quinta-feira, 28 de março de 2019

Vídeo: Casa giratória

Aí o cara faz 5 anos de engenharia, se mata pra pagar a faculdade, faz um projeto tem que mandar pra prefeitura aprovar, recolhe um monte de taxas vem um caboclo do interior e faz isso aí.😨😨😨
@engenharia

Vídeo: Andrea Bocelli canta Puccini


@musica

Vídeo: Paris, 1900

Video de 1.900 da cidade de Paris. A Torre Eiffel havia sido recém inaugurada e só se subia por escadas. Otis ainda não havia inventado o elevador. Se vê a Catedral de Notre Dame, parte dos Champs Elysees, o Campo de Marte e a primeira calçada automática do mundo. O vídeo é real e a velocidade foi remasterizada digitalmente e se colocou som. Retroceda 118 anos no tempo e desfrute de um pedacinho da história dessa inigualável cidade:


@turismo @Paris

sábado, 23 de março de 2019

Misterioso lodo encontrado em ilha ‘recém-nascida’ do Pacífico que intriga a Nasa (BBC)


Direito de imagemWOODS HOLE Image caption
A nova ilha, no centro da imagem, surgiu de uma erupção vulcânica em 2015
"Parecíamos crianças no meio daquilo."

Dan Slayback, pesquisador da Nasa, descreve a experiência que teve ao visitar uma nova ilha que nasceu no Pacífico e que vem, desde então, intrigando os cientistas da agência espacial americana.


A ilha vulcânica surgiu no oceano em 2015 após uma erupção e faz parte do arquipélago de Tonga.

Mas por que ela vem chamando a atenção?

A ilha é especialmente interessante porque apenas três, nos últimos 150 anos, nasceram de erupções - ela faz parte do grupo e tem sobrevivido há meses à poderosa erosão do oceano. Mas não é só isso.


Pistas que "levam a Marte"

Entender como as ilhas se formam e mudam na Terra pode dar pistas sobre a interação entre terrenos vulcânicos e antigas fontes de água em Marte.

Pesquisadores da Nasa vinham monitorando a ilha através de satélites. Mas a realidade, em campo, pode ser muito diferente das imagens captadas de forma remota.

Slayback e um grupo de estudantes com quem esteve no local que o digam. Ao desembarcarem por lá, eles encontraram um cenário muito diferente do esperado.

Lodo e cascalho
Slayback visitou a ilha com um pesquisador de Tonga, cientistas e estudantes da Sea Education Association (Associação de Estudos Marinhos, em tradução literal), um programa de exploração oceânica para estudantes universitários com sede em Woods Hole, Massachusetts, nos Estados Unidos. O grupo chegou a bordo de um navio da Associação.


Direito de imagemDAN SLAYBACK Image caption
Vegetação nascida de sementes espalhadas por aves está colonizando a lama, na nova ilha do Pacífico

A ilha é tão nova que não tem nome e é descrita simplesmente como HTHH, a combinação do nome de duas ilhas próximas, Hunga Tonga e Hunga Ha'apai.

"A maior parte da ilha é como um cascalho negro. Eu não chamaria de areia porque as pedras são do tamanho de uma ervilha", disse Slayback, que é cientista do Centro de Voos Espaciais Goddard, o centro de pesquisas da NASA em Maryland.

"(Para andar no local) quase todos usávamos sandálias. Era muito doloroso sentir as pedras debaixo dos pés", disse o pesquisador em um blog da Nasa.


Direito de imagemDAN SLAYBACK Image caption
"Me surpreendeu o quão valioso foi estar pessoalmente na ilha. Quando você está lá, vê claramente o que acontece com o terreno", disse Dan Slayback, pesquisador da Nasa.

Ele também observou que, no local, "há como uma argila que se estende a partir do centro". "Nas imagens de satélite você vê claramente esse material colorido, é lodo argiloso."

"É muito pegajoso. Quando o vimos não sabíamos o que era e sua origem ainda me intriga. Porque não é cinza vulcânica."

Vegetação e pássaros
O lodo não foi a única surpresa para os pesquisadores.

Slayback e os estudantes fotografaram a vegetação que está colonizando o terreno e que provavelmente cresceu a partir de sementes que chegaram à ilha em fezes de pássaros.


Direito de imagemDAN SLAYBACK
Image caption
Os cientistas também encontraram aves marinhas trinta-reis-das-rocas (Onychoprion fuscatus) na nova ilha
Uma coruja, inclusive, provavelmente residente na vegetação das ilhas próximas, apareceu no local enquanto estavam lá.

Os cientistas também encontraram aves marinhas trinta-reis-das-rocas (Onychoprion fuscatus), nas depressões da terra ao redor da cratera.


Direito de imagemDAN SLAYBACK Image caption
Os estudantes fizeram registros da nova ilha com unidades de GPS e usaram drones para mapear o terreno

Direito de imagemDAN SLAYBACK Image caption
A expedição visitou a ilha em navio da Sea Education Association, um programa de exploração oceânica para estudantes universitários

Buracos nas falésias ao redor da cratera são outro mistério.

"Me surpreendeu o quão valioso foi estar pessoalmente na ilha. Quando você está lá, vê claramente o que acontece com o terreno", disse Slayback.

"A erosão causada pela chuva na ilha é muito mais rápida do que eu imaginava."

Pesquisas


Direito de imagemDAN SLAYBACK Image caption
A erosão causada pela chuva esculpiu as falésias ao redor da cratera
Os pesquisadores e estudantes coletaram amostras de rochas da ilha e fizeram medições do terreno com drones e unidades de GPS.

De volta ao laboratório no centro Goddard, Slayback agora trabalha em um modelo 3D da ilha para determinar seu volume.


O cientista espera voltar ao local no próximo ano em busca de pistas que permitam decifrar alguns dos seus muitos mistérios.

O misterioso lodo encontrado em ilha ‘recém-nascida’ do Pacífico que intriga a Nasa


@ecologia 

quarta-feira, 20 de março de 2019

China deveria inspirar EUA, provoca Guedes(Daniel Rittner, Valor Econômico)


Daniel Rittner                                                                         

Terça-feira, 19 de Março de 2019 - 05:24
VALOR ECONÔMICO | ESPECIAL


A um grupo de investidores americanos, o presidente Jair Bolsonaro foi apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como “um cara com colhões” para controlar o gasto público e fazer a reforma da Previdência. Falando em inglês, usou o termo “balls”, provocando risos na plateia da US Chamber of Commerce (Câmara Americana de Comércio), que o interrompeu duas vezes para aplaudir suas promessas de abertura comercial e simplificação tributária.

Em referência à guerra comercial entre Estados Unidos e China, Guedes fez uma provocação: o Brasil precisa de investimentos e atacar seus problemas de infraestrutura, segundo ele, e os chineses sabem dançar bem a música. “E vocês, nos Estados Unidos, o que vão fazer?”, questionou. Ele próprio respondeu de forma divertida: “Temos um presidente que adora Coca-Cola e Disneylândia. É uma grande oportunidade para investir no Brasil. Eu os convido para essa nova parceria”.

O ministro esteve ontem com duas altas autoridades do governo americano — Wilbur Ross (Departamento de Comércio) e Robert Lighthizer (USTR, o Representante de Comércio dos EUA, na sigla em inglês) — e disse ter sido questionado se não era loucura falar em abertura comercial no meio das tensões EUA-China. A resposta? O Brasil esteve dormindo por décadas e quer liberalizar sua economia. Fez, no entanto, uma ponderação que remete também à promessa de comercializar com todo o mundo — incluindo os chineses. “Eu digo ao presidente: nós amamos os americanos, mas deixe-me fazer comércio com quem for mais vantajoso.”

Lighthizer é tido, na equipe econômica e no Itamaraty, como principal obstáculo à entrada brasileira na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Guedes aproveitou a deixa: “Por favor nos deem apoio para a OCDE. Precisamos de apoio para entrar na primeira divisão do mundo”.

Guedes elaborou uma longa narrativa para explicar como a economia brasileira entrou em estagnação e como Bolsonaro foi eleito. Nos últimos 40 anos, o Brasil teve um crescimento contínuo do gasto público, que saltou de 18% para 45% do PIB. Para ele, a vitória de Bolsonaro resulta de uma aliança entre conservadores e liberais, entre centro e direita, em torno de princípios e valores.

Numa tentativa de afastar fantasmas sobre o presidente, disse que a democracia brasileira jamais esteve sob risco. Guedes resumiu, então, acontecimentos como os dois impeachments — de Fernando Collor e Dilma Rousseff — e os escândalos de corrupção no Brasil. “Temos uma democracia vibrante, com freios e contrapesos. Tivemos um impeachment da direita e um da esquerda. Quando se comprou apoio parlamentar, o Judiciário colocou na cadeia quem comprou e quem vendeu.”

Em dois meses de governo, disse Guedes, Bolsonaro mandou ao Congresso duas propostas importantes: a reforma da Previdência e o pacote anticrime. “O verdadeiro buraco negro do Brasil é o sistema previdenciário.” Quanto ao projeto na área de segurança, fez uma comparação com a Guerra do Vietnã: a quantidade de mortos em todo o conflito equivale ao número de vítimas anuais de crimes violentos no país.

Guedes prometeu uma reforma em que “ninguém será deixado de lado”, mas a “fábrica de privilégios vai acabar”. Também assumiu outros três compromissos diante dos investidores: simplificação tributária, abertura unilateral da economia e privatizações. “Temos mais de 50 impostos e tributos hoje; vamos reduzir isso para cinco a sete.”

Mais cedo, em conversa com jornalistas, Guedes falou sobre a China, objeto de boa parte da conversa no jantar de Bolsonaro com formadores de opinião ligados à direita americana, no domingo. A China gera um “mal-estar na civilização ocidental”, segundo ele. “Existe uma noção muito clara de que regimes políticos fechados estão tendo desempenho econômico extraordinário mergulhando nos mercados globais.”

A região da Eurásia, afirmou, tem mais de 3 bilhões de pessoas saindo da pobreza graças ao capitalismo global, incluindo ganhos no comércio exterior, por meio da exportação de produtos industriais e o risco de desemprego no mundo desenvolvido. “Isso bota uma pressão nas democracias ocidentais. Há um mal-estar na civilização, que está se traduzindo na incapacidade da classe política, que tem jurisdição muito estreita.”


@economia Global

segunda-feira, 18 de março de 2019

Nova Família Imperial Brasileira(FHC, Estado de São Paulo)

Domingo, 17 de março de 2019

‘Entrevista / FHC: ‘Assistimos ao renascimento da família imperial’

Ex-presidente considera ‘abusivo’ o uso das redes sociais pelo clã Bolsonaro: ‘Polariza. Isso, para a democracia, não é bom’


Alberto Bombig, O Estado de S.Paulo


De sapatênis marrom e meia verde-abacate, Fernando Henrique Cardoso recebeu o Estado nesta segunda-feira, 11, no centro de São Paulo, para falar do tema de seu mais recente livro: a juventude. Contou entusiasmado que tem ido caminhar na Avenida Paulista aos domingos, quando a via é fechada para os carros, e disse que tem procurado se adaptar ao modo de pensar das redes sociais, nas quais procura sempre se manter presente. “Eu tenho 87 anos. Quando nasci, a vida era diferente. E daí? Bom não é o passado, é o futuro”, disse o sociólogo e presidente do Brasil por dois mandatos (1995-1998 e 1999-2002).


FHC queria deixar a política partidária de lado na conversa e se concentrar apenas no lançamento de Legado para a Juventude Brasileira (Editora Record), uma coautoria com a educadora Daniela de Rogatis. Porém, ao abordar as redes sociais, acabou analisando o uso do Twitter pelo presidente Jair Bolsonaro: “É muito difícil pensar ‘tuitonicamente’, você pode, no máximo, emitir um sinal”. Para o ex-presidente, a democracia exige raciocínio e a rede social é operada por impulso.


Questionado diretamente sobre o comportamento de Bolsonaro e de seus filhos (Flávio, Eduardo e Carlos) nas rede sociais, FHC se disse preocupado com o envolvimento da família no “jogo do poder” porque “leva o sentimento demasiado longe” e disparou: “Eu acho perigoso. É abusivo, polariza (...) Nós estamos assistindo ao renascimento de uma família imperial de origem plebeia. É curioso isso. Geralmente, na República, as famílias não têm esse peso”. Segundo ele, “Bolsonaro está indo mal por conta própria”.


Leia a entrevista:


• Como surgiu a ideia deste seu mais recente livro?

A ideia foi da Daniela de Rogatis, de fazer um livro que resumisse um pouco o que eu tento passar para as novas gerações. É uma coautoria. Também foram acrescentadas aulas que eu dei, uma coisa é falar, outra é escrever.


• Qual é o legado que se pode deixar para a juventude brasileira neste momento?

Procuro transmitir um sentimento de amor ao País, respeito ao povo e valorar a democracia. Fui ministro da Fazenda, conheço um pouco de economia, acho que o crescimento econômico é importante, mas a mensagem principal está nos valores e na crença de se ter organizações abertas em que todos possam participar. Tenho em minha fundação atividades com os jovens. Uma é essa, que se deve basicamente a Dani Rogatis, que tem como alvo jovens de famílias empresariais. Há um outro grupo de pessoas, estudantes de curso secundário, escolas públicas e privadas, escolas profissionalizantes. Eles me perguntam qualquer coisa e eu só não gosto de responder a questões de política partidária, não é o meu objeto fazer pregação. O curioso é que as perguntas dos dois grupos, que são diferentes quanto à renda, não são muito diferentes.


• O senhor se atualiza com esses encontros?

Claro, é bom manter contato com as gerações mais jovens, participar das inquietações deles também. Eu tenho 87 anos. Quando nasci a vida era diferente. E daí? Bom não é o passado, é o futuro. Sem desprezar o que já aconteceu.


• O livro expressa uma grande preocupação com a ausência de líderes de peso. Por quê?

A sociedade contemporânea, paradoxalmente, na medida em que as estruturas e os partidos deixaram de ser tão significativos, porque o contato direto é mais fácil, requer referências. Essas referências só existem quando existem pessoas que as simbolizam. Isso significa que pode estar faltando rumo, alguém para dizer para onde nós vamos. O (Nelson) Mandela na África era isso. Certa vez fui com ele a uma reunião em uma área quase florestal da África do Sul. Quando ele chegou, mesmo sem falar, ele transmitia uma emoção. O que ele estava dizendo não era tão surpreendente. Ele era surpreendente, ele transmitia, ele significa. O mundo precisa disso, de pessoas que apontem rumos mesmo sem falar. Aqui no Brasil, infelizmente, tem muita gente falando e muito pouca gente simbolizando qualquer coisa. Eu posso não estar de acordo com o Lula, mas ele simbolizou em certo momento. Eu vi, em greves, ele simbolizava, por exemplo.


• E na transição de seus mandatos para o dele ambos simbolizaram alguma coisa, não?

Bastante. Eu vou publicar o último volume dos meus Diários da Presidência e você verá como trabalhamos com muito afinco para ter uma transição civilizada. Sabe por quê? Pelo meu amor à democracia. É preciso entender que na democracia mudam os ventos, mas certas regras permanecem e precisam ser valorizadas. No caso do Lula é visível. Ele vinha contra mim, contra o PSDB, mas ele ganhou a eleição. Eu digo a mesma coisa com relação ao Jair Bolsonaro. Ele ganhou a eleição e eu não torço para que ele vá mal. Ele está indo mal por conta própria.


• De que maneira o senhor acha que essa comunicação via redes sociais impacta a política?

Primeiro, é difícil o Twitter. Você dizer alguma coisa naquele pouco espaço disponível não é fácil. Em geral as pessoas não dizem quase nada, apenas manifestam o que estão fazendo. Isso passou a ser o modo com que as pessoas acham que pensam. É muito difícil pensar “tuitonicamente”. Você pode, no máximo, emitir um sinal. Nós estamos vivendo uma transformação de uma sociedade na qual as elites eram reflexivas para uma sociedade na qual todos são impulsivos. Isso tem efeito. É bom? É mau? Eu não quero julgar. Como a democracia vai se ajeitar com isso é a grande questão. A democracia requer reflexão, escolhas. O Twitter leva mais ao impulso do que a uma escolha racional, e democracia necessita de algo um pouco racional.


• Como o senhor vê a maneira como o presidente Bolsonaro e os filhos dele, que são jovens, usam as redes sociais?

Eu acho perigoso. É abusivo, polariza. O Twitter facilita isso, o nós contra eles. Isso para a democracia não é bom. Os líderes de várias tendências não deveriam entrar nesse choque direto. Nós estamos assistindo ao renascimento de uma família imperial de origem plebeia. É curioso isso. Geralmente, na República, as famílias não têm esse peso. Quando têm, é complicado, porque a instituição política não é a instituição familiar, são coisas diferentes. Quando você tem a instituição familiar assumindo parcelas do jogo de poder, você leva o sentimento demasiado longe. O jogo de poder requer um equilíbrio estratégico, de objetivos e meios para se chegar lá. Quando a pura emoção domina é um perigo, porque você leva ao nós e eles: está do meu lado ou está contra mim?


• A preocupação do senhor com a radicalização tem sido grande.

Radicalizar no sentido de ir à raiz da questão, não como oposição. O que é central para um sujeito que não seja do Centrão fisiológico? Para mim, são duas coisas basicamente, a crença na democracia e o sentimento de que é preciso maior igualdade social, isso é o miolo do que é radicalmente centro. Nesse livro, isso reaparece, porque faz parte de treinar a pensar no Brasil. Eu tenho uma preocupação com a concentração de renda e poder, me preocupa também que a diferença entre Nordeste e São Paulo seja muito grande. Você não deve deixar que uma nação se divida. A função do Estado é ter maneira de induzir o crescimento e equalizar as oportunidades. Está muito desigual o Brasil.


• O senhor diria que este livro é mais pessimista ou otimista?

A despeito de tudo, é mensagem de otimismo. Eu não posso ser pessimista. Vim para São Paulo em 1940, vi esta cidade crescer e continua crescendo. Tem 18 milhões de habitantes e todos os dias de manhã tem pão, ônibus, luz elétrica. Ainda é precário? Pode até ser, mas o Brasil mudou para melhor, não foi para pior. Para a classe média alta, talvez a vida seja mais dura. Mas quem pertencia a essa classe há 50 anos? Um grupo pequeno. De vez em quando eu vou passear a pé na Avenida Paulista aos domingos, quando ela está fechada para carros. Você vê o pessoal usufruindo a cidade, não tem briga, é só você não ter medo dos outros. Estão desfrutando a vida. Isso não havia. É uma experiência interessante. É gente que mora na periferia e vem para a Paulista, para a Augusta, para o Minhocão aos domingos usufruir democraticamente da cidade.


• O conceito de democracia está em risco no Brasil?

Isso me preocupa. A juventude atual é mais bem-nascida do que a anterior. Desfruta de algumas coisas como se elas fossem dadas. Não sei se isso vai gerar solidariedade. Com quem as pessoas se preocupam na Europa? Com os de fora, com os imigrantes. Aqui, não. São os de dentro que não têm. É preciso despertar nos jovens desse grupo a consciência disso, sem fazer demagogia.


• Por que a juventude chegou a um momento de descrédito com os partidos e as instituições?

A forma de organização da produção e da vida na sociedade, com a ligação direta na internet, mudou as coisas. Os partidos não se adaptaram. Os candidatos, alguns, sim. As instituições ficaram aquém das pessoas no mundo todo e isso criou a ilusão de que você pode ter a democracia direta.

@política @Brasil

sábado, 16 de março de 2019

Banco chinês hesita em emprestar ao setor privado (Valor Econômico)




Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2019 - 05:40
Valor Econômico | Finanças

Gabriel Wildau e Yizhen Jia
Pobres dos bancos estatais chineses, que estão sempre tentando obedecer as instruções dos formuladores de políticas de Pequim, que estão sempre mudando.

Durante anos, os bancos preferiram emprestar para as grandes empresas estatais — por causa da garantia implícita do governo que essas dívidas tradicionalmente carregam, e porque as estatais eram vistas como campeãs nacionais que mereciam apoio.

Mas agora, o “script” está mudando, conforme a economia perde força. Muitos investidores estrangeiros estão concentrados no impacto da disputa comercial com os EUA, mas o efeito de uma sanção severa ao setor bancário paralelo (“shadow banking”, em inglês) — que fechou o acesso ao crédito para empresas privadas que dependiam de canais não bancários — provavelmente é mais importante. As empresas privadas geram 60% do crescimento econômico da China e 90% dos novos empregos, segundo uma associação setorial que as representa.

É por isso que o governo chinês emitiu na semana passada diretrizes exortando os bancos, entre outros intermediários, a preencherem esse vácuo para aumentar o apoio às empresas privadas. Mesmo assim, não se sabe se o convencimento moral sozinho será capaz de dar conta do recado. Após uma série de “defaults” de bônus por grupos privados, as instituições financeiras estão hesitantes.

Sarah Xu, analista da agência de classificação de crédito Moody’s em Xangai, diz que a possibilidade de apoio contínuo do governo aos grupos privados é positivo apenas para as companhias “fundamentalmente sólidas”, que, segundo ela, “são poucas”. Quanto às mais fracas, “a maior disponibilidade de crédito não afetará significativamente a situação geral de financiamento dessas empresas”.

Um total de 124 emissões de bônus com o principal avaliado em 121 bilhões de yuans (US$ 18 bilhões) ficaram inadimplentes no ano passado, comparado a apenas 34 bilhões de yuans no ano anterior, segundo dado da Wind Financial Information. Entre aquelas que deram calote, cerca de quatro quintos eram formados por grupos privados, muito embora as empresas estatais representem a maioria dos emissores de bônus.

Os bancos podem estar cautelosos em apoiar os grupos privados porque não confiam na fidedignidade de suas demonstrações financeiras.

No mês passado, a Kangdexin Composite Materials, uma empresa listada em Shenzhen, deu um calote em um título emitido internamente de 1 bilhão de yuans. Mesmo assim, seu relatório trimestral mais recente mostrava que o grupo tinha 15 bilhões de yuans em ativos de elevada liquidez no fim de setembro — lançando dúvidas sobre a exatidão de suas demonstrações contábeis.

“As demonstrações financeiras podem ter sido fabricadas. Uma técnica típica é obter dinheiro temporariamente” para que ele possa ser registrado no balanço, diz Shi Min, diretor de crédito da Lakefront Asset Management, um fundo hedge de Pequim. Ele acrescenta que a divulgação da Kangdexin, uma fabricante de filmes laminados, pode ter omitido o fato de que essas posições em dinheiro eram “restritas”, não disponíveis para uso imediato.

A companhia negou ter divulgado demonstrações financeiras falsas e disse num protocolo encaminhado à bolsa de valores de Shenzhen que uma investigação interna revelou “uma situação em que grandes acionistas tomaram conta dos fundos”, sem fornecer mais detalhes. As autoridades reguladoras do mercado de valores mobiliários da China também estão investigando a companhia, segundo o protocolo.

Mas a Kangdexin não é um caso isolado. A Bright Oceans Corp, uma companhia trading de commodities, deu calote em pelo menos sete pagamentos de bônus desde o fim de 2017, apesar de reportar 4,8 bilhões de yuans em “cash” e equivalentes em seu balanço em junho de 2017.

A agência chinesa Lianhe Credit concedeu a nota “AA” à companhia naquele mês, rebaixando-a para “C” em janeiro do ano passado. A Bright Oceans não respondeu a pedidos para comentários.

Participantes do mercado afirmam que em vez de simplesmente conclamar os bancos e investidores a aumentar os empréstimos aos grupos privados, as autoridades reguladoras deveriam cultivar os mecanismos baseados no mercado, que podem permitir aos bancos e investidores em bônus avaliar o risco de crédito e as relações de recuperação de “default” com maior exatidão. Isso inclui o desenvolvimento de auditores, agências de classificação de risco e cortes de falências.

“As autoridades reguladoras não podem averiguar tudo sozinhas. Elas não têm pessoal ou a qualificação para isso. O que o mercado precisa é que as instituições ajudem na supervisão”, afirma o presidente na China de um grande banco europeu. “Se as autoridades reguladoras punissem duramente alguns contadores que permitem fraudes, isso transmitiria uma grande mensagem.”

Mas Drew Bernstein da Marcum BP, uma firma de contabilidade especializada em ajudar companhias chinesas a listarem suas ações nos Estados Unidos, diz que é irreal esperar que os auditores exponham fraudes.

“Digamos que eu tenha 25 anos de experiência e tenha auditado 50 empresas do setor industrial. Você acha que eu sei muita coisa quando comparado a um cara que está no setor industrial há 25 anos, todos os dias de sua vida? Você não acha que ele sabe o suficiente para perpetrar uma fraude sofisticada o suficiente para me enganar?”, pergunta ele.

Em vez disso, Bernstein diz que os investidores que fazem venda a descoberto são os mais capazes de detectar e expor fraudes. Mas as vendas a descoberto praticamente não existem no mercado de bônus corporativos da China. “Passei muito tempo aprendendo com as vendas a descoberto porque elas não estão no mundo da contabilidade”, afirma ele.

Uma solução parcial poderá vir com a entrada das agências estrangeiras de classificação de crédito no mercado de bônus. Os grupos estrangeiros deverão conceder notas mais altas com menos frequência que seus concorrentes locais. Mas pelo menos no médio prazo, os grupos estrangeiros ocuparão só um pequeno nicho do mercado chinês.

“Os relatórios de acompanhamento das agências de classificação parece que são escritos de acordo com um modelo, para que as pessoas não tenham nenhuma maneira de verificar as informações apresentadas pelas companhias”, diz Qi Sheng, analista-chefe de renda fixa da Zhonghai Securities de Xangai.

A Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi) realiza debate sobre os desafios de 2019. Data: 21 de fevereiro Horário: 8h30 Local: Renaissance Hotel. Al. Santos, n 2.233. São Paulo / SP

Informações: acrefi.org.br
@economia @China

Heineken em Cápsulas


@culinária

sexta-feira, 15 de março de 2019

Teoria da vida que impressionou até o Dalai Lama(BBC, Ana Pais)


A teoria sobre a vida desenvolvida por um cientista chileno que impressionou até o Dalai Lama
Ana Pais (@_anapais)
BBC News Mundo
6 março 2019


Direito de imagemNOBEL MEDIA / ALEXANDER MAHMOUD
Image caption O biólogo chileno Humberto Maturana junto com o neurocientista britânico Anil Seth (ao fundo) na confêrencia do prêmio Nobel no Chile
final, o que é a vida?

Essa pergunta é tão antiga que parece estranho que alguém dos dias de hoje consiga uma resposta tão radicalmente inovadora a ponto de influenciar áreas do conhecimento tão díspares como a neurociência, a sociologia, a informática, a literatura e a filosofia.


O biólogo chileno Humberto Maturana conseguiu. Sua teoria, desenvolvida há quase 50 anos com seu ex-aluno e compatriota Francisco Varela, chama-se "autopoiesis" e influenciou muita gente.

"A pergunta básica que me fiz foi o que é estar vivo e o que é estar morto, o que precisa acontecer em sua interioridade para que eu, olhando de fora, possa decidir o que é um ser vivo", disse Maturana à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol.

Sua teoria, publicada em uma série de trabalhos no início da década 1970, foi "revolucionária porque deu uma solução para uma pergunta que até então não tinha resposta", diz.


Direito de imagemNOBEL MEDIA / ALEXANDER MAHMOUD
Image caption
Essa foi a primeira vez que a Fundação Nobel realizou uma conferência na América Latina

Não à toa, Maturana foi um dos 23 pesquisadores convidados pela Fundação Nobel para uma conferência há duas semanas, em Santiago do Chile.

Maturana foi ovacionado quando subiu ao palco. O neurocientista Anil Seth, com quem o chileno dividia o painel, agradeceu a oportunidade de estar perto do "lendário biólogo".

"Li suas obras pela primeira vez há mais de 20 anos, quando fazia doutorado na Universidade de Sussex, na Inglaterra, e me inspirei em seu trabalho desde aquela época, como muitos outros cientistas no mundo", disse Seth.

O trabalho de Maturana, afirmou, "é um maravilhoso exemplo do legado da ciência chilena".


Direito de imagemGETTY IMAGES Image caption
A etimologia da palavra autopoiesis vem do grego: 'auto' (para si mesmo) e 'poiesis' (criação)

Crie a si mesmo
A obra de Maturana se concentra em um termo que ele cunhou unindo duas palavras gregas: "auto" (para si mesmo) e "poiesis" (criação).

"Os seres vivos são sistemas autopoiéticos moleculares, ou seja, sistemas moleculares que se autoproduzem, e a realização dessa produção de si mesmo como sistemas moleculares constitui a vida", afirmou o biólogo.

Segundo sua teoria, todo ser vivo é um sistema fechado que está continuamente se transformando, recuperando-se e se mantendo igual quando necessita.

Uma alegoria mais simples para essa ideia seria a de uma ferida que se cura sozinha.

A prestigiada Enciclopédia Britânica, que lista a autopoiese como uma das seis principais definições científicas para a vida, explica assim a teoria dos chilenos: "Ao contrário das máquinas, cujas funções de controle são inseridas por projetistas humanos, os organismos governam a si próprios".

"Os seres vivos", acrescenta, "mantêm sua forma mediante o contínuo intercâmbio e fluxo de componentes químicos", que são criados pelo próprio corpo.


Direito de imagemCORTESIA INSTITUTO DE FORMAÇÃO MATRÍZTICA
Image caption No ano 2000, Maturana fundou o Instituto de Formação Matríztica, que assessora empresas e indivíduos sobre convivência social

Além de uma definição para a vida, Maturana e Varela também explicam o que é a morte.

A autopoiesis, diz Maturana à BBC, "tem de ocorrer continuamente, porque quando ela para, nós morremos".

O cientista filósofo
"Antes, se você perguntasse a um biólogo o que é um ser vivo, ele não sabia o que responder", diz Maturana. No entanto, depois da teoria, "viver passou a ter uma explicação".

"É um fenômeno de uma dinâmica molecular que constitui entidades discretas que são os seres vivos", diz o biólogo, que também se define como filósofo.

De fato, as palavras de Maturana muitas vezes parecem mais uma reflexão intelectual sobre a vida do que uma definição científica e objetiva dela.


Direito de imagemGETTY IMAGES Image caption
Para Maturana, as crianças se transformam com a convivência com os adultos e, por meio dela, aprendem a ser 'mais sérias' e responsáveis

O eixo de sua obra aborda um tema tão amplo que falar com Maturana necessariamente implica exceder o estritamente científico e entrar em questões bastante filosóficas.

Sobre a educação, ele opina: "O fundamental na educação é a conduta dos adultos em relação às crianças, não somente no espaço relacional e material, mas também no psíquico". Ele também explica seu pensamento sobre a linguagem: "Não é um sistema de comunicação ou transmissão de informações, mas um sistema de coexistência na coordenação de desejos, sentimentos e ações".

Maturana também dá consultorias de recursos humanos e relações interpessoais para empresas e indivíduos por meio do Instituto de Formação Matríztica, que há algumas décadas ele fundou com a professora Ximena Dávila.

É justamente essa diversidade e combinação de saberes de Maturana que atraíram a simpatia do Dalai Lama.


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Maturana e Dalai Lama se encontraram há cinco anos para conversar sobre biologia e filosofia

'Você tem razão'
Há cinco anos, Maturana e a Ximena Dávila visitaram o Dalai Lama, líder religioso e político que vive na Índia, cuja extensa oposição à ocupação do Tibet por parte da China lhe rendeu o prêmio Nobel da Paz em 1989.

Em seu site, Dalai Lama descreve Maturana como um "cientista cuja santidade sempre cito, uma pessoa que disse preferir não se ater apenas ao seu campo de pesquisa porque atrapalha a objetividade".

Embora tenham conversado sobre temas variados como o funcionamento do cérebro, a linguagem e os sentimentos de plantas e animais, Maturana lembra de um diálogo particular sobre a vida.

"A conversa foi essencialmente sobre como vivemos, que tipo de vida estamos levando e como estamos atuando como seres humanos", contou. "Nesse sentido, foi uma conversa filosófica e também biológica".

Maturana detalhou: "Ele disse que havia aprendido comigo o tema do desprendimento, porque em algum momento havíamos conversados sobre isso".

"Com Ximena mostramos que, nas relações humanas, o fundamental é ouvir um ao outro, mas para isso temos que deixar o outro aparecer sem prejulgar preceitos, premissas ou exigências. Isso é desprendimento, segundo o Dalai Lama", explicou.

De acordo com o biólogo, o líder tibetano lhe disse: "Você tem razão". E, em caráter filosófico, ainda acrescentou: "A coisa central na coexistência é ouvir um ao outro para poder fazer as coisas juntos com respeito mútuo."


A teoria sobre a vida desenvolvida por um cientista chileno que impressionou até o Dalai Lama

@ciência @ecologia

quarta-feira, 13 de março de 2019

Vídeo: Reconstituição facial na primeira guerra mundial

@guerra @tecnologia

30 anos de World Wide Web: três grandes ameaças ao futuro da internet(BBC)

30 anos de World Wide Web: as três grandes ameaças ao futuro da internet, segundo criador da rede


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Tim Berners-Lee criou a internet em 1989, dois anos antes do lançamento do primeiro site

O criador da World Wide Web, Tim Berners-Lee, diz ser necessária uma ação global para conter "o mergulho (da internet) rumo a um futuro disfuncional". Em entrevista exclusiva à BBC, Berners-Lee falou sobre os 30 anos que se passaram desde que ele apresentou a proposta para criar a world wide web em 1989.

A world wide web é a estrutura que permitiu que as pessoas pudessem desfrutar do conteúdo transferido pela internet. Hoje, os termos web e internet são vistos praticamente como sinônimos.

Ele disse que o escândalo envolvendo a empresa britânica Cambridge Analytica - acusada de usar, para fins políticos, informações privadas de 87 milhões de usuários do Facebook - fez com que as pessoas percebessem de forma mais clara como os dados de milhares de usuários podem ser manipulados.


Segundo o criador da internet, é possível encontrar soluções para combater violações de dados, hacking e desinformação.

Em uma carta aberta divulgada na segunda-feira, Berners-Lee reconheceu que muitas pessoas duvidam que a web possa ser uma força do bem.

Ele mesmo reconhece ter inquietações com o futuro da internet. "Estou muito preocupado com a proliferação de desinformação e sordidez", disse ele à BBC.

Mas ele reconhece que as pessoas estão começando a entender melhor os riscos de ser usuário da internet.


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Berners-Lee encara a internet como um adolescente problemático e tem como missão pessoal colocá-la de volta ao rumo certo

"Quando o escândalo da Cambridge Analytica veio à tona, as pessoas perceberam que as eleições foram manipuladas com dados que elas forneceram", afirmou na entrevista.

Berners-Lee diz ainda que nos últimos anos tem sentido que cada vez mais os princípios de uma rede aberta precisam ser salvaguardados. Na carta assinada por ele, estão listadas três áreas específicas de "disfunção" que, segundo o criador da internet, estão prejudicando a web hoje:

- Atividades maliciosas, como hacking e assédio

- Projetos de design duvidoso, como modelos de negócios que recompensam cliques

- Consequências não intencionais, como discussões agressivas ou polarizadas

São problemas que poderiam ser, em parte, combatidos com novas legislações e sistemas que limitem o mau comportamento online. Berners-Lee cita, como exemplo, iniciativas como o projeto Contract for the Web (Contrato para a Rede) que ele ajudou a lançar no ano passado.

Mas iniciativas como essas exigem contribuição de toda a sociedade, de usuários a líderes políticos e empresários.


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'Consertar' os problemas da internet exige a contribuição de toda a sociedade, diz o criador da rede

"Precisamos de defensores da rede aberta dentro do governo - funcionários públicos e autoridades eleitas que tomem providências quando os interesses do setor privado ameaçarem o bem público e se levantem para proteger a internet aberta", escreveu Berners-Lee na carta.

Durante a entrevista que concedeu à BBC, ele exibiu bom humor quando lembrou de como apresentou sua proposta para a web há 30 anos - que foi descrita pelo chefe de Bernes-Lee como "vaga, mas instigante".

Mas nos últimos anos, entretanto, ele se deu conta de que não bastava apenas fazer campanha por uma rede aberta e largar as pessoas cuidando de seus próprios interesses.


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O humor de Tim Berners-Lee mudou quando ele foi perguntado sobre o que aconteceu desde que apresentou sua proposta para a web há 30 anos

Berners-Lee tem um plano. O Contract for the Web almeja colocar as coisas de volta no caminho certo, mas depende da vontade de governos e empresas para conter abusos e também da população, que precisa pressionar para que as coisas mudem.

Na entrevista, a última pergunta foi se, de forma geral, o impacto da internet tem sido bom. Em vez de dar uma resposta otimista, o criador da rede gesticulou indicando primeiro uma curva ascendente e, em seguida, uma curva para baixo. Ele diz que depois de bons 15 anos, as coisas pioraram e que chegou a hora de uma "correção de meio do caminho".

A invenção genial cresceu e agora pode ser encarada como um adolescente problemático. Berners-Lee tem como missão pessoal colocar a internet de volta no rumo certo.


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Há três áreas específicas de "disfunção" que, segundo o criador da internet, prejudicam a web

A visão de Berners-Lee é "ao mesmo tempo utópica e realista", disse Jonathan Zittrain, autor do livro The Future of the Internet - and How to Stop It (O Futuro da Internet - E Como Impedi-lo), ainda sem tradução em português.

O criador da rede acredita na ideia de que uma internet livre e aberta capacitaria seus usuários, em vez de reduzi-los a meros consumidores, diz Zittrain.

"Eu vejo a carta de Tim não apenas como um chamado para construir uma internet melhor, mas para nos dedicarmos aos princípios centrais que ela incorpora", disse Zittrain à BBC.

Esses princípios, disse ele, incluem universalidade de acesso e transparência - a capacidade de ver e entender como a internet e suas aplicações funcionam.


https://www.bbc.com/portuguese/geral-47536362

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segunda-feira, 11 de março de 2019

Vídeo: 8 de Março, mulheres do exército brasileiro


@sociedade

Vídeo: Xote dos Cabeludos


Nos anos 60 Roberto Carlos ficou sabendo que no Nordeste do Brasil havia um camarada chamado Luiz Gonzaga, que era intitulado de o Rei do Baião. Roberto Carlos disse que duvidava, pois Gonzaga estava mais para vaqueiro do que para cantor. Chamou Luiz Gonzaga de nordestino ridículo e ultrapassado. Diante das agressões de Roberto Carlos, Luiz Gonzaga compôs uma música como resposta, se chama O Xote dos Cabeludos.


@MPB

Os motins de Paris (Gilles Lapouge)

Gilles Lapouge: Os motins de Paris O Estado de S.Paulo

Pelas redes sociais, grupo espalha teoria conspiratória sobre Pacto de Marrakesh Um texto inunda as redes sociais, especialmente o Facebook. Foi lido centenas de milhares de vezes, principalmente pelos “coletes amarelos”, que desafiavam o presidente e se preparavam para viver um dia de loucura e perigo hoje nas ruas de Paris. O que diz o texto? Ele denuncia o “Pacto de Marrakesh”, que Emmanuel Macron deve assinar na segunda-feira. Ao assinar o acordo, segundo explica o Facebook, “Macron venderá a França para a ONU”. “Você deve impedir Macron de fazer isso no dia 10 de dezembro”, diz o texto. O Pacto de Marrakesh é realmente perturbador. Ele abre as portas do país de maneira massiva para os imigrantes. Segundo o texto do Facebook, ele “prepara a chegada à Europa dos 480 milhões de imigrantes que assegurarão o que é chamada de ‘a Grande Substituição’, ou seja, a substituição de franceses e europeus pelos imigrantes que vão se apoderar do Velho Continente”. A artimanha dessas pessoas que conduzem essa operação pelas redes sociais é que a informação é correta e vem realmente da ONU. A diferença é que esse texto foi escrito pela ONU para enfrentar a grande ameaça dos imigrantes em 2015, durante a “crise migratória”. No entanto, de forma alguma o Pacto de Marrakesh obrigou os países europeus a renunciarem a sua política migratória nem a aceitarem uma “imigração em massa”. Outra versão do boato é ainda mais barroca. Ela afirma que Macron, depois de supervisionar a “Grande Substituição”, renunciará para que a ONU assuma o controle da França. Desnecessário apontar o ridículo da operação. Por outro lado, vale a pena perguntar por que esse texto foi amplamente distribuído para meio milhão de “coletes amarelos” que mantiveram a França em suas garras por algumas semanas. Isso se explica porque os organizadores dessa ofensiva conhecem bem o perfil político dos manifestantes. Eles sabem que, embora boa parte dos “coletes amarelos” seja de esquerda, ou até mesmo de extrema esquerda, a outra parte é de direita ou ultradireita. Por isso, faz sentido inundar os “coletes amarelos” com material anti-imigrantes, porque, especialmente nas classes pobres, existe uma grande aversão aos estrangeiros – ou, como dizem, “árabes-africanos que estupram mulheres brancas e tomam os empregos dos franceses”. Note-se que o documento sobre a “Grande Substituição” já circula na Europa há meses. Ele foi firmado por chefes de Estado que não escondem seu ódio aos imigrantes, como Viktor Orbán, na Hungria. Mais recentemente, a Áustria juntou-se ao movimento em novembro, evocando sua preocupação com o “direito à imigração”. O tema é encontrado em todos os baluartes da ultradireita. Todos os setores europeus que reivindicam a “teoria conspiratória” denunciam o famoso Pacto de Marrakesh. Na França, o Pacto de Marrakesh é frequentemente denunciado pela extrema direita. Mas, surpreendentemente, até o partido Republicanos, que participou de vários governos de direita, denuncia Macron como “traidor da França”, porque “ameaça nossa soberania e nossa identidade”. “Todo os povos têm o direito de escolher a quem dar boas-vindas”, dizem os líderes do partido. Os “coletes amarelos” insistem que são apolíticos. No entanto, a opinião pública os coloca mais à esquerda e manipulados pelos partidos de esquerda ou ultraesquerda. O sucesso das campanhas no Facebook, porém, mostra claramente que há uma proporção alta de homens e mulheres da ala direita entre os manifestantes vestidos com coletes amarelos, sobretudo de extrema direita. / Tradução de Claudia Bozzo
 https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,os-motins-de-paris,70002637679.amp

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