quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Suicídio de doutorando da USP levanta questões sobre saúde mental na pós (FSP)

Fernando Tadeu Moraes - FSP - 27/10/17

Prazos apertados, pouco dinheiro, pressão para publicar artigos, carga de trabalho excessiva, cobranças, solidão. A vida de quem está na pós-graduação não é fácil.

Esses fatores não só trazem dificuldades pessoais e sociais àqueles que optam por seguir carreira acadêmica como também podem gerar consequências graves, como níveis altos de estresse, depressão, ansiedade e outros transtornos.

"É uma questão sobre a qual ainda se fala pouco, embora o mestrado e o doutorado tenham, sim, características que podem desencadear problemas psicológicos ou psiquiátricos", diz Tânia de Mello, coordenadora do Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante da Unicamp.

Em alguns casos, essa combinação pode levar a atos extremos. Há cerca de dois meses um aluno de doutorado do Instituto de Ciências Biomédicas da USP se suicidou no laboratório no qual trabalhava.

Deixou, numa lousa que havia no local, uma mensagem em que dizia estar cansado de tentar, de ter esperança, de viver. O texto terminava com a expressão em inglês "I'm just done" ("para mim, chega", em tradução livre).

Segundo colegas, ele estava próximo da qualificação (exame crucial que precede a defesa da tese) e vinha enfrentando problemas em sua pesquisa. "Ele estava travado. O doutorado dele parecia que não ia", disse um amigo que pediu à reportagem que não o identificasse.

Para Eduardo Benedicto, coordenador do Centro de Orientação Psicológica da USP de Ribeirão Preto, é preciso levar em conta as especificidades de cada caso, mas, algumas situações da pós, sobretudo em indivíduos mais suscetíveis, podem contribuir para o estudante achar que não tem saída e desencadearem, por exemplo, um quadro de ideação suicida.

Mello lembra que as áreas experimentais –como a do estudante que morreu– trazem um complicador a mais. "Às vezes um equipamento quebra, um reagente não chega e o trabalho fica parado. Estar sujeito a circunstâncias que não dependem de você é angustiante."

CRISES DE PÂNICO
Mesmo quando não está ligada a uma situação tão trágica, a rotina às vezes brutal da pós pode causar prejuízos.

Rita (nome fictício), 32, nunca havia tido nenhum transtorno psiquiátrico até entrar na pós, há cinco anos. A carga excessiva de trabalho levou a estudante, hoje doutoranda no Instituto de Biologia da Unicamp, a enfrentar problemas desde o mestrado.

"Eu recebi logo de cara muitas responsabilidades e comecei a achar que não daria conta, que era uma impostora. A impressão que eu tinha era a de que esperavam de mim mais do que eu poderia dar. Cheguei a pensar em suicídio."

Após buscar ajuda psicológica e psiquiátrica –dentro e fora da universidade–, Rita superou a crise e conseguiu concluir o mestrado.

No doutorado, os problemas reapareceram. As responsabilidades se tornaram ainda maiores e os prazos mais apertados. "Eu entrei em desespero. Tive crises de pânico. Sofria com insônia e não conseguia levantar de manhã."

Os sintomas, hoje, estão sob controle, mas Rita conta que a doença deixou sequelas. "Terminei o mestrado há três anos e até hoje não consegui abrir a minha dissertação".

Segundo a estudante, problemas como o que ela enfrentou são encarados, dentro do ambiente acadêmico, como uma fraqueza. "Te tratam como se você não estivesse aguentando a pressão, não tivesse maturidade para o curso".

As dificuldades a fizeram ainda repensar sua situação profissional. "Por mais que eu goste das coisas que eu estudo, tenho sérias dúvidas, não sei se devo continuar num meio que me machuca."

ORIENTADOR

Uma das figuras centrais para todo aluno da pós-graduação é o orientador, o professor incumbido de ajudá-lo a concluir a tese e prepará-lo para a pesquisa acadêmica.

Para Benedicto, seria importante que os orientadores estivessem atentos às dificuldades de seus alunos. "Verificamos, porém, que poucos têm essa perspectiva. Em geral, eles enfatizam a produção do estudante e o pressionam para que atinja os resultados esperados".

Mas o oposto, isto é, o orientador ausente, pode ser tão prejudicial quanto o exigente demais. "Eu escuto muitos alunos angustiados porque queriam alguém que lhes desse um cronograma de atividades, um prazo para fazer as coisas", diz Tânia de Mello.

"Não se trata de transformar a figura do orientador num terapeuta, mas me parece fundamental que ele tenha sensibilidade às características de cada aluno", diz Benedicto.

CRISE ECONÔMICA

As incertezas quanto ao futuro profissional, que acompanham quase todo estudante de pós-graduação, tornam-se ainda mais agudas num momento de crise como o atual, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem.

Neste ano, os recursos para a ciência, que já vinha em rota descendente, foram cortados em cerca de 40%, tornando-se os menores em mais de uma década.

Além disso, as universidades federais têm reduzido drasticamente as obras, atividades de pesquisas e concursos para novos docentes.

Do R$ 1,5 bilhão inicialmente previsto no orçamento para as federais investirem –valor um terço menor do que 2016–, apenas 60% foram liberados até o momento.

"Vejo os estudantes mais ansiosos diante dessa política de cortes. As agências de fomento têm restringido as bolsas e isso os afeta diretamente, inclusive o próprio envolvimento com o trabalho. Isso também os deixa com uma perspectiva pessimista em relação às possibilidades da carreira acadêmica", diz Eduardo Benedicto, psicólogo da USP de Ribeirão Preto.

Tânia de Mello, psiquiatra da Unicamp, vai na mesma linha. "Percebemos no atendimento ao estudante como a conjuntura econômica os deixa ansiosos e angustiados".

Trata-se de uma situação enfrentada pela pesquisadora Luciana Franci, 31, que hoje faz pós-doutorado –atuando como pesquisadora– na Universidade Federal do Paraná.

Franci, especialista na área de biologia vegetal, conta que, embora não tenha tido maiores problemas durante o doutorado, teve crises graves de depressão e ansiedade após o término do curso, em fevereiro de 2016.

"Bateu aquela incerteza sobre o que eu faria a seguir, já que os concursos nas universidades estavam parados e as bolsas de pós-doutorado não estavam sendo concedidas. Tive uma sensação de estagnação, de ter perdido tempo fazendo doutorado".

Ela diz que, então, teve de voltar por um período para a casa dos pais e caiu em depressão profunda, sem conseguir sair de casa ou conversar com as pessoas por semanas.

Hoje, contudo, está melhor. "Estou fazendo um tratamento com psiquiatra há mais de um ano."

A pesquisadora conta que a desolação quanto ao futuro é muito comum entre seus colegas. "Não temos perspectiva de que o cenário vá melhorar nos próximos anos. Vejo muita gente na pós-graduação se perguntando 'para onde isso vai?', ' o que vou fazer depois?'".

Tânia de Mello aponta que existe muita oferta e estímulo para estudantes cursarem a pós-graduação, mas que não se está parando para pensar nas perspectivas da carreira acadêmica.

ESTATÍSTICAS

Apesar da importância do tema, há poucas pesquisas sobre a influência da pós-graduação sobre a saúde mental dos estudantes. Uma delas foi feita com alunos da UFRJ e publicada em 2009 no periódico "Psicologia em Revista".

Após entrevistas com 140 estudantes de todos os centros da universidade carioca, os pesquisadores concluíram que 58,6% dos alunos apresentavam níveis médio e alto de estresse.

Um estudo publicado neste ano na Bélgica com quase 3.700 estudantes de doutorado mostrou que um terço deles estava sob alto risco de desenvolver uma patologia como a depressão. A taxa, segundo a pesquisa, é mais do que o dobro da apresentada por grupos de comparação fora da universidade.

Tânia de Mello diz que, embora seja difícil extrapolar tais resultados para os estudantes daqui, todos os fatores considerados no artigo como debilitadores da saúde mental do aluno de doutorado estão presentes na realidade brasileira.

Ela acrescenta ainda um dado a mais que compõe o quadro nacional: "a vulnerabilidade socioeconômica de alunos que não têm as bolsas aumentadas há anos".

O governo federal paga, desde 2013, R$ 1.500 para estudantes de mestrado e R$ 2.200 para os de doutorado, por sua dedicação exclusiva à pesquisa.

 

COMO FOI A SUA PÓS-GRADUAÇÃO?
Mande seu relato
Muitos pós-graduandos enfrentam estresse, depressão, ansiedade e outros transtornos mentais durante o mestrado ou doutorado. É o seu caso? Conhece alguém que passou por alguma dessas situações? Mande seu relato para a gente (ele pode ser anônimo): saude@grupofolha.com.br


http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2017/10/1930625-suicidio-de-doutorando-da-usp-levanta-questoes-sobre-saude-mental-na-pos.shtml

Também:
https://www.nytimes.com/2015/08/02/education/edlife/stress-social-media-and-suicide-on-campus.html

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Vídeo: show de instrumental com a voz


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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Por que desconfiar de artigos científicos (FSP)

Gabriele Alves (FSP, 24/08/2015)
Nos últimos tempos o mundo científico tem passado por uma crise ética com a erupção de uma série de casos de fraude, como adulteração de resultados e até mesmo plágio de artigos.
 

O fenômeno não é só brasileiro, mas mundial. Um dos casos emblemáticos é o da pesquisa liderada pela cientista japonesa Haruko Obokata.Ela poderia ter ganhado o Nobel, se seus trabalhos não fossem fraudes: seria possível criar células-tronco de uma maneira fácil, recorrendo apenas ao estresse mecânico e alterando a acidez do líquido nutritivo fornecido às células.
 

Os trabalhos haviam sido publicados pela revista "Nature" e depois foram retratados. Seria revolucionário, de fato. A desdiferenciação celular –transformação de células ordinárias, como as do fígado ou da pele, em células-tronco– é uma das apostas das ciências biomédicas para futuros tratamentos de doenças como
infarto, alzheimer e diabetes.


Os cientistas japoneses, no entanto, foram pegos pela mania de grandeza. Em uma área com grande impacto na medicina, era óbvio que alguém iria testar o que estava ali descrito e questionar o porquê de não conseguir replicar os resultados.
Em trabalhos com menos impacto, os erros –intencionais ou não– às vezes nunca são encontrados.
Em artigos de biologia molecular, muitas vezes o problema são as imagens apresentadas –algumas manchas em papeis que permitem inferir a quantidade de uma determinada proteína em amostras biológicas, por exemplo.
Manchas mais escuras, mais proteína; menos escuras, menos proteína. É fácil fabricar resultados de acordo com o que se deseja mostrar –por isso o artigo científico pressupõe, acima de tudo, que há honestidade em quem o escreve.


Antes da publicação em uma boa revista, o artigo quase sempre é lido e avaliado por um ou mais revisores. Os resultados podem ser questionados e contraprovas podem ser solicitadas, mas quase nunca os experimentos serão repetidos.
Dessa forma, desconsiderando a barreira moral, todos os cientistas são fraudadores em potencial: eles sabem o que as revistas querem e o que vai fazer um trabalho saltar aos olhos de seus colegas.
No entanto, quase nunca compensa arriscar a carreira por reconhecimento internacional instantâneo e um bom punhado de citações.


Nesse sentido fraudes em artigos não são diferentes de outras formas de corrupção: só valeria a pena se a desonestidade fosse pequena o suficiente para ninguém perceber. Erros e fraudes estão acontecendo a todo instante, e o único juiz em que se pode
confiar é o tempo. O conselho para cientistas, jornalistas e o público em geral não comprarem gato por lebre é o mesmo que se dá para investidores: nunca aposte suas fichas em um único trabalho (ou em um único cientista).


Pelo menos não imediatamente.


http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/08/1672598-por-que-desconfiar-de-artigos-cientificos.shtml

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domingo, 26 de novembro de 2017

Os verdadeiros donos do mundo (Robson Pandolfi)

Os verdadeiros donos do mundo
A economia vive a maior crise em 80 anos. Ao mesmo tempo, o número de bilionários dobrou. Entenda por que - e os efeitos sobre a sua vida.

Por Robson Pandolfi Publicado em 26 jan 2015, 00h00 

REPORTAGEM ANDREAS MULLER, RICARDO LACERDA, ROBSON PANDOLFI E BRUNO GARATTONI
As 67 pessoas mais ricas do mundo têm US$ 1,72 trilhão. Tanto dinheiro quanto os… 3,5 bilhões mais pobres. Metade de toda a humanidade.
Em 2014, um grupo de 130 pessoas se reuniu em Copenhague, capital da Dinamarca. Discutiram assuntos como economia global, mudanças climáticas, guerras. Fizeram previsões, debateram, traçaram estratégias. Parecia uma assembleia da ONU. Mas era um encontro do Grupo de Bilderberg: organização criada em 1954 para reunir as pessoas mais poderosas do planeta. Seu encontro anual, que não é aberto a ninguém da imprensa, reúne multibilionários e chefes de Estado e de Exércitos (este ano, os destaques foram o líder supremo da OTAN, aliança militar presente em 28 países, e o diretor-geral da NSA, a superagência de espionagem americana). “Estamos falando de uma rede global, mais poderosa do que qualquer país, e determinada a controlar a humanidade”, diz o russo Daniel Estulin, autor de um livro sobre o grupo. Ele pode estar exagerando um pouco. Mas é fato que os ultrarricos nunca tiveram tanta força. A economia mundial patina e não consegue se recuperar da megacrise de 2008, a maior dos últimos 80 anos. Ela começou com quebras de grandes bancos nos EUA, que deixaram um rombo estimado em US$ 2,7 trilhões, e se espalhou pelo planeta, gerando grandes ondas de desemprego e recessão – da qual as principais economias do mundo ainda não se recuperaram. Mas mesmo assim, em plena tempestade, o número de bilionários dobrou. Agora um pequeno grupo, com as 67 pessoas mais ricas do mundo, tem tanto dinheiro quanto os 3,5 bilhões de humanos mais pobres. É como se, financeiramente, metade do planeta coubesse dentro de um ônibus. A desigualdade de renda explodiu, e está se aproximando dos níveis que antecederam a Primeira Guerra Mundial. E isso tende a ser um problema para quase todo mundo.

Mas antes: como chegamos a esse ponto? Afinal, se o mundo está em crise, todos perdem, certo? Mais ou menos. Na verdade, as crises têm o poder de concentrar renda, deixar os ricos mais ricos. E é fácil entender o porquê. Quando as coisas apertam, pessoas e empresas são obrigadas a se desfazer do seu patrimônio. Vendem imóveis pela metade do preço, liquidam ações por menos do que valem e, claro, saem perdendo. Quem ganha são uns poucos – que têm dinheiro para comprar tudo isso. “Para cada novo milionário, há muito mais gente que perde dinheiro. Em geral, quem mais sofre são os pobres e a classe média”, diz Rodolfo Olivo, professor de finanças da USP. Os mais ricos compraram ações e empresas pagando pouco, logo no estouro da crise, e ganharam com isso. De 2009 para cá o índice Dow Jones, que mede as principais ações das bolsas americanas, subiu 149%.
Ao mesmo tempo em que aumentava a concentração de renda, a crise emperrou as economias e instigou movimentos como o Occupy Wall Street – que começou como um protesto de 100 mil pessoas no centro financeiro de Nova York e chegou a 1.500 cidades pelo mundo.
Tudo isso teve uma consequência inédita: fez um livro de economia virar best -seller. O Capital no Século XXI, escrito pelo economista francês Thomas Piketty, é um catatau de quase 700 páginas, que analisa as economias de 20 países ao longo de mais de um século. É denso, complexo, difícil de ler. Mas se tornou número 1 na Europa e nos EUA, com centenas de milhares de cópias vendidas. No Brasil, foi lançado em novembro e imediatamente alcançou o segundo lugar (só perdendo para a biografia do líder religioso Edir Macedo). Piketty tem chamado a atenção – e causado furor – porque demonstrou, com estatísticas, que a desigualdade social está aumentando. E apresentou uma explicação para esse fenômeno.
O contraste entre ricos e pobres não surge do nada. Ele vem de uma força elementar: a diferença entre o capital e o trabalho. O capital (dinheiro, imóveis, fábricas, ações, bens) pode ser investido e gerar mais capital. Já o trabalho não tem esse poder multiplicador. E aí, diz Piketty, r > g. Essa fórmula, que foi inventada por ele, é bem simples. O “r” é o ganho médio que o capital consegue obter em um ano, por meio de investimentos. Já o “g” representa a taxa de crescimento da economia. Ou seja: se r é maior que g, quem tem capital para investir sempre ganha mais do que a economia como um todo. E fica com uma fatia cada vez maior do bolo. Já quem trabalha e recebe salário, ou seja a maioria das pessoas, fica com menos. E como dizia o refrão daquela música, “o de cima sobe e o de baixo desce”.
Nem sempre foi assim. Entre as décadas de 1950 e 1970, o processo foi inverso. O crescimento da economia era maior que o ganho dos investimentos (ou seja, g > r). O mercado financeiro lucrava menos do que a `economia real¿, embalada pela reconstrução da Europa e a explosão de prosperidade nos EUA. A desigualdade diminuiu. Mas a onda virou, e a distância entre ricos e pobres voltou a crescer.
No final dos anos 70, os presidentes das 350 maiores companhias do mundo ganhavam, em média, 30 a 40 vezes mais que os funcionários de base. Hoje, a diferença de salário entre o presidente e o peão passa de 300 vezes. Nos Estados Unidos, o salário médio dos trabalhadores encolheu de US$ 4 mil para US$ 2.750 (em valores reais, descontando a inflação do período) entre 1978 e 2010. Já a remuneração do 1% mais rico disparou: foi de US$ 25 mil para US$ 83 mil.
No Brasil, a concentração de renda caiu nos últimos 20 anos. Mas ainda é brutal. Somos o 13º país mais desigual do mundo (veja quadro na página 40), só perdendo para nações muito pobres, como Botsuana, Namíbia e Haiti. “Quanto maior é a desigualdade, mais altas são as taxas de homicídio, de uso de drogas, mortalidade infantil, doenças psiquiátricas e até de obesidade”, diz Richard Wilkinson, diretor da ONG britânica The Equality Trust. Reduzir a diferença entre ricos e pobres não é apenas uma questão humanitária ou ideológica. É importante para a saúde da própria economia. E quem diz isso não são pregadores esquerdistas: é o Fundo Monetário Internacional, que publicou um estudo mostrando como a desigualdade extrema tende a gerar crises, e o World Economic Forum – que reúne 700 líderes econômicos globais e este ano elegeu a desigualdade como o grande problema do mundo atual. Até o papa Francisco andou palpitando a respeito: para ele, a desigualdade “provocará uma explosão da violência” no mundo se não for contida.

O DINHEIRO NO PODER
Os donos do mundo aproveitaram a crise e exploraram a diferença entre capital e trabalho para aumentar suas fortunas. Mas também podem recorrer a outros meios, como a política. A história está recheada de casos de multibilionários que usaram suas fortunas para moldar o destino da humanidade – e ficaram ainda mais ricos fazendo isso. No século 19, o banqueiro Nathan Rothschild foi o grande instigador da derrota de Napoleão na batalha de Waterloo. Ele comprou a maior parte dos títulos emitidos pelo Exército inglês para financiar a guerra. Cheio de dinheiro, e portanto de armas, o Exército foi ao front e venceu. Rothschild foi a primeira pessoa na Inglaterra a ficar sabendo. Sem avisar ninguém, saiu vendendo seus títulos. Os outros investidores acharam que a Inglaterra tinha perdido a guerra, e também venderam os titulos que possuíam. Isso derrubou os preços deles. Rothschild aproveitou para recomprar tudo, pagando baratíssimo. No dia seguinte, quando o resto do país foi informado da vitória, o valor dos papéis disparou. E Rothschild multiplicou sua fortuna em 20 vezes. Ela chegou a US$ 350 bilhões, em valores atuais. Dá mais de quatro Bill Gates.
Hoje, a influência dos überricos na política é mais sutil, mas igualmente forte. Um bom exemplo é o Tea Party, que surgiu nos Estados Unidos em 2009 – à primeira vista, como movimento popular. De repente, milhares de americanos estavam nas ruas para protestar contra coisas que os incomodavam. Só que ninguém estava reclamando da falta de saúde ou educação, ou de 20 centavos a mais na passagem do ônibus. As reivindicações eram mais ao gosto de empresários e banqueiros: redução de impostos, liberação nas emissões de CO2 (que, segundo o Tea Party, não é o responsável pelo aquecimento global) e fim do sistema de saúde gratuito que Barack Obama tentava implantar nos EUA.
Com inclinações tão ostensivas, era difícil que a máscara não caísse. A imprensa americana logo descobriu que, na verdade, o Tea Party tinha sido criado e era financiado pelos irmãos David e Charles Koch – que estão entre as dez pessoas mais ricas do mundo. Só neste ano, eles já compraram 43.900 espaços publicitários em TVs e rádios dos Estados Unidos para difundir mensagens políticas e apoiar determinados candidatos. Quando foram flagrados como criadores do movimento, os irmãos Koch não se abalaram. Admitiram tudo, e disseram que seu objetivo é melhorar a “qualidade de vida” da sociedade.
No Brasil, são notórios os casos de empresas ou de milionários que dão dinheiro para financiar partidos políticos: são as controversas doações de campanha. Nas últimas eleições, elas ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão, segundo o TSE. As dez empresas que mais doaram (JBS, Bradesco, Itaú, OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia, Queiroz Galvão, Vale e Ambev) financiaram 70% de todos os deputados federais eleitos – 360 de 513, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo.
As doações são permitidas por lei. Mas podem causar distorções. Imagine que você foi eleito deputado. Certo dia, sua secretária avisa que há duas pessoas esperando você. Uma é um cidadão qualquer. A outra é um empresário que doou alguns milhões para a sua campanha (e de cuja ajuda você vai precisar na próxima eleição). “Quem você se sentiria mais pressionado a receber?”, pergunta Claudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil. “Os grandes doadores exercem uma pressão muito maior sobre os políticos.” Uma possível saída seria limitar ou proibir as doações privadas e financiar as campanhas com dinheiro público, como já acontece em países como Suécia e França. Isso ajudaria a conter a influência dos empresários. Mas a medida também tem seu lado polêmico, pois consumiria recursos públicos. O valor do financiamento poderia ser fixado por lei, obrigando as campanhas a gastar menos do que hoje. Isso enfrentaria grande resistência da classe política, e o financiamento público não é uma panaceia – pois candidatos mal-intencionados sempre poderiam receber dinheiro por fora, por meio de caixa 2.
De toda forma, quem tem força econômica nem sempre precisa manipular os políticos. Às vezes, pode obrigá-los a fazer as coisas. Como o megainvestidor George Soros, 24º. homem mais rico do mundo. Ele fez fortuna comprando e vendendo ações e títulos do mercado financeiro – doa a quem doer. Sua maior demonstração de poder foi a quebra do Banco da Inglaterra. O banco, que foi fundado no século 17, é o equivalente inglês ao nosso Banco Central. Controla a economia e a moeda. Em 1992, a Inglaterra tinha feito um pacto com outros países da Europa. Ela se comprometeu a manter sua moeda, a libra esterlina, numa cotação igual ou superior a 2,77 marcos alemães (o euro ainda não existia). Se o valor caísse abaixo disso, o Banco da Inglaterra era obrigado a intervir. O objetivo era reduzir as oscilações econômicas na Europa. Mas Soros viu nisso uma grande oportunidade para lucrar.
Sem chamar a atenção, ele foi pegando empréstimos e comprando libras esterlinas. Acumulou o equivalente a US$ 10 bilhões. Aí, no dia 16 de setembro de 1992, vendeu todas. Jogou tudo de uma vez no mercado. Como havia excesso de libras, a cotação delas despencou. Em pânico, o Banco da Inglaterra tentou aumentar os juros e comprar libras para defender a moeda. Mas Soros era mais forte. O governo inglês foi obrigado a abaixar a cabeça e aceitar a desvalorização da libra. No dia seguinte Soros recomprou, pagando menos, tudo o que tinha vendido – e ganhou US$ 1 bilhão com isso. O episódio ficou conhecido como “Quarta-feira Negra”. “Os grandes acertos de Soros foram saber quem iria perder”, escreve o historiador Niall Ferguson em A Ascensão do Dinheiro – A História Financeira do Mundo (Editora Planeta). Naquela ocasião, o perdedor foi a Inglaterra. Mas não foi o único caso do tipo. Esse jogo, em que grandes investidores forçam os países a desvalorizar suas moedas, começou na Tailândia, se espalhou por vários países da Ásia, chegou à Rússia e veio parar no Brasil. Em 1999, depois de sofrer um ataque similar, o Banco Central foi obrigado a abandonar o sistema de bandas cambiais, que estipulava uma variação máxima para a cotação do real.
E aí está outro problema da superconcentração de renda: ela permite que megainvestidores, como Soros, tenham força para mexer com a moeda de um país inteiro. Hoje, estima-se que haja mais de US$ 600 trilhões aplicados no mercado financeiro, dez vezes mais do que na chamada “economia real”. O dinheiro que fica dentro do mercado, e não é investido em empresas e projetos, só serve para fabricar mais dinheiro. Não movimenta a economia. “Não contribui para a inovação, a capacidade empresarial, a criação de empregos”, diz o economista Evilásio Salvador, professor da Universidade de Brasília.

A UNIÃO FAZ A FORÇA
Os ultrarricos nem sempre exercem seu poder na política, ou no mercado financeiro. Eles também influem sobre as coisas que você compra. Os produtos e serviços são fornecidos por um número cada vez menor de empresas – porque elas estão se juntando umas às outras. Entre 2002 e 2005, o Brasil teve uma média de 384 fusões e aquisições por ano, segundo estudo da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC). De 2006 a 2009, essa média subiu para 646. De 2010 a 2013, chegou a 783. A concentração empresarial está acontecendo no mundo inteiro, em todos os setores da economia. Por exemplo: no final dos anos 50, a França tinha 20 montadoras de automóveis. Hoje, apenas duas (Renault e Peugeot-Citroën), que foram absorvendo as demais. Na Itália, eram 19. Hoje, só uma (Fiat). Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, estudaram as 43 mil maiores empresas do mundo – e mapearam todas as relações entre elas. Descobriram que um grupo muito pequeno manda numa parte enorme da economia global. “1% das empresas controla 40% de toda a rede”, diz James Glattfelder, um dos autores do estudo.
A concentração empresarial não é necessariamente ruim, mas pode ser. Imagine se só existisse uma marca de creme dental, por exemplo. Ela poderia cobrar bem caro e você seria obrigado a pagar, porque precisa escovar os dentes. Na prática, isso não tem acontecido. O mercado brasileiro de cerveja, por exemplo, é dominado pela AmBev (que tem 67,5%). Ela surgiu da fusão entre Brahma e Antarctica, as duas maiores cervejarias do País. Mas desde que foi criada, em 1999, os reajustes no preço da cerveja estiveram próximos da inflação, sem aumentos abusivos. “Hoje a concorrência é muito maior do que no passado”, diz o economista Rogério Gollo, especialista em fusões e aquisições da PwC. Com os carros, aconteceu a mesma coisa. Mesmo havendo menos fabricantes, os preços não subiram. A concentração empresarial não está doendo no seu bolso, pelo menos não ainda. Mas uma coisa está.

EFEITO MATEUS
Os impostos. Quando pensamos neles, costumamos pensar no governo: o dinheiro que ele arrecada e os serviços públicos, como saúde e educação, que fornece em troca. O que pouca gente sabe é que, no Brasil, os ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que o resto da sociedade. Soa incrível, mas é verdade. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra o que acontece. Uma pessoa que ganha dois salários mínimos por mês gasta 53,9% da sua renda com impostos, que estão embutidos nos produtos que ela compra. Tem de trabalhar 197 dias por ano só para pagar impostos. Já alguém que recebe 30 salários mínimos paga apenas 29% – e trabalha 106 dias, quase a metade do tempo, para sustentar o governo (veja quadro na página ao lado).
Isso acontece porque, ao contrário do que acontece em países desenvolvidos, os impostos brasileiros estão mais concentrados nos produtos que as pessoas compram, e não no dinheiro que elas ganham. E essa característica é uma máquina de produzir desigualdade: porque os impostos tomam mais dinheiro daqueles que menos têm. “Isso onera os mais pobres, tornando-os mais pobres ainda”, diz Evilásio Salvador, da Universidade de Brasília. É o que os economistas chamam de Efeito Mateus (uma referência à passagem bíblica Mateus 25, 14-30: “Porque àquele que tem lhe será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado”).
Inverter essa lógica é difícil – afinal, os mais ricos têm poder para pressionar os políticos. Mas até alguns deles se dizem dispostos a mudar. O megainvestidor Warren Buffet, terceiro homem mais rico do mundo, sugeriu um plano ao presidente dos EUA. A proposta, que ficou conhecida como “The Buffett Rule” (Regra Buffett), criava um imposto de renda de pelo menos 30% sobre quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano. Isso só afetaria 0,3% das pessoas. Mas arrecadaria US$ 36 bilhões. É um oceano de dinheiro (mais que todo o orçamento do Ministério da Educação brasileiro). A proposta foi à votação no Congresso, e perdeu. Segundo uma pesquisa da CNN, 72% dos americanos eram a favor dela.
Se nada mudar, a desigualdade no mundo tende a continuar crescendo (pois r > g, lembra?). É difícil prever as consequências disso. Mas uma delas pode ser a radicalização política. Um estudo feito por três universidades americanas (Columbia, Houston e Princeton) constatou que, quanto maior a desigualdade econômica num país, mais forte tende a ser a divisão entre os seus grupos de esquerda e de direita. E a história sugere que a superconcentração de recursos pode acabar em algum tipo de tumulto.
Já aconteceu. Houve um país que passou por um processo muito forte, e muito acelerado, de concentração de renda. Em apenas cinco anos, a fatia do bolo pertencente ao 1% mais rico cresceu 50%. A renda das demais pessoas caiu a ponto de prejudicar sua alimentação – e aumentar a mortalidade infantil em 16% em determinadas regiões do país. Seu líder fazia discursos cada vez mais inflamados, nos quais se dizia “inimigo do capitalismo”. Essa nação era a Alemanha. Seu líder, Adolf Hitler. A consequência, a Segunda Guerra Mundial.
Os 67 ultrarricos
(1) Bill Gates
US$ 80,9 BI – Microsoft – EUA
(2) Carlos Slim Helu & família
US$ 78,7 BI – América Móvil – México
(3) Warren Buffett
US$ 68,4 BI – Berkshire Hathaway (investimentos) – EUA
(4) Amancio Ortega
US$ 58,1 BI – Zara – Espanha
(5) Larry Ellison
US$ 48,8 BI – Oracle (software) – EUA
(6) Charles Koch
US$ 41,9 BI – Koch Industries (energia) – EUA
(7) David Koch
US$ 41,9 BI – Koch Industries – EUA
(8) Christy Walton & família
US$ 37,9 BI – Walmart – EUA
(9) Jim Walton
US$ 36,6 BI – Walmart – EUA
(10) Mark Zuckerberg
US$ 35,5 BI – Facebook – EUA
(11) Alice Walton
US$ 35,1 BI – Walmart – EUA
(12) S. Robson Walton
US$ 35,1 BI – Walmart – EUA
(13) Michael Bloomberg
US$ 34,5 BI – Bloomberg (mídia) – EUA
(14) Liliane Bettencourt & família
US$ 34.2 BI – L¿Oreal – França
(15) Sheldon Adelson
US$ 32,1 BI – dono de cassinos – EUA
(16) Li Ka-shing
US$ 31,3 BI – portos e empresas de plástico – Hong Kong
(17) Stefan Persson
US$ 30,4 BI – H&M (roupas) – Suécia
(18) Bernard Arnault & família
US$ 30,2 BI – LVMH (Louis Vuitton) – França
(19) Larry Page
US$ 29,9 BI – Google – EUA
(20) Sergey Brin
US$ 29,5 BI – Google – EUA
(21) Jeff Bezos
US$ 26,9 BI – Amazon – EUA
(22) Carl Icahn
US$ 25,5 BI – investidor – EUA
(23) Michele Ferrero & família
US$ 25 BI – Grupo Ferrero (chocolates) – Itália
(24) George Soros
US$ 24 BI – INVESTIDOR – EUA
(25) David Thomson & família
US$ 24 BI – Thomson Reuters (mídia) – Canadá
(26) Forrest Mars Jr.
US$ 23,1 BI – Mars INC. (CHOCOLATES) – EUA
(27) Jacqueline Mars
US$ 23,1 BI – Mars Inc. – EUA
(28) John Mars
US$ 23,1 BI – Mars Inc. – EUA
(29) Aliko Dangote
US$ 23 BI – Dangote Group (açúcar) – Nigéria
(30) Lee Shau Kee
US$ 22,4 BI – dono de hotéis e imóveis – Hong Kong
(31) Steve Ballmer
US$ 22,3 BI – Microsoft – EUA
(32) Mukesh Ambani
US$ 21,8 BI – Reliance Industries (energia e telecom) – Índia
(33) Al-Waleed Bin Talal Alsaud
US$ 21,5 BI – família real – Arábia Saudita
(34) Jorge Paulo Lemann
US$ 21,5 BI – 3G Capital (controladora da ambev) – Brasil
(35) Phil Knight
US$ 21,4 BI – Nike – EUA
(36) Michael Dell
US$ 21,1 BI – Dell – EUA
(37) Jack Ma
US$ 21 BI – Alibaba Group (comércio eletrônico) – China
(38) Len Blavatnik
US$ 19,7 BI – investidor – EUA
(39) Dilip Shanghvi
US$ 17,9 BI – Sun Pharmaceutical Industries – Índia
(40) Leonardo Del Vecchio
US$ 17,8 BI – Luxottica (óculos) – Itália
(41) Alisher Usmanov
US$ 17,5 BI – USM Holdings (mineração) – Rússia
(42) Tadashi Yanai & família
US$ 17,1 BI – Fast Retailing (varejo) – Japão
(43) Paul Allen
US$ 17 BI – Microsoft – EUA
(44) Masayoshi Son
US$ 16,8 BI – Softbank – Japão
(45) Michael Otto & família
US$ 16,6 BI – Otto GmbH & Co (varejo) – Alemanha
(46) Laurene Powell Jobs & família
US$ 16,6 BI – Apple, Disney – EUA
(47) Theo Albrecht Jr & família
US$ 16,5 BI – Trader Joe¿s (varejo) – Alemanha
(48) Charles Ergen
US$ 16,2 BI – Dish Network (TV por assinatura) – EUA
(49) Robin Li
US$ 16,1 BI – Baidu (internet) – China
(50) Gina Rinehart
US$ 15,9 BI – Hancock Prospecting (minérios) – Austrália
(51) Anne Cox Chambers
US$ 15,8 BI – Cox Enterprises (mídia) – EUA
(52) Mikhail Fridman
US$ 15,7 BI – Alfa-Bank – Rússia
(53) Joseph Safra
US$ 15,5 BI – Banco Safra – Brasil
(54) Viktor Vekselberg
US$ 15,4 BI – Renova Group (energia e telecom) – Rússia
(55) Susanne Klatten
US$ 15,3 BI – BMW – Alemanha
(56) Donald Bren
US$ 15,3 BI – Irvine Company (imóveis) – EUA
(57) Ray Dalio
US$ 15,2 BI – Bridgewater Associates (investimentos) – EUA
(58) Luis Carlos Sarmiento
US$ 15,1 BI – Grupo Aval (banco) – Colômbia
(59) Pallonji Mistry
US$ 15,1 BI – Shapoorji Pallonji Group (construção) – Índia/Irlanda
(60) Azim Premji
US$ 15,1 BI – Wipro (tecnologia) – Índia
(61) German Larrea Mota Velasco & família
US$ 14,8 BI – Grupo Mexico (mineração) – México
(62) Dieter Schwarz
US$ 14,7 BI – Schwarz Group (varejo) – Alemanha
(63) Ma Huateng
US$ 14,7 BI – Tencent (internet) – China
(64) Harold Hamm
US$ 14,6 BI – Continental Resources (energia) – EUA
(65) Lui Che Woo
US$ 14,5 BI – Galaxy Entertainment (hotéis e casinos) – Hong Kong
(66) Thomas & Raymond Kwok & família
US$ 14,5 BI – Sun Hung Kai (imóveis)Properties – Hong Kong
(67) Lakshmi Mittal
US$ 14,5 BI – ArcelorMittal (mineração e aço) – Índia


https://super.abril.com.br/comportamento/os-verdadeiros-donos-do-mundo/

@economia

Vídeo: carros elétricos (TESLA)


@tecnologia @automobilismo

sábado, 25 de novembro de 2017

Vídeo: carro automático (futuro próximo)


@tecnologia @robótica

Amazônia como “moeda” : tema-chave para Brasil na Conferência do Clima (Helena Borges)


Helena Borges - 8/11/17
A DELEGAÇÃO BRASILEIRA chegou rachada à 23ª Conferência do Clima da ONU (COP23), que começou nesta segunda (6). No centro do cabo de guerra estabelecido entre os dois grupos de porta-vozes brasileiros está a Amazônia e o posicionamento histórico do Brasil de deixar suas florestas fora do mercado de carbono — espécie de “bolsa de valores verde” que possibilita que empresas poluidoras paguem por ações de compensação aos estragos feitos ao planeta.

De um lado, políticos dos estados amazônicos, grandes empresas e representantes de países nórdicos querem que os “serviços ambientais” prestados pelas florestas sejam precificados. Do outro, ativistas sociais e o corpo técnico dos ministérios do Meio Ambiente e de Relações Exteriores afirmam que a prática não é eficaz no combate ao aquecimento global e vulnerabiliza o controle da terra.

O mundo inteiro pelo clima?

A conferência é uma reunião internacional anual organizada pela ONU que busca desenhar medidas que controlem minimamente os avanços do aquecimento global. A edição deste ano começou com um clima de derrota. É o primeiro encontro desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu retirar o país do Acordo de Paris.

Firmado em 2015 e amplamente celebrado à época por ter conseguido o compromisso inédito de reduzir emissões de gases em todos os 195 países envolvidos, o tratado internacional é flexível. Cada país participante determina seus próprios objetivos e estratégias para alcançá-los. O documento de Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC, na sigla em inglês) do Brasil, por exemplo, promete reduzir, até 2025, as emissões de gases de efeito estufa em 37% em relação aos níveis de 2005.

A meta do conjunto é permitir que a temperatura do planeta respeite o limite máximo de 2ºC de aquecimento até 2100.

A meta do conjunto é permitir que a temperatura do planeta respeite o limite máximo de 2ºC de aquecimento até 2100. Há especialistas que pressionam por 1,5ºC, mas as estimativas atuais são de que, se o ritmo atual for mantido, o aumento será até maior que a meta: 3ºC pelo menos.

O relatório de abertura do evento alertou para o cenário negativo do futuro e para os sinais do presente: vivemos um momento recorde em desastres naturais, combinado ao aumento do nível do mar e da concentração de carbono, principal substância entre as que provocam o efeito estufa, na atmosfera. Ao anunciar os novos dados, o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial Petteri Taalas afirmou ser “urgente” aos países “elevar o nível de ambição se queremos cumprir seriamente os objetivos do Acordo de Paris“.

23ª Conferência do Clima acontece em Bonn, na Alemanha. 

Dois lados da “moeda verde”

O mercado de carbono surgiu com o Protocolo de Quioto, que foi criado em 1997 mas que só entrou em vigor em 2005, após mais da metade dos países signatários ratificar o acordo.

A regra é a seguinte: cada tonelada de gás carbônico não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento pode ser negociada como “crédito” junto a países que poluem mais. Essa troca é chamada de “offset”. As florestas são reconhecidos “sumidouros” de carbono, por conta da absorção pelas árvores. Por isso, o cálculo é de que, se o Brasil entrar nesse mercado, as florestas nacionais podem render US$ 70 bilhões ao país em dez anos.

No entanto, a legislação brasileira proíbe o “offset florestal”, ou seja, o uso da flora brasileira para compensar danos ao meio ambiente causados por outros países ou por empresas.

Os ambientalistas brasileiros se dividem sobre essa posição. Parte deles acredita que este dinheiro pode ser bem utilizado. Outra parte acredita que a financeirização das matas não resolve a questão climática global, afinal de contas, os gases nocivos continuam sendo emitidos. Uma carta entregue aos ministérios do Meio Ambiente e de Relações Exteriores, assinada por cerca de 50 entidades, explica por que o offset florestal não pode ser considerado uma compensação:

“Apresentam uma falsa equivalência entre o carbono proveniente dos combustíveis fósseis, que está acumulado debaixo da terra, e aquele que é acumulado pelas florestas. A capacidade que árvores e ecossistemas têm de remover e fixar carbono da atmosfera é muito mais lenta que o ritmo de emissões quando se queimam combustíveis fósseis”.

O Brasil como peça fundamental no xadrez das florestas

Dentro da conferência do clima, o principal assunto a ser debatido são as fontes de energia. Nesse aspecto, o Brasil costuma ser um negociador secundário, porque a energia proveniente das hidrelétricas é considerada renovável, apesar de causar inúmeros danos ao meio ambiente e a comunidades tradicionais que moram nas regiões das usinas.

Uma eventual mudança de posição do Brasil em relação ao mercado de carbono durante a COP 23 teria repercussão mundial

O principal tópico que martela a mente de representantes brasileiros na conferência, portanto, é o assunto florestal. Uma eventual mudança de posição do Brasil em relação ao mercado de carbono durante a COP 23 teria repercussão mundial, conforme explica a The Intercept Brasil o professor Rômulo da Rocha Sampaio, doutor em Direito Ambiental pela Pace University (EUA) e professor da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro:

“Uma mudança na postura brasileira pode influenciar não apenas os demais países amazônicos como também todos os outros. Porque dentro do assunto ‘florestas’, o Brasil sai do papel de coadjuvante e passa a ser liderança. O Brasil guarda em si o problema e a solução: é um dos principais emissores de gases poluentes [7º colocado no mundo e 1º na América Latina] e tem um verdadeiro sumidouro de gás carbônico, a Amazônia.”

Governadores da região amazônica de olho nos créditos de carbono

Do lado dos que defendem a entrada do Brasil no mercado de carbono está o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. No início de outubro, o político do Maranhão classificou como “serviços” as atividades florestais de absorção do carbono — algo que as árvores fazem durante sua fotossíntese, gratuitamente — e demandou uma recompensa financeira por isso, abrindo o caminho do discurso pró-mercado: “Para que a floresta continue a fornecer seus serviços ambientais serão necessários recursos estruturantes”.

O senador Jorge Viana (PT-AC), que preside a Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso, segue a mesma linha. Para ele, “a floresta precisa ser vista como um ativo econômico”.

Sarney Filho Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PMDB), durante visita a São Sebastião (SP), em 13 de setembro de 2017. Foto: Gilberto Soares/MMA
Não à toa, parlamentares e governadores da região amazônica são a principal força política pela liberação do crédito de carbono. Como a floresta amazônica é responsável por boa parte do trabalho de “filtragem do ar” do planeta — 17% do CO2 absorvido por toda vegetação global —, a entrada nesse mercado de compensação funcionaria como uma valiosa fonte de recursos para os estados da região.

De olho nesse potencial orçamentário, o Fórum de Governadores da Amazônia Legal (que reúne os chefes do Executivo de Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) prepara uma ofensiva pesada durante a COP.

Primeiro, antes da conferência, criaram o Consórcio Interestadual da Amazônia legal, que tem como objetivo “intermediar financiamento internacional e atuar como interlocutor entre os estados e investidores”. Embaixadores da Noruega e da Alemanha estiveram presentes no lançamento, reafirmando o interesse dos dois países pelo monitoramento da floresta Amazônica, bem como um representante do Banco Mundial.

Já na COP 23, no dia 14 de novembro, estão organizando na cidade alemã um “Dia da Amazônia”. O objetivo é atrair recursos via cooperação internacional e iniciativa privada. Também deverá ser apresentado um relatório do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que debateu o uso de florestas para gerar créditos de compensação a países poluidores.

O grupo foi criado logo após a COP 22, realizada em Marraquexe no ano passado, como resposta do governo brasileiro às pressões que já existiam para reconsiderar o posicionamento anti-mercado de carbono.

Isso deu mais peso às organizações mais endinheiradas, já que elas conseguem enviar mais representantes aos encontros do grupo de trabalho e contabilizar, assim, mais votos.

Foram convidados especialistas favoráveis e contrários à adoção do “offset florestal”. A expectativa era de debate aberto e democrático. No entanto, diversos participantes relataram a The Intercept Brasil que foram surpreendidos por mudanças metodológicas ao longo da elaboração do relatório e reclamam da pressão por um relatório favorável à entrada do Brasil no mercado de carbono.

Pedro Telles, especialista em clima do Greenpeace, foi um dos participantes das reuniões. Ele lembra que o acordo original era de “levantar propostas diversas para cada setor e identificar consensos e dissensos”. No entanto, explica, houve uma mudança nos rumos — feita sem diálogo, de acordo com relato de parte dos participantes — para que fossem realizadas votações levando em conta cada pessoa presente às reuniões, e não cada instituição por elas representadas. Isso deu mais peso às organizações mais endinheiradas, já que elas conseguem enviar mais representantes aos encontros do grupo de trabalho e contabilizar, assim, mais votos.

Um texto que supostamente seria a primeira versão do relatório final circulou pelo corpo técnico do Ministério do Meio Ambiente e gerou desconforto por tentar mensurar o tamanho de cada grupo (contra e a favor dos offsets florestais) a partir das votações. Representantes de organizações não governamentais e acadêmicos especializados em estudos amazônicos ameaçam fazer uma manifestação de repúdio.

O especialista do Greenpeace é um dos que se preocupam com o tom que será apresentado no texto final:

“Houve críticas quanto ao processo de tomada de decisão sobre posicionamentos do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, adotado sem diálogo adequado. O processo acabou favorecendo atores com mais recursos humanos e financeiros para acompanhar reuniões decisivas, e portanto favorecendo seus interesses. Isso é especialmente problemático quando falamos de temas polêmicos como offsets florestais. O problema foi reportado aos responsáveis, e esperamos que o relatório final leve essas críticas em consideração, não tendo uma escrita tendenciosa.”


@ecologia

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Gasolina sem petróleo: primeiros 200 litros feitos de CO2 e energia solar

Combustível limpo

Um projeto tocado por engenheiros e pesquisadores da Alemanha e da Finlândia produziu os primeiros 200 litros de combustível sintético extraído do dióxido de carbono (CO2) atmosférico e usando energia solar.

O combustível limpo foi produzido em uma planta-piloto móvel, que pode ser usada de forma descentralizada para produzir gasolina, diesel ou querosene. Para facilitar sua mobilidade, a planta química supercompacta foi acondicionada em um contêiner.

"O sucesso da transição energética exige inovações geradas por pesquisas se estendendo dos fundamentos até as aplicações," disse o professor Thomas Hirth, do Instituto de Tecnologia Karlsruhe. "O sucesso do [projeto] Soletair reflete a importância das redes de pesquisa internacionais que lidam com os desafios globais e desenvolvem soluções aplicáveis."

Do CO2 à gasolina

A usina de combustível é formada por três componentes principais.

A unidade de "captura direta do ar" captura o dióxido de carbono do ar em volta. A seguir, uma unidade de eletrólise usa a energia solar para produzir hidrogênio. No terceiro componente, o dióxido de carbono e o hidrogênio são primeiro convertidos em gás de síntese reativo a alta temperatura e depois em combustíveis líquidos em um reator químico microestruturado.

Gasolina sem petróleo: Primeiros 200 l feitos de CO2 e energia solar
Este é o reator microestruturado responsável pela última etapa do processo, convertendo gás de síntese em combustíveis líquidos. [Imagem: INERATEC/KIT]
A equipe afirma que esta é a primeira vez que o processo completo, da energia fotovoltaica e da captura de dióxido de carbono do ar, até a síntese de combustível líquido, mostrou sua viabilidade técnica.

A planta-piloto tem uma capacidade de produção de 80 litros de gasolina por dia. Na primeira campanha, agora concluída, foram produzidos cerca de 200 litros de combustível em várias fases, para estudar o processo de síntese ideal, as possibilidades de reaproveitar o calor produzido e as propriedades do produto final.

A planta compacta foi projetada para fabricação descentralizada, além de poder se encaixar em um contêiner para facilidade de transporte. Com isto, uma usina completa poderá ser ampliada de forma modular. A equipe já está constituindo uma empresa para comercializar esses módulos.
     
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=gasolina-sem-petroleo&id=010115170814&utm_content=buffer19977&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer#.WZTvYLJv_YV
@ecologia @petróleo

Vídeo: cervejoduto de Bruges


@turismo

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Cérebro de idosos é mais lento por excesso de informação, diz pesquisa


Os cérebros das pessoas mais velhas não ficam mais fracos. Pelo contrário, eles simplesmente sabem mais (Dr. Michael Ramscar, responsável pela pesquisa).

Uma nova pesquisa baseada em testes de computador sugere que o cérebro dos idosos é mais lento por causa do excesso de informação acumulado ao longo dos anos.
O estudo, divulgado na publicação científica Journal of Topics in Cognitive Science, contradiz a opinião de parte da comunidade médica para quem as conexões cerebrais são prejudicadas com o avanço da idade.
Para os cientistas, o cérebro dos mais velhos funciona como se fosse um "disco rígido de computador" que, repleto de dados, demora mais tempo para acessar suas informações.
Segundo eles, essa lentidão não está associada a um declínio do processo cognitivo.
"O cérebro humano funciona mais devagar com a idade", afirmou Michael Ramscar, responsável pelo estudo, "mas somente porque nós acumulamos mais informação com o passar do tempo".
"Os cérebros das pessoas mais velhas não ficam mais fracos. Pelo contrário, eles simplesmente sabem mais", acrescentou.

Testes de computador
Para comprovar a tese, a equipe liderada por Ramscar, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, programou um computador para ler uma certa quantidade de dados por dia, bem como aprender novas palavras e comandos.
Quando os pesquisadores instruíram o computador a "processar" uma grande quantidade de dados, sua performance nos testes cognitivos se assemelhou a de um adulto.
Mas à medida que o computador foi exposto a novas palavras e comandos, sua performance se assemelhou a de um homem mais velho.
Os cientistas concluíram, então, que a maior lentidão da máquina não estava associada a uma eventual redução de sua capacidade de processamento. Na verdade, a "experiência" acumulada – ou seja, a necessidade de aprender novos comandos e ler novas palavras – acabou por ampliar o banco de dados do computador, o que lhe obrigou a processar mais dados, o que, consequentemente, demandava mais tempo.
"Imagine alguém que saiba as datas de aniversário de duas pessoas diferentes e consiga lembrar-se delas de maneira quase perfeita."
"Você realmente diria que essa pessoa (que se lembra do aniversário de duas pessoas) tem memória melhor do que outra que sabe o aniversário de 2 mil pessoas, mas só consegue dizer a data certa uma vez a cada dez tentativas?", questionou Ramscar.
Teste cognitivo
O estudo fornece uma série de explicações sobre por que, à luz de todas as informações adicionais que o cérebro precisa processar, os cérebros dos mais velhos são mais lentos e mais "esquecidos" do que os cérebros mais jovens.
Para os cientistas responsáveis pela pesquisa, alguns testes cognitivos que são usados para analisar a capacidade mental favorecem erradamente pessoas mais jovens.
Eles citam um conhecido teste de cognição, por exemplo, que requer dos envolvidos lembrar-se de um par de palavras não relacionadas, como "gravata" e "biscoito".
Estudos realizados anteriormente mostram que os jovens têm melhor desempenho nesse teste, nesse teste, mas cientistas acreditam que os mais velhos apresentam dificuldades em lembrar-se de pares de palavras não relacionados – como "gravata" e "biscoito" – porque eles aprenderam que essas palavras não estão associadas.
Para o professor Harald Baayen, que lidera o grupo de pesquisa Alexander von Humboldt Quantitative Linguistics, onde a pesquisa foi feita, "o fato de que os mais velhos acham difícil memorizar pares de palavras não relacionados do que jovens adultos demonstra simplesmente que os mais velhos têm um melhor entendimento da linguagem".
"Eles têm de fazer mais esforço para aprender pares de palavras não associados porque, diferentemente dos mais jovens, eles sabem muito mais sobre os critérios de associação entre palavras".
Segundo os cientistas envolvidos na pesquisa, isso explica, por exemplo, por que pessoas mais velhas têm maior dificuldade de lembrar os nomes das pessoas.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/01/140121_cerebro_lentidao_velhos_lgb
@longevidade

Vídeo: Trailer de "Com Amor, Van Gogh"



A vida e a controversa morte de Vincent van Gogh (1853-1890) contadas a partir de suas pinturas e dos personagens que as habitam. A narrativa se desenvolve por meio de entrevistas com personagens próximos ao artista e de reconstruções dramáticas dos eventos que o levaram à morte. O filme apresenta seus mais importantes quadros e o enredo é baseado em cartas escritas por ele. Primeiro longa-metragem feito totalmente em óleo sobre tela.
Direção: DOROTA KOBIELA , HUGH WELCHMAN
Roteiro: DOROTA KOBIELA, HUGH WELCHMAN, JACEK DEHNEL
Fotografia: TRISTAN OLIVER, LUKASZ ZAL
Montagem: JUSTYNA WIERSZYNSKA, DOROTA KOBIELA
Música: CLINT MANSELL
Elenco: DOUGLAS BOOTH, ROBERT GULACZYK, ELEANOR TOMLINSON, JEROME FLYNN, SAOIRSE RONAN
Produtor: HUGH WELCHMAN, SEAN BOBBITT, IVAN MACTAGGAR

@filme @pintura

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Vídeo: Papa Francisco e o isolamento das redes sociais


@religião @social

Papa Francisco, dia 19 de novembro de 2017: 1o dia mundial dos pobres




A Sala Paulo VI ,no Vaticano, recebeu este domingo 1.500 pessoas pobres para um almoço com o Papa Francisco, no âmbito da celebração do 1º  Dia Mundial dos Pobres.

 Outras 2.500 fizeram a refeição  em seminários e colégios católicos de Roma: Pontifício Colégio Americano do Norte, Colégio Apostólico Leonino, o refeitório do Círculo de São Pedro, o refeitório da Caritas italiana, a Comunidade de santo Egídio, o Pontifício Seminário Romano Maior, o Pontifício Ateneu Regina Apostolorum.

 Os presentes foram servidos por 40 diáconos da Diocese de Roma e por cerca 150 voluntários provenientes das paróquias romanas e outras dioceses.

 No “menu”: gnocchetti sardi padellati com pomodoro, olive

e formaggio Collina Veneta; bocconcini di vitello con verdure, polenta e broccoli di Bassano; tiramisù alla veneta; água, laranjada e cafè.

 O encontro foi animado pela Banda da Gendarmaria Vaticana e pelo Coral “Dolci Note”, composto por crianças dos 5 aos 14 anos.





@filosofia @religião