quinta-feira, 31 de março de 2022

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI

 TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI*




" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.


É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.


É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.


É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.


É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.


E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.


Todo filho é pai da morte de seu pai.


Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.


E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.


Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.


Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.


A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.


Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.


A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.


Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.


Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?


Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.


E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.


Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.


No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e


— Deixa que eu ajudo.


Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.


Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.


Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.


Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.


Embalou o pai de um lado para o outro.


Aninhou o pai.


Acalmou o pai.


E apenas dizia, sussurrado:


— Estou aqui, estou aqui, pai!


O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "

(Autor desconhecido)


quarta-feira, 23 de março de 2022

China Faces Worst Crop Conditions Ever Due to Climate Change(Bloomberg News, 23 3 22)

 China Faces Worst Crop Conditions Ever Due to Climate Change

The country’s agriculture minister said last year’s record-breaking floods have created “big difficulties” with food production 

https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-03-23/climate-change-threatens-china-s-crop-yield-food-security?cmpid=BBD032322_GREENDAILY&utm_medium=email&utm_source=newsletter&utm_term=220323&utm_campaign=greendaily


Harvested rice is deposited in a grain hauler tractor in Shanghai.Photographer: Qilai Shen/Bloomberg

Bloomberg News

23 de março de 2022 00:00 BRT



More extreme weather caused by rising global temperatures — compounded by geopolitical turmoil and the pandemic — is hindering China’s effort to ensure food supplies for its 1.4 billion population. 


President Xi Jinping has made food security a priority for the world’s second-biggest economy, an effort to meet the soaring demand that’s pushed imports of corn, soybeans and wheat to record levels, making Beijing increasingly vulnerable to trade tensions and supply shocks. At the same time, climate change-induced disasters have caused widespread crop damage and shrunk the amount of arable land, making it harder to boost local production.



Tang Renjian, the country’s agriculture minister, brought up the threat at a high-profile government meeting in Beijing this month. “China faces big difficulties in food production because of the unusual floods last autumn,” he told reporters. “Many faming experts and technicians told us that crop conditions this year could be the worst in history.”


More than 860 people died or went missing in natural disasters last year, which damaged almost 30 million acres of crops. Record-breaking rains in the central province of Henan in July alone damaged 2.1 million acres of farmland. The floods delayed planting on more than 18 million acres of land, about one-third of China’s total winter wheat acreage. The amount of first- and second-grade crops, where there are more than 2.7 million seedlings on every acre of land, fell by more than 20% this year compared with normal years.


Climate change hurts China’s pursuit of food security in two ways, according to Zhang Zhaoxin, a researcher with the agricultural ministry. More frequent extreme weather events are already lowering crop yields. Meanwhile, increasingly unpredictable seasons can undermine farmers’ confidence and potentially worsen the sector’s existing labor shortage. 


Farmers in northern China are used to droughts, not floods, Zhang said. In many of the regions that were affected by torrential rain last year, farmers couldn’t harvest their corn because their machinery couldn’t handle the water. There wasn’t enough infrastructure such as pipes and systems to drain the field in time. 


Those issues are set to get more serious as the planet warms. Seasonal droughts will reduce yields of China’s three major staple foods — rice, wheat and corn — by 8% by the end of the decade, according to World Resources Institute. In the longer term, climate change also means rising coastal waters along the long and low eastern coal could further stress the agricultural industry.  


“As climate change continues to intensify in coming years, weather events are going to have a greater and greater impact on agricultural productivity,” said Even Pay, an agricultural analyst with Trivium. Ramping up imports isn’t a viable alternative, she added, pointing out that global warming makes food cultivation more challenging globally. “Climate change felt in the rest of the world could also impact China’s food security,” she said. 

-- With assistance by John Liu and Karoline Kan

sábado, 19 de março de 2022

Como a matemática pode predizer o futuro(Folha de S. Paulo, 19 3 22)

 Como a matemática pode predizer o futuro

sábado, 19 de março de 2022 


Jornal Folha de S. Paulo  | Folha Corrida   |   Murilo Bomfim

A quem pertence o futuro? Para a ciência, à matemática -ela nos oferece algumas formas de predição, sobretudo por meio das probabilidades. Um exemplo clássico é o jogo de cara ou coroa: ao lançar uma moeda para o alto cem vezes, espera-se que, em metade das ocasiões, ela caia com o lado cara para cima (e, na outra metade, o lado coroa, é claro).


Sabe-se, no entanto, que essa previsão não é muito precisa. Se de fato se lançasse a moeda uma centena de vezes, talvez o lado cara aparecesse em 46 das ocasiões. Ou em 58. Essa variação também não escapa à matemática: é analisada pela chamada distribuição normal. O conceito é bem ilustrado por um gráfico -a curva de Gauss- que mostra, nesse exemplo, as oscilações mais prováveis da moeda (por exemplo, quarenta caras e sessenta coroas) e as mais improváveis (como oitenta caras e vinte coroas).


Mas prever a face aparente da moeda não é tão difícil, afinal as opções são apenas duas. Como antever o comportamento de sistemas mais complexos, que dependem de muitas variáveis, como o organismo humano ou uma colônia de bactérias? Essa é a pergunta que orienta a pesquisa do matemático Dirk Erhard.


Apaixonado por probabilidade, o próprio Erhard foge à curva de Gauss: são raros os matemáticos medalhistas em salto de trampolim. Nascido e criado em Berlim, aos sete anos ele foi descoberto por um caça-talentos de ginástica olímpica. Depois de quase uma década de treinamentos intensos, o jovem percebeu que o sonho de ser campeão mundial em trampolim seria eternamente um sonho. 'Eu não era ruim, mas sabia que não era bom o suficiente para chegar ao topo', lembra o alemão. Entre os 11 ? 0S 17 anos, ele chegou a ser pentacampeão da modalidade na Alemanha -ele diz, porém, que a categoria juvenil não revela muito sobre o potencial do atleta.


Com baixas chances de se tornar um ginasta de sucesso, ele apostou suas fichas namatemática. Erhard é tão improvável que, nos primeiros anos de graduação, não gostava de probabilidade. À época, tinha afinidade mesmo com análise funcional - disciplina que trata do estudo das funções. Em um intercâmbio em Paris, o rapaz deu sorte: teve aulas com um ótimo professor, que explicava, justamente, as intersecções entre a análise funcional e a probabilidade. 'Foi a melhor disciplina que tive na vida, ensinada de uma maneira fácil de entender', lembra o matemático, que ãg top por seguir carreira acadêmica na área.


Entre mestrado, doutorado e programas de pós-doutorado, Erhard passou pela Alemanha, França, Holanda e Inglaterra, até finalmente chegar ao atual trabalho de professor na Universidade


Federal da Bahia -a ideia era ficar mais perto da família da esposa baiana, por quem se apaixonou nas andanças europeias. Mesmo morando em vários países, o matemático se dedicou a uma mesma investigação: tornar predições mais simples, principalmente de sistemas complexos. Em vez de analisar lançamentos de moeda, Erharâ se concentra em sistemas com diversas partículas que interagem entre si e apresentam comportamentos diferentes em pontos distintos do tempo e do espaço.


A pesquisa ainda tem caráter teórico, mas mostra seu potencial quando aplicada a situações práticas, ainda que hipotéticas. Um exemplo seria um lago amplo e profundo, onde peixes se reproduzem e, para isso, precisam de uma temperatura ideal. Em cada ponto do lago, a temperatura vai ser um pouco diferente, influenciada por variáveis como profundidade, incidência do sol, presença de cardumes. Erhard trabalha na criação de um modelo matemático que facilite a previsão da temperatura nas diferentes regiões do lago.


Enquanto o alemão investiga o movimento de partículas, ao menos uma possibilidade mais concreta de aplicação de seus estudos já esteve em pauta. 'Há alguns meses, tive uma conversa com um grupo de físicos que buscam entender mais sobre o cérebro humano', conta Erhard. Se será possível prever comportamentos do cérebro, ainda não se sabe -mas, se depender do matemático, a probabilidade é grande.

Não há vida fora da Inovação(Ricardo Ivanov, 18 3 22)

 TECNOLOGIA - NÃO HÁ VIDA FORA DA INOVAÇÃO

sexta-feira, 18 de março de 2022


Revista Isto É Dinheiro  | Dinheiro e Tecnologia   |   Ricardo Ivanov

Com aquisição de quatro novas empresas no Brasil em 2021, a consultoria Accenture usufrui hoje da mudança de rumo interna em direção ao “toda empresa é uma empresa digital”.





Por um tempo, o CEO da operação brasileira da Accenture, uma das Top 10 empresas de consultoria empresariais no mundo, pensou que poderia ser baterista, já que é um apaixonado por shows de rock. Mas Leonardo Framil, 52 anos, natural do Rio de Janeiro, encontra seu ritmo mesmo é no dia a dia da gestão, outsourcing e tudo o que diz respeito a tornar uma companhia eficiente tecnologicamente — já que desde 2013 a Accenture percebeu que toda empresa, na verdade, é uma empresa digital. “Antes de vender essa ideia, nos transformamos internamente. Fomos nosso melhor case. E quando 70% de nossa receita já vinha do Digital, Cloud e Security, a pandemia chegou”, disse o executivo, que está há 30 anos na Accenture e todo dia aperta o botãozinho na máquina de latinhas de energético na empresa, sem revelar quantas vezes faz isso em seu expediente.





Seguindo a direção da matriz irlandesa, no lugar de “parar e pensar” a pandemia, saíram fazendo aquisições, um passo que se mostrou acertado no momento emergencial. Foram quatro: a Organize Cloud Labs, que trouxe mais inputs em estratégia, migração, implementação e gerenciamento de Cloud; a Real Protect, somando mais segurança customizada e integrada; a Pollux, especialista em criação e implementação de linha de montagem com robôs e softwares especializados; e a Experity, que tinha na bagagem agilidade em comércio, marketing e dados na nuvem. Está clara a ideia do digital, não? É um movimento para quem pode, tem o cacife de prestar serviço para 18 das 20 maiores empresas do Brasil. Só no Cloud First, foi um investimento global de US$ 3 bilhões em três anos, o que fez pular o negócio da Accenture na área de US$ 12 bilhões para US$ 18 bilhões, aumento de 44%.





AQUISIÇÕES “Dentro dos números expressivos de investimento da Accenture globalmente estão, por exemplo, US$ 4,2 bilhões no último ano fiscal em mais de 40 aquisições ao redor do mundo (incluindo as do Brasil), US$ 1,1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias como blockchain, robótica, 5G, computação quântica; e US$ 900 milhões em aprendizado e desenvolvimento profissional.





Os números em consultoria empresarial são realmente astronômicos, basta ver as receitas de dois dígitos de bilhões das quatro principais no planeta: a McKinsey & Company, Boston Consulting Group, Bain & Company e Deloitte — a Accenture estaria em sétimo segundo pesquisa da Statista para 2021, com US$ 50,5 bilhões em 2021. Mas na lista anual das 50 melhores empresas americanas da Forbes com empresários, parceiros e consultorias de executivos, a Accenture estaria em primeiro em transformação digital, tecnologia, análise de dados e outras 19 de 32 categorias pesquisadas, com ascendências mais pontuais.





Essa é uma das atividades curiosas que a Accenture tem de fazer com alguns clientes: explicar o que fazem. “Não é difícil, é prazeroso mostrar como nos reinventamos para ajudá-los, de como suprimos desde demandas simples às mais complexas”. Um aspecto que ajuda a explicar é que a Accenture não tem em seu core oferecer infra-estrutura, como Cloud — para isso eles têm relacionamentos de nível 1 com os principais players de tecnologia global. “Oferecemos insights, análise de performance, potencial criação de valor, uso de plataformas como o myNav que permite acesso, design e simulações de Cloud, determinando o que é a melhor para o cliente.” Mas alguma empresa ainda tem dúvidas quanto a usar ou não Cloud? Segundo estudo da Accenture, sim. “Identificamos que no Brasil apenas 1% das empresas têm mais de 75% dos negócios na nuvem, enquanto mais de 80% têm menos de metade dos negócios nela.” Além disso, afirmou o executivo, 78% dos entrevistados estão na trajetória para adotar o uso da nuvem nos negócios, “mas ainda há um longo caminho para Cloud contínuo.”





A Accenture saltou em menos 10 anos de US$ 54 bilhões de valor de mercado para US$ 201 bilhões, graças à mudança para cultura full digital. “Aceitamos o desafio da transformação digital. E devolvemos US$ 5,9 bilhões aos acionistas”, disse o CEO. Só no Brasil, iniciou 2021 com 14,4 mil colaboradores e entrou 2022 com 17 mil, o que é perto de 50% da força de trabalho da América Latina. No imediatismo da pandemia, estavam com todas as ferramentas digitais a mão para prover soluções, numa indústria com receita de US$ 263 bilhões em 2021, segundo a IBISWorld. “Chegamos a um estágio em que precisamos aprender com o futuro, não mais com o passado.”

domingo, 13 de março de 2022

Generation CUB – how the events of Covid, Ukraine and Brexit will shape our teenagers’ lives forever

 

Generation CUB – how the events of Covid, Ukraine and Brexit will shape our teenagers’ lives forever

Our children have grown up in a febrile state of emergency. How will they deal with a changed state of mind in years to come?

Generation CUB
Generation CUB have been through a lot, at a tender age

In 1993, I turned 18. The Cold War had ended, ushering in the centrist Third Way, and the political scientist Francis Fukuyama had famously proclaimed that we had reached the “end of history”. 

This was the era of Generation X – wanderers through a cultural landscape that seemed both safe and strangely empty, where Friends captured the zeitgeist and wars were something that happened ‘over there’ or in the past.  

Now my children are coming of age, history seems to be crashing back. Generation CUB is a label that has been given to the four million British teenagers aged 14-19, who have lived through Covid, Ukraine and Brexit – three of the most disruptive events in modern Britain. 

Their formative years have been spent watching their families fracture over the shape of UK politics, before the world descended into Covid lockdowns and school closures.


Then along came war in Ukraine – now dominating the news as the ultimate existential threat. This is on top of the ‘climate emergency’ which, back in November, provoked Boris Johnson to warn that we were “one minute to midnight on that doomsday clock”. For adults, this is all confusing and exhausting enough. So what must it be like for the CUBs, growing up in a febrile state of emergency and to whom everything is happening for the first time?

As a sociologist, I have written about the dangers of over-generalising around young people’s experiences – particularly when based on our own preoccupations and anxieties. 

This concern is shared by Bobby Duffy, professor of public policy at King’s College London and former managing director of Ipsos Mori’s Social Research Institute. His recent book, Generations: Does When You’re Born Shape Who You Are?, analyses hundreds of studies about generational attitudes, finding that people rarely fit the stereotypes. 

This is particularly true of the young. In a 2018 Ipsos Mori report on Generation Z (those born between 1996 and 2010), he concluded: “Putting a whole generation into a box is never smart, but it’s particularly unhelpful with this varied and fluid generation.”

But while generational location doesn’t determine who you are or what you think, social events do have an impact. Think about those growing up through the World Wars, the 1960s or 9/11 – moments when the world seemed to shift on its axis, plunging the young into an existence that was markedly different to the one in which their parents grew up. Few would deny that such experiences affect young people. The more difficult question is: how?

Pandemic restrictions had a huge impact on young people’s lives, destabilising everything they took for granted. And the effect on their mental health during this period makes for sobering reading. 

NHS statistics published in 2020 found that over half of young people with a probable mental disorder were likely to say that lockdown had made their life worse. For young people with diagnosed mental health problems, the pandemic exacerbated these conditions, particularly given the difficulties accessing specialist services.


But not all of the problems facing young people during the pandemic can be explained in terms of mental health impacts – or assumed to have uniform or long-term consequences. Researchers at University College London followed families with children across the UK during the first and second lockdowns.

“Young people did show a great deal of resilience, but at the same time, they told us that the biggest challenge they faced was learning to try to cope with huge amounts of uncertainty in different parts of their lives,” explains Dr Humera Iqbal, associate professor of social and cultural psychology. 

“This was everything from levels of uncertainty around education, their own and family’s health, the future, for many their parents and family finances and even their friendships.”

Sarah Standish, a school counsellor in Harrow, north west London, has perceived a big improvement since regular service resumed. And as kids have regained their lives, they have been experiencing more of the ‘normal’ problems of growing up.

“I’m not seeing the numbers I saw a year ago; the anxiety presentations, the tics and so on,” she says. “Now I’m talking to them about relationship break-ups and parents getting divorced.”

Both Standish and Iqbal draw attention to the anxieties experienced by young people with regard to job losses and financial hardship: something that has gained relatively little attention. “The stress issues now are more about the economic crisis,” says Standish, citing “huge issues” with parental employment, and worries about how to pay for heating and petrol.

To the extent that wider social events affect young people, we should be wary about scripting a response that is driven by our own anxieties, not theirs.


In an astute commentary published in spring 2020, right at the start of the pandemic, politics professor Matthew Flinders noted that for young people, “the notion of crisis has simply become the new normal.

“They absorb doom-laden narratives about globalisation and suffer from the growth of economic precarity,” he wrote. “They hear about the ‘death’ or ‘end’ of democracy and catastrophic climate change. Is it any wonder that mental health and wellbeing services are generally discussed in crisis-laden terms?”

In attempting to predict how young people will respond to social shocks, commentators tend to fall into three camps: those who argue that teenagers suffering from ‘crisis fatigue’ will merely shrug off disasters; those who fear they will be overwhelmed; and those who hope the young people will be a newly radicalised force for progressive social change. Yet many young people express a more mediated and, dare I say, mature response than those pontificating about them.

Annabel, 19, is a university student. “The sense of crisis all the time feels like quite a lot to deal with as a teenager,” she says. Many of her peers “feel quite crushed by the weight of the world” and disconnected from wider events.

 “While people are upset about Ukraine, this tends to manifest itself on social media rather than real life,” she adds. “The sense that we’re going through these really dramatic catastrophic events has intensified, but it’s hard to know if this coincides with us becoming more aware of the world.”


This burgeoning awareness is the key point. Young people are coming of age trying to work out what it all means. And this is where the adults in the room need to take a long hard look at themselves. It is true that we are living through uncertain times. But our own complacency about the ‘end of history’ has driven us to engage with life as a constant state of emergency, absolving ourselves of the responsibility to help young people make sense of the world by indulging in our own fear.    

For all the destructive effects of the pandemic, it has had one potentially positive effect. Many parents, grandparents and young people told Iqbal that their relationships with each other had strengthened. Standish has noticed that young people have “grown in their appreciation of things they previously took for granted”, such as the importance of the school community and the value of social interaction with peers. 

Ultimately, it is teenagers’ sense of what is important to their own lives that gives them a resilience to events in the world out there – and what could mean the CUBs don’t become Generation Crisis after all.