiente corporativo.

"A internet era a rede aberta que qualquer um podia usar e inovar, e isso não era bem visto pelo mundo empresarial. Acredito que estamos num estágio similar com o blockchain, com plataformas abertas, como as do Bitcoin e do Ethereum, e outras que já nem são mais blockchain porque viraram soluções proprietárias. O tempo mostrou que a internet pode funcionar para os negócios", diz Ulrich.

Segundo ele, as principais plataformas em experimentação pelas empresas - como Hyperledger, apoiada por IBM e Oracle; Corda, do consórcio de bancos R3; Quorum, versão do Ethereum desenvolvida pelo JP Morgan; e em alguma medida o Ripple, que seria um modelo híbrido -- são voltadas para redes de blockchain fechadas. No caso do Ripple, empresa que conta com apoio do Santander, os bancos usam apenas o xCurrent, que substitui a rede Swift.

"Os bancos estão indo para essas plataformas privadas porque dois dos grandes atributos dos blockchains públicos, como o Ethereum e o Bitcoin, são a transparência e a possibilidade de ser acessado por qualquer pessoa. Os bancos querem saber quem está tendo acesso e ter o poder de vetar algum participante. Querem ter controle, o que em plataforma aberta não é possível", analisa Ulrich.

Guilherme Horn, líder de inovação da Accenture, observa que essas plataformas têm mais de uma versão/distribuição. A Accenture tem participação na Ripple e é parceira premium da R3. Ele diz que não há ainda uma plataforma que seja a mais indicada para o setor financeiro, embora algumas despontem como mais favoráveis para certas aplicações, como o Ripple para transferências internacionais e o Ethereuam para custódia de ações, por suas vantagens para contratos inteligentes. "Mas todas essas tecnologias estão em evolução e têm limitações que estão sendo superadas. Isso fará com que, daqui a um ano, os resultados dos testes possam ser diferentes. Vai haver uma consolidação no futuro, mas vai levar muito tempo."

Fábio Marras, CTO para bancos da IBM Brasil, diz que, desde os anos 2000, a empresa aposta no desenvolvimento em comunidade para a evolução das tecnologias. A empresa vê o Hyperledger como iniciativa da Linux Foundation, que reúne dezenas de empresas e desenvolvedores.

Para Carlos Henrique Duarte, CTO de blockchain da IBM Brasil, o fato de o Hyperledger utilizar o conceito de rede privada traz benefícios de controle, performance e governança. Outro diferencial é que o Hyperledger não tem uma criptomoeda. "Acreditamos que, no futuro, haverá mais de uma plataforma, e elas deverão ter uma certa interoperabilidade. Hyperledger será a DLT mais indicada para processos complexos", diz.

Fernando Lemos, vice-presidente de inovação e transformação digital da Oracle, diz que a empresa apoia um padrão aberto e a diferença do Hyperledger para o Ethereum, também baseado em padrões abertos, é que o Hyperledger é usado em redes permissionadas e o Ethereum pode ser usado em redes públicas ou privadas.

Ele destaca que a Oracle tem um grande número de aplicativos para os mercados financeiro, de seguros e de cartões de crédito, que estão sendo integrados ao conceito de distributed ledger para trabalhar com Hyperledger.

Gustavo Paro, especialista em blockchain na Microsoft Brasil, destaca que, embora a Microsoft apoie mais fortemente o Ethereum, não é exclusiva da plataforma, atuando no ecossistema de blockchain para facilitar o acesso às principais plataformas de DL.

"O Ethereum foi o nosso primeiro e continua sendo o principal parceiro porque tem a maior comunidade, com mais de 850 mil desenvolvedores. A Microsoft participa da Enterprise Ethereum Alliance, fundada com 30 membros e que hoje tem mais de 120 participantes. O objetivo é criar uma especificação com requisitos do mundo corporativo, pois hoje a plataforma é muito aberta", diz Paro.

Recém-instalada no país, a R3 contratou Keij Sakay, ex-CIO da Bovespa e de bancos como JP Morgan, para country manager da operação brasileira. Ele diz que uma de suas missões é o lançamento e consolidação da versão enterprise do Corda, que está sendo lançada neste mês. Consórcio de mais de 50 bancos, no Brasil, a R3 tem investimentos do Itaú Unibanco, do Bradesco e da B3.

"Investimos para nos aprofundar na plataforma e compará-la com as demais", diz Antranik Haroutiounian, diretor de pesquisa e inovação do Bradesco. Marcelo Câmara, especialista em blockchain do Bradesco, destaca como uma das vantagens do Corda o fato de permitir enviar a informação para o destinatário especifico, enquanto a maior parte das plataformas envia para todos.


@tecnologia @finanças @blockchain

domingo, 10 de junho de 2018

Sem reajustes reais nos combustíveis, agiremos de forma danosa ao País (Décio Oddone)

Neto de um dos primeiros diretores da Petrobras, Décio Oddone, 58 anos, dedicou três décadas de sua vida profissional à estatal antes de assumir, em 2016, a diretoria-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a agência reguladora do setor de combustíveis. Uma de suas missões ali é tornar o Brasil atraente para investidores internacionais – não só os que pretendem explorar jazidas do pré-sal, mas também os interessados em assumir e ampliar a produção das refinarias da estatal petroleira. O fim do monopólio no refino permitiria reduzir a dependência dos derivados importados e, em tese, derrubaria os preços no mercado interno. O desafio se tornou uma complexa amarração política desde a greve dos caminhoneiros. Nesta entrevista a ISTOÉ, Oddone defende a política de reajustes da Petrobras, diz que ninguém reclama do alinhamento de preços internacionais da soja e do trigo, e afirma que o Brasil deixou de receber R$ 1 trilhão em investimentos no setor desde 2010.


O que é mais importante: manter a recuperação da Petrobras ou equilibrar a relação entre produtores e consumidores?

A ANP está preocupada com o ambiente de negócios. Temos um potencial gigantesco no setor de petróleo e gás, incluindo petroquímica e fertilizantes, o que pode atrair R$ 2,5 trilhões nos próximos dez anos. Investimentos anuais de R$ 250 bilhões não cabem no balanço de nenhuma empresa do mundo. Por isso, precisamos que muita gente invista aqui. Os projetos envolvem gasodutos, oleodutos, terminais, refinarias, plataformas, pré-sal e extração em terra. Para que tudo ocorra, precisamos de um ambiente saudável, que seja democrático, respeite os contratos, oferecendo estabilidade e regras claras. Só que vivemos hoje uma situação em que os brasileiros manifestam desconforto com a forma que os repasses dos reajustes dos combustíveis são feitos. Nenhum investidor apostará onde este tipo de situação está sob questionamento.


Como o setor perdeu competitividade?

O setor de petróleo e gás do Brasil está passando pela sua maior transformação em décadas. A Petrobras foi fundada em 1953 e, ao longo de mais de 60 anos, foi a grande protagonista, com monopólio até 1997. Trabalhei na empresa por 30 anos e tenho um orgulho danado disso. Mas hoje é preciso perceber a evolução que ocorreu a partir da quebra do monopólio, com a criação da ANP, os leilões que atraíram empresas de fora, seguido do sucesso da descoberta do pré-sal. Depois, tivemos um período sem rodadas, o que prejudicou a sociedade. Perdemos por não termos continuado com os leilões do pré-sal em 2007 e 2008, enquanto fazíamos a discussão da nova Lei do Petróleo, de 2010. Nesse período, perdemos R$ 1 trilhão em investimentos e arrecadações só em exploração e produção. O reflexo disso é que, a partir de 2013, deixamos de arrecadar cerca de R$ 500 milhões ao ano.

O que é preciso para corrigir o problema?


Felizmente já fizemos a retomada, com os leilões de 2017 sob novas regras, o que transformou o Brasil no principal país na exploração de alto-mar. Esse grande avanço não foi acompanhado no refino. A Petrobras permaneceu monopolista neste segmento, somando 98% da capacidade nacional. Com isso, até hoje vivemos uma situação em que uma só empresa determina os preços dos derivados. O que aconteceu foi que saímos, de 2016 para 2018, de um modelo de formação de preços onde havia controle do governo para outro que criou reajustes sem interferência. Essa opção foi adotada na expectativa de que a Petrobras vendesse refinarias, o que só foi feito em 2018. Por causa disso, entramos em um mercado aberto e competitivo com um monopólio em operação.



A Petrobras permaneceu monopolista no refino, com 98% da capacidade nacional. Até hoje vivemos uma situação em que uma só empresa determina os preços dos derivados 
Obrigar os postos a comprar apenas de uma distribuidora não foi uma decisão cartelizadora? Essa medida não precisaria ser revista em definitivo?


A greve dos caminhoneiros trouxe a necessidade de uma ação imediata da agência. Fomos ágeis ao permitir que uma série de restrições fossem levantadas para facilitar o acesso dos consumidores aos produtos nos postos. Hoje, estudamos revisar novamente as regras. Formamos um grupo de trabalho com o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] onde também discutimos a obrigatoriedade do posto contratar combustível de apenas uma bandeira.

Os postos não poderiam comprar direto das refinarias?

A eficiência dos canais de distribuição é fundamental para o funcionamento de todo o setor. Mudar traria uma série de complicações no controle de qualidade dos produtos e nos tributos. A complexidade do setor criou essa forma de funcionamento.



Como serão garantidos os 46 centavos de desconto?

O desconto ofertado pelas distribuidoras a partir do acordo para encerrar a greve é um processo que leva algum tempo, dadas as limitações que existem nos estoques das distribuidoras e dos postos. Sem contar as atualizações dos cálculos de ICMS nos estados. Tudo isso nos faz estimar que o desconto chegará aos consumidores em uns 15 dias. Ou seja, temos por volta de uma semana para que a cadeia use os estoques antigos e o desconto chegue à bomba.

A ANP tem como fiscalizar os postos e distribuidoras ou terá que pedir ajuda aos estados e outros órgãos?



Trabalhamos com os Procons estaduais e o Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia]. Os fiscais de alguns Procons já estão autorizados a atuar como se fossem da ANP. Isso aumenta nossa força.

Qual seria o melhor resultado para a Tomada Pública de Contribuições, a TPC, anunciada para definir a periodicidade dos aumentos?

O melhor quadro seria aquele que não apresentasse nenhuma interferência. Porém, a prática de reajustes diários da Petrobras se converteu em uma política de preços, já que não há outro agente competindo.



O Brasil sofre com flutuações cambiais. Adotar a Paridade de Preços Internacionais (PPI) para os combustívios nesse cenário não foi arriscado?

Acredito que a PPI seja fundamental para toda a economia. Se não formos capazes de reconhecer a necessidade de aplicar os preços reais internacionais dos combustíveis e derivados, agiremos de forma danosa. O reflexo será o desestímulo ao investimento no Brasil, o que traria consequências graves. Repare que ninguém questiona a aplicação de preços internacionais na soja ou no trigo. O atrelamento dos preços ao mercado internacional está na base do sucesso de qualquer indústria de commodities. Quem tentou algo diferente, fracassou.

Se não houvesse o monopólio da Petrobras, o preço dos derivados seria menor?



Não posso afirmar. Porém, digo que os preços estariam submetidos aos competidores. Enquanto vivermos em situações de monopólio, estaremos sujeitos a crise como essa que vivemos.



O desconto ofertado pelas distribuidoras a partir do acordo para encerrar a greve é um processo que leva algum tempo para chegar às bombas 
Em quanto tempo as novas refinarias vão conseguir ampliar a capacidade interna de refino, reduzindo a necessidade de importações?

Não será no curto prazo. Hoje o Brasil importa de 500 a 600 mil barris diários de derivados e exporta um milhão de barris de petróleo cru. A Empresa de Planejamento Energético tem estimativas de que até 2026 nossa demanda terá aumentado em mais 500 mil barris, ampliando a dependência internacional. Daí a importância de criarmos condições para que os investimentos possam chegar. Lembre também que a precificação do etanol e do biodiesel está atrelada aos derivados de petróleo. Se não adotarmos práticas saudáveis, vamos afetar não só a indústria petrolífera, mas a de biocombustíveis também.

Quando vamos abrir o refino para a iniciativa privada?

A Petrobras está na rua com o projeto de venda de quatro refinarias no Nordeste. Elas foram agrupadas em uma só empresa. O mesmo ocorre com duas refinarias na Região Sul. Quando novos atores entrarem com capital privado, essas refinarias deverão ser ampliadas.

Especialistas sugerem que o governo crie um fundo, a partir dos tributos já cobrados, a fim de manter algum equilíbrio nas flutuações. Essa medida seria exequível?

Existem várias formas de precificação. Canadá e Estados Unidos aplicam a fórmula da livre competição. Esse é o modelo que considero mais adequado para nós, principalmente por precisarmos de grandes investimentos externos. Há outros dois modelos intermediários. No Reino Unido, o preço do combustível é da ordem de 30% do preço final. O resto são impostos, com a diferença de que a tributação não varia junto com os preços. Aqui, alguns impostos, com o ICMS, são calculados em percentuais sobre o preço, o que acaba por alavancar mais ainda as altas. Na Europa, isso nem sempre ocorre dessa forma. Lá, se só a gasolina subir, a parcela de tributo é mantida, o que atenua o peso do aumento. O terceiro modelo, adotado no Chile e no Peru, consiste na criação desse fundo, por meio da qual o estado consegue manter alguma estabilidade no preço final. Esses três modelos são de mercado. Para as companhias, o resultado é indiferente. Advogo pelo modelo de mercado aberto, mas nada impede que a sociedade brasileira adote outra saída. Esta é uma decisão política que não está no âmbito da ANP. Todavia, lembro que não teríamos condições de rapidamente mudar nossa política tributária para um modelo como o britânico. Na prática, o problema é que hoje não temos nem mercado aberto, nem mitigação de tributos.

A adoção de postos de auto-serviço, com os clientes operando bombas, como ocorre nos EUA e Europa, pode reduzir preços finais?

Essa é uma das medidas sugeridas pelo Cade que vamos analisar. Ela engloba uma série de implicações econômicas, sociais e de segurança. Os custos dos postos vão ser reduzidos, mas antes seria preciso investimentos para mudar as bombas. Há também o problema do desemprego criado pela demissão dos frentistas. Tudo isso precisa ser analisado com cuidado, equilíbrio e transparência.


https://istoe.com.br/sem-reajustes-reais-nos-combustiveis-agiremos-de-forma-danosa-ao-pais/

@CEP85