domingo, 26 de novembro de 2017

Os verdadeiros donos do mundo (Robson Pandolfi)

Os verdadeiros donos do mundo
A economia vive a maior crise em 80 anos. Ao mesmo tempo, o número de bilionários dobrou. Entenda por que - e os efeitos sobre a sua vida.

Por Robson Pandolfi Publicado em 26 jan 2015, 00h00 

REPORTAGEM ANDREAS MULLER, RICARDO LACERDA, ROBSON PANDOLFI E BRUNO GARATTONI
As 67 pessoas mais ricas do mundo têm US$ 1,72 trilhão. Tanto dinheiro quanto os… 3,5 bilhões mais pobres. Metade de toda a humanidade.
Em 2014, um grupo de 130 pessoas se reuniu em Copenhague, capital da Dinamarca. Discutiram assuntos como economia global, mudanças climáticas, guerras. Fizeram previsões, debateram, traçaram estratégias. Parecia uma assembleia da ONU. Mas era um encontro do Grupo de Bilderberg: organização criada em 1954 para reunir as pessoas mais poderosas do planeta. Seu encontro anual, que não é aberto a ninguém da imprensa, reúne multibilionários e chefes de Estado e de Exércitos (este ano, os destaques foram o líder supremo da OTAN, aliança militar presente em 28 países, e o diretor-geral da NSA, a superagência de espionagem americana). “Estamos falando de uma rede global, mais poderosa do que qualquer país, e determinada a controlar a humanidade”, diz o russo Daniel Estulin, autor de um livro sobre o grupo. Ele pode estar exagerando um pouco. Mas é fato que os ultrarricos nunca tiveram tanta força. A economia mundial patina e não consegue se recuperar da megacrise de 2008, a maior dos últimos 80 anos. Ela começou com quebras de grandes bancos nos EUA, que deixaram um rombo estimado em US$ 2,7 trilhões, e se espalhou pelo planeta, gerando grandes ondas de desemprego e recessão – da qual as principais economias do mundo ainda não se recuperaram. Mas mesmo assim, em plena tempestade, o número de bilionários dobrou. Agora um pequeno grupo, com as 67 pessoas mais ricas do mundo, tem tanto dinheiro quanto os 3,5 bilhões de humanos mais pobres. É como se, financeiramente, metade do planeta coubesse dentro de um ônibus. A desigualdade de renda explodiu, e está se aproximando dos níveis que antecederam a Primeira Guerra Mundial. E isso tende a ser um problema para quase todo mundo.

Mas antes: como chegamos a esse ponto? Afinal, se o mundo está em crise, todos perdem, certo? Mais ou menos. Na verdade, as crises têm o poder de concentrar renda, deixar os ricos mais ricos. E é fácil entender o porquê. Quando as coisas apertam, pessoas e empresas são obrigadas a se desfazer do seu patrimônio. Vendem imóveis pela metade do preço, liquidam ações por menos do que valem e, claro, saem perdendo. Quem ganha são uns poucos – que têm dinheiro para comprar tudo isso. “Para cada novo milionário, há muito mais gente que perde dinheiro. Em geral, quem mais sofre são os pobres e a classe média”, diz Rodolfo Olivo, professor de finanças da USP. Os mais ricos compraram ações e empresas pagando pouco, logo no estouro da crise, e ganharam com isso. De 2009 para cá o índice Dow Jones, que mede as principais ações das bolsas americanas, subiu 149%.
Ao mesmo tempo em que aumentava a concentração de renda, a crise emperrou as economias e instigou movimentos como o Occupy Wall Street – que começou como um protesto de 100 mil pessoas no centro financeiro de Nova York e chegou a 1.500 cidades pelo mundo.
Tudo isso teve uma consequência inédita: fez um livro de economia virar best -seller. O Capital no Século XXI, escrito pelo economista francês Thomas Piketty, é um catatau de quase 700 páginas, que analisa as economias de 20 países ao longo de mais de um século. É denso, complexo, difícil de ler. Mas se tornou número 1 na Europa e nos EUA, com centenas de milhares de cópias vendidas. No Brasil, foi lançado em novembro e imediatamente alcançou o segundo lugar (só perdendo para a biografia do líder religioso Edir Macedo). Piketty tem chamado a atenção – e causado furor – porque demonstrou, com estatísticas, que a desigualdade social está aumentando. E apresentou uma explicação para esse fenômeno.
O contraste entre ricos e pobres não surge do nada. Ele vem de uma força elementar: a diferença entre o capital e o trabalho. O capital (dinheiro, imóveis, fábricas, ações, bens) pode ser investido e gerar mais capital. Já o trabalho não tem esse poder multiplicador. E aí, diz Piketty, r > g. Essa fórmula, que foi inventada por ele, é bem simples. O “r” é o ganho médio que o capital consegue obter em um ano, por meio de investimentos. Já o “g” representa a taxa de crescimento da economia. Ou seja: se r é maior que g, quem tem capital para investir sempre ganha mais do que a economia como um todo. E fica com uma fatia cada vez maior do bolo. Já quem trabalha e recebe salário, ou seja a maioria das pessoas, fica com menos. E como dizia o refrão daquela música, “o de cima sobe e o de baixo desce”.
Nem sempre foi assim. Entre as décadas de 1950 e 1970, o processo foi inverso. O crescimento da economia era maior que o ganho dos investimentos (ou seja, g > r). O mercado financeiro lucrava menos do que a `economia real¿, embalada pela reconstrução da Europa e a explosão de prosperidade nos EUA. A desigualdade diminuiu. Mas a onda virou, e a distância entre ricos e pobres voltou a crescer.
No final dos anos 70, os presidentes das 350 maiores companhias do mundo ganhavam, em média, 30 a 40 vezes mais que os funcionários de base. Hoje, a diferença de salário entre o presidente e o peão passa de 300 vezes. Nos Estados Unidos, o salário médio dos trabalhadores encolheu de US$ 4 mil para US$ 2.750 (em valores reais, descontando a inflação do período) entre 1978 e 2010. Já a remuneração do 1% mais rico disparou: foi de US$ 25 mil para US$ 83 mil.
No Brasil, a concentração de renda caiu nos últimos 20 anos. Mas ainda é brutal. Somos o 13º país mais desigual do mundo (veja quadro na página 40), só perdendo para nações muito pobres, como Botsuana, Namíbia e Haiti. “Quanto maior é a desigualdade, mais altas são as taxas de homicídio, de uso de drogas, mortalidade infantil, doenças psiquiátricas e até de obesidade”, diz Richard Wilkinson, diretor da ONG britânica The Equality Trust. Reduzir a diferença entre ricos e pobres não é apenas uma questão humanitária ou ideológica. É importante para a saúde da própria economia. E quem diz isso não são pregadores esquerdistas: é o Fundo Monetário Internacional, que publicou um estudo mostrando como a desigualdade extrema tende a gerar crises, e o World Economic Forum – que reúne 700 líderes econômicos globais e este ano elegeu a desigualdade como o grande problema do mundo atual. Até o papa Francisco andou palpitando a respeito: para ele, a desigualdade “provocará uma explosão da violência” no mundo se não for contida.

O DINHEIRO NO PODER
Os donos do mundo aproveitaram a crise e exploraram a diferença entre capital e trabalho para aumentar suas fortunas. Mas também podem recorrer a outros meios, como a política. A história está recheada de casos de multibilionários que usaram suas fortunas para moldar o destino da humanidade – e ficaram ainda mais ricos fazendo isso. No século 19, o banqueiro Nathan Rothschild foi o grande instigador da derrota de Napoleão na batalha de Waterloo. Ele comprou a maior parte dos títulos emitidos pelo Exército inglês para financiar a guerra. Cheio de dinheiro, e portanto de armas, o Exército foi ao front e venceu. Rothschild foi a primeira pessoa na Inglaterra a ficar sabendo. Sem avisar ninguém, saiu vendendo seus títulos. Os outros investidores acharam que a Inglaterra tinha perdido a guerra, e também venderam os titulos que possuíam. Isso derrubou os preços deles. Rothschild aproveitou para recomprar tudo, pagando baratíssimo. No dia seguinte, quando o resto do país foi informado da vitória, o valor dos papéis disparou. E Rothschild multiplicou sua fortuna em 20 vezes. Ela chegou a US$ 350 bilhões, em valores atuais. Dá mais de quatro Bill Gates.
Hoje, a influência dos überricos na política é mais sutil, mas igualmente forte. Um bom exemplo é o Tea Party, que surgiu nos Estados Unidos em 2009 – à primeira vista, como movimento popular. De repente, milhares de americanos estavam nas ruas para protestar contra coisas que os incomodavam. Só que ninguém estava reclamando da falta de saúde ou educação, ou de 20 centavos a mais na passagem do ônibus. As reivindicações eram mais ao gosto de empresários e banqueiros: redução de impostos, liberação nas emissões de CO2 (que, segundo o Tea Party, não é o responsável pelo aquecimento global) e fim do sistema de saúde gratuito que Barack Obama tentava implantar nos EUA.
Com inclinações tão ostensivas, era difícil que a máscara não caísse. A imprensa americana logo descobriu que, na verdade, o Tea Party tinha sido criado e era financiado pelos irmãos David e Charles Koch – que estão entre as dez pessoas mais ricas do mundo. Só neste ano, eles já compraram 43.900 espaços publicitários em TVs e rádios dos Estados Unidos para difundir mensagens políticas e apoiar determinados candidatos. Quando foram flagrados como criadores do movimento, os irmãos Koch não se abalaram. Admitiram tudo, e disseram que seu objetivo é melhorar a “qualidade de vida” da sociedade.
No Brasil, são notórios os casos de empresas ou de milionários que dão dinheiro para financiar partidos políticos: são as controversas doações de campanha. Nas últimas eleições, elas ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão, segundo o TSE. As dez empresas que mais doaram (JBS, Bradesco, Itaú, OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia, Queiroz Galvão, Vale e Ambev) financiaram 70% de todos os deputados federais eleitos – 360 de 513, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo.
As doações são permitidas por lei. Mas podem causar distorções. Imagine que você foi eleito deputado. Certo dia, sua secretária avisa que há duas pessoas esperando você. Uma é um cidadão qualquer. A outra é um empresário que doou alguns milhões para a sua campanha (e de cuja ajuda você vai precisar na próxima eleição). “Quem você se sentiria mais pressionado a receber?”, pergunta Claudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil. “Os grandes doadores exercem uma pressão muito maior sobre os políticos.” Uma possível saída seria limitar ou proibir as doações privadas e financiar as campanhas com dinheiro público, como já acontece em países como Suécia e França. Isso ajudaria a conter a influência dos empresários. Mas a medida também tem seu lado polêmico, pois consumiria recursos públicos. O valor do financiamento poderia ser fixado por lei, obrigando as campanhas a gastar menos do que hoje. Isso enfrentaria grande resistência da classe política, e o financiamento público não é uma panaceia – pois candidatos mal-intencionados sempre poderiam receber dinheiro por fora, por meio de caixa 2.
De toda forma, quem tem força econômica nem sempre precisa manipular os políticos. Às vezes, pode obrigá-los a fazer as coisas. Como o megainvestidor George Soros, 24º. homem mais rico do mundo. Ele fez fortuna comprando e vendendo ações e títulos do mercado financeiro – doa a quem doer. Sua maior demonstração de poder foi a quebra do Banco da Inglaterra. O banco, que foi fundado no século 17, é o equivalente inglês ao nosso Banco Central. Controla a economia e a moeda. Em 1992, a Inglaterra tinha feito um pacto com outros países da Europa. Ela se comprometeu a manter sua moeda, a libra esterlina, numa cotação igual ou superior a 2,77 marcos alemães (o euro ainda não existia). Se o valor caísse abaixo disso, o Banco da Inglaterra era obrigado a intervir. O objetivo era reduzir as oscilações econômicas na Europa. Mas Soros viu nisso uma grande oportunidade para lucrar.
Sem chamar a atenção, ele foi pegando empréstimos e comprando libras esterlinas. Acumulou o equivalente a US$ 10 bilhões. Aí, no dia 16 de setembro de 1992, vendeu todas. Jogou tudo de uma vez no mercado. Como havia excesso de libras, a cotação delas despencou. Em pânico, o Banco da Inglaterra tentou aumentar os juros e comprar libras para defender a moeda. Mas Soros era mais forte. O governo inglês foi obrigado a abaixar a cabeça e aceitar a desvalorização da libra. No dia seguinte Soros recomprou, pagando menos, tudo o que tinha vendido – e ganhou US$ 1 bilhão com isso. O episódio ficou conhecido como “Quarta-feira Negra”. “Os grandes acertos de Soros foram saber quem iria perder”, escreve o historiador Niall Ferguson em A Ascensão do Dinheiro – A História Financeira do Mundo (Editora Planeta). Naquela ocasião, o perdedor foi a Inglaterra. Mas não foi o único caso do tipo. Esse jogo, em que grandes investidores forçam os países a desvalorizar suas moedas, começou na Tailândia, se espalhou por vários países da Ásia, chegou à Rússia e veio parar no Brasil. Em 1999, depois de sofrer um ataque similar, o Banco Central foi obrigado a abandonar o sistema de bandas cambiais, que estipulava uma variação máxima para a cotação do real.
E aí está outro problema da superconcentração de renda: ela permite que megainvestidores, como Soros, tenham força para mexer com a moeda de um país inteiro. Hoje, estima-se que haja mais de US$ 600 trilhões aplicados no mercado financeiro, dez vezes mais do que na chamada “economia real”. O dinheiro que fica dentro do mercado, e não é investido em empresas e projetos, só serve para fabricar mais dinheiro. Não movimenta a economia. “Não contribui para a inovação, a capacidade empresarial, a criação de empregos”, diz o economista Evilásio Salvador, professor da Universidade de Brasília.

A UNIÃO FAZ A FORÇA
Os ultrarricos nem sempre exercem seu poder na política, ou no mercado financeiro. Eles também influem sobre as coisas que você compra. Os produtos e serviços são fornecidos por um número cada vez menor de empresas – porque elas estão se juntando umas às outras. Entre 2002 e 2005, o Brasil teve uma média de 384 fusões e aquisições por ano, segundo estudo da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC). De 2006 a 2009, essa média subiu para 646. De 2010 a 2013, chegou a 783. A concentração empresarial está acontecendo no mundo inteiro, em todos os setores da economia. Por exemplo: no final dos anos 50, a França tinha 20 montadoras de automóveis. Hoje, apenas duas (Renault e Peugeot-Citroën), que foram absorvendo as demais. Na Itália, eram 19. Hoje, só uma (Fiat). Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, estudaram as 43 mil maiores empresas do mundo – e mapearam todas as relações entre elas. Descobriram que um grupo muito pequeno manda numa parte enorme da economia global. “1% das empresas controla 40% de toda a rede”, diz James Glattfelder, um dos autores do estudo.
A concentração empresarial não é necessariamente ruim, mas pode ser. Imagine se só existisse uma marca de creme dental, por exemplo. Ela poderia cobrar bem caro e você seria obrigado a pagar, porque precisa escovar os dentes. Na prática, isso não tem acontecido. O mercado brasileiro de cerveja, por exemplo, é dominado pela AmBev (que tem 67,5%). Ela surgiu da fusão entre Brahma e Antarctica, as duas maiores cervejarias do País. Mas desde que foi criada, em 1999, os reajustes no preço da cerveja estiveram próximos da inflação, sem aumentos abusivos. “Hoje a concorrência é muito maior do que no passado”, diz o economista Rogério Gollo, especialista em fusões e aquisições da PwC. Com os carros, aconteceu a mesma coisa. Mesmo havendo menos fabricantes, os preços não subiram. A concentração empresarial não está doendo no seu bolso, pelo menos não ainda. Mas uma coisa está.

EFEITO MATEUS
Os impostos. Quando pensamos neles, costumamos pensar no governo: o dinheiro que ele arrecada e os serviços públicos, como saúde e educação, que fornece em troca. O que pouca gente sabe é que, no Brasil, os ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que o resto da sociedade. Soa incrível, mas é verdade. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra o que acontece. Uma pessoa que ganha dois salários mínimos por mês gasta 53,9% da sua renda com impostos, que estão embutidos nos produtos que ela compra. Tem de trabalhar 197 dias por ano só para pagar impostos. Já alguém que recebe 30 salários mínimos paga apenas 29% – e trabalha 106 dias, quase a metade do tempo, para sustentar o governo (veja quadro na página ao lado).
Isso acontece porque, ao contrário do que acontece em países desenvolvidos, os impostos brasileiros estão mais concentrados nos produtos que as pessoas compram, e não no dinheiro que elas ganham. E essa característica é uma máquina de produzir desigualdade: porque os impostos tomam mais dinheiro daqueles que menos têm. “Isso onera os mais pobres, tornando-os mais pobres ainda”, diz Evilásio Salvador, da Universidade de Brasília. É o que os economistas chamam de Efeito Mateus (uma referência à passagem bíblica Mateus 25, 14-30: “Porque àquele que tem lhe será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado”).
Inverter essa lógica é difícil – afinal, os mais ricos têm poder para pressionar os políticos. Mas até alguns deles se dizem dispostos a mudar. O megainvestidor Warren Buffet, terceiro homem mais rico do mundo, sugeriu um plano ao presidente dos EUA. A proposta, que ficou conhecida como “The Buffett Rule” (Regra Buffett), criava um imposto de renda de pelo menos 30% sobre quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano. Isso só afetaria 0,3% das pessoas. Mas arrecadaria US$ 36 bilhões. É um oceano de dinheiro (mais que todo o orçamento do Ministério da Educação brasileiro). A proposta foi à votação no Congresso, e perdeu. Segundo uma pesquisa da CNN, 72% dos americanos eram a favor dela.
Se nada mudar, a desigualdade no mundo tende a continuar crescendo (pois r > g, lembra?). É difícil prever as consequências disso. Mas uma delas pode ser a radicalização política. Um estudo feito por três universidades americanas (Columbia, Houston e Princeton) constatou que, quanto maior a desigualdade econômica num país, mais forte tende a ser a divisão entre os seus grupos de esquerda e de direita. E a história sugere que a superconcentração de recursos pode acabar em algum tipo de tumulto.
Já aconteceu. Houve um país que passou por um processo muito forte, e muito acelerado, de concentração de renda. Em apenas cinco anos, a fatia do bolo pertencente ao 1% mais rico cresceu 50%. A renda das demais pessoas caiu a ponto de prejudicar sua alimentação – e aumentar a mortalidade infantil em 16% em determinadas regiões do país. Seu líder fazia discursos cada vez mais inflamados, nos quais se dizia “inimigo do capitalismo”. Essa nação era a Alemanha. Seu líder, Adolf Hitler. A consequência, a Segunda Guerra Mundial.
Os 67 ultrarricos
(1) Bill Gates
US$ 80,9 BI – Microsoft – EUA
(2) Carlos Slim Helu & família
US$ 78,7 BI – América Móvil – México
(3) Warren Buffett
US$ 68,4 BI – Berkshire Hathaway (investimentos) – EUA
(4) Amancio Ortega
US$ 58,1 BI – Zara – Espanha
(5) Larry Ellison
US$ 48,8 BI – Oracle (software) – EUA
(6) Charles Koch
US$ 41,9 BI – Koch Industries (energia) – EUA
(7) David Koch
US$ 41,9 BI – Koch Industries – EUA
(8) Christy Walton & família
US$ 37,9 BI – Walmart – EUA
(9) Jim Walton
US$ 36,6 BI – Walmart – EUA
(10) Mark Zuckerberg
US$ 35,5 BI – Facebook – EUA
(11) Alice Walton
US$ 35,1 BI – Walmart – EUA
(12) S. Robson Walton
US$ 35,1 BI – Walmart – EUA
(13) Michael Bloomberg
US$ 34,5 BI – Bloomberg (mídia) – EUA
(14) Liliane Bettencourt & família
US$ 34.2 BI – L¿Oreal – França
(15) Sheldon Adelson
US$ 32,1 BI – dono de cassinos – EUA
(16) Li Ka-shing
US$ 31,3 BI – portos e empresas de plástico – Hong Kong
(17) Stefan Persson
US$ 30,4 BI – H&M (roupas) – Suécia
(18) Bernard Arnault & família
US$ 30,2 BI – LVMH (Louis Vuitton) – França
(19) Larry Page
US$ 29,9 BI – Google – EUA
(20) Sergey Brin
US$ 29,5 BI – Google – EUA
(21) Jeff Bezos
US$ 26,9 BI – Amazon – EUA
(22) Carl Icahn
US$ 25,5 BI – investidor – EUA
(23) Michele Ferrero & família
US$ 25 BI – Grupo Ferrero (chocolates) – Itália
(24) George Soros
US$ 24 BI – INVESTIDOR – EUA
(25) David Thomson & família
US$ 24 BI – Thomson Reuters (mídia) – Canadá
(26) Forrest Mars Jr.
US$ 23,1 BI – Mars INC. (CHOCOLATES) – EUA
(27) Jacqueline Mars
US$ 23,1 BI – Mars Inc. – EUA
(28) John Mars
US$ 23,1 BI – Mars Inc. – EUA
(29) Aliko Dangote
US$ 23 BI – Dangote Group (açúcar) – Nigéria
(30) Lee Shau Kee
US$ 22,4 BI – dono de hotéis e imóveis – Hong Kong
(31) Steve Ballmer
US$ 22,3 BI – Microsoft – EUA
(32) Mukesh Ambani
US$ 21,8 BI – Reliance Industries (energia e telecom) – Índia
(33) Al-Waleed Bin Talal Alsaud
US$ 21,5 BI – família real – Arábia Saudita
(34) Jorge Paulo Lemann
US$ 21,5 BI – 3G Capital (controladora da ambev) – Brasil
(35) Phil Knight
US$ 21,4 BI – Nike – EUA
(36) Michael Dell
US$ 21,1 BI – Dell – EUA
(37) Jack Ma
US$ 21 BI – Alibaba Group (comércio eletrônico) – China
(38) Len Blavatnik
US$ 19,7 BI – investidor – EUA
(39) Dilip Shanghvi
US$ 17,9 BI – Sun Pharmaceutical Industries – Índia
(40) Leonardo Del Vecchio
US$ 17,8 BI – Luxottica (óculos) – Itália
(41) Alisher Usmanov
US$ 17,5 BI – USM Holdings (mineração) – Rússia
(42) Tadashi Yanai & família
US$ 17,1 BI – Fast Retailing (varejo) – Japão
(43) Paul Allen
US$ 17 BI – Microsoft – EUA
(44) Masayoshi Son
US$ 16,8 BI – Softbank – Japão
(45) Michael Otto & família
US$ 16,6 BI – Otto GmbH & Co (varejo) – Alemanha
(46) Laurene Powell Jobs & família
US$ 16,6 BI – Apple, Disney – EUA
(47) Theo Albrecht Jr & família
US$ 16,5 BI – Trader Joe¿s (varejo) – Alemanha
(48) Charles Ergen
US$ 16,2 BI – Dish Network (TV por assinatura) – EUA
(49) Robin Li
US$ 16,1 BI – Baidu (internet) – China
(50) Gina Rinehart
US$ 15,9 BI – Hancock Prospecting (minérios) – Austrália
(51) Anne Cox Chambers
US$ 15,8 BI – Cox Enterprises (mídia) – EUA
(52) Mikhail Fridman
US$ 15,7 BI – Alfa-Bank – Rússia
(53) Joseph Safra
US$ 15,5 BI – Banco Safra – Brasil
(54) Viktor Vekselberg
US$ 15,4 BI – Renova Group (energia e telecom) – Rússia
(55) Susanne Klatten
US$ 15,3 BI – BMW – Alemanha
(56) Donald Bren
US$ 15,3 BI – Irvine Company (imóveis) – EUA
(57) Ray Dalio
US$ 15,2 BI – Bridgewater Associates (investimentos) – EUA
(58) Luis Carlos Sarmiento
US$ 15,1 BI – Grupo Aval (banco) – Colômbia
(59) Pallonji Mistry
US$ 15,1 BI – Shapoorji Pallonji Group (construção) – Índia/Irlanda
(60) Azim Premji
US$ 15,1 BI – Wipro (tecnologia) – Índia
(61) German Larrea Mota Velasco & família
US$ 14,8 BI – Grupo Mexico (mineração) – México
(62) Dieter Schwarz
US$ 14,7 BI – Schwarz Group (varejo) – Alemanha
(63) Ma Huateng
US$ 14,7 BI – Tencent (internet) – China
(64) Harold Hamm
US$ 14,6 BI – Continental Resources (energia) – EUA
(65) Lui Che Woo
US$ 14,5 BI – Galaxy Entertainment (hotéis e casinos) – Hong Kong
(66) Thomas & Raymond Kwok & família
US$ 14,5 BI – Sun Hung Kai (imóveis)Properties – Hong Kong
(67) Lakshmi Mittal
US$ 14,5 BI – ArcelorMittal (mineração e aço) – Índia


https://super.abril.com.br/comportamento/os-verdadeiros-donos-do-mundo/

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