sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Pequeno Dicionário Corporativo (Humor)


*Balanced Scorecard*
Sudoku corporativo. Passatempo típico das reuniões do Board (ver Board).

*Benchmark*
Sabe quando você pensa: “Alguém em algum lugar deve saber fazer essa merda direito”? Esse alguém é o benchmark.

*Bolão da firma*
Atividade recreativa que consome de 20 a 30 horas por semana dos profissionais participantes. Curiosamente, não costuma aparecer nas respectivas planilhas de horas.

*Board*
Grupo de homens de cabelo branco, arrastados à força (física ou pecuniária) para reuniões sobre assuntos de que não entendem.

*Brainstorming*
Ritual dionisíaco-surrealista; terapia em grupo.

*Briefing*
Resumo. Tipo aquele fichamento que você nunca fez na escola.

*Budget*
Lugar onde suas despesas não cabem, mas ninguém vai rever seus KPIs por isso (ver KPI).

*Business Plan*
Ente metafísico, a que se atribuem poderes sobrenaturais. Ninguém conhece seu verdadeiro teor.

*Case*
Concorrente onde você realmente queria trabalhar.

*CEO (Chief Executive Officer)*
Aquele gringo que ainda não entendeu, afinal, o que é que a empresa faz.

*CIO (Chief Information Officer)*
Missionário em busca de livrar a rede da empresa de arquivos pornográficos.

*Chairman*
Membro do Board que dorme nas reuniões e ninguém fala nada (ver Board).

*Commodity*
1. Figurativo: carne de vaca.
2. Literal: comida de vaca.

*Coach*
Sujeito cuja carreira de verdade fracassou e agora ganha dinheiro dando palpite na carreira dos outros.

*Coffee break*
Banquete orgiástico.

*Consultor*
1. Ex-executivo que continua mamando na empresa.
2. Sujeito que mama na empresa na esperança de se tornar executivo dela.

*Core business*
O que a empresa sabe fazer bem, até o Board decidir que não é isso e sim outra coisa (ver Board).

*Copy + paste*
Técnica para elaboração de textos, considerada a mais eficiente desde a invenção da escrita cuneiforme.

*CRM*
Conjunto de técnicas de procrastinação, sugestão e hipnose destinadas a não deixar o target perceber que está sendo enganado (ver Target).

*Deadline*
Prazo arbitrário e imutável, definido em sessões secretas por ogros sádicos de seitas satânicas.

*E-learning*
Tecnologia de ponta empregada para comunicação e interação online, de forma a tornar mais eficiente o processo de fingir ensinar e fingir aprender.

*Economia de baixo carbono*
Mundo mágico, onde vivem fadas, elfos e duendes.

*Feedback*
Se for um chute no saco, desvie.

*Festa da firma*
Rito pagão caracterizado por presentes indesejados, cantadas embaraçosas e puxa-saquismo explícito.

*Forecast*
Chute; aposta; adivinhação. Desde que feitos sem a menor sombra de critério.

*Hands-on*
Trabalhar de verdade; não isso que você faz todo dia.

*Head*
Quem leva a culpa se o projeto não cumprir a Deadline ou estourar o Budget (ver Deadline e Budget).

*Headcount*
Número cuja propriedade definidora é ser grande demais, segundo o Board (ver Board).

*Headhunter*
Corsário determinado a roubar os únicos profissionais competentes que ainda sobraram na empresa.

*Happy hour*
Cerveja irrecusável com um bando de malas.

*Home office*
Local povoado por crianças, faxineiras, jogos da Champions League e toque ininterrupto da campainha e do telefone.

*Insight*
Ideia do chefe.

*Insight brilhante*
Ideia do CEO.

*KPI (Key Performance Indicator)*
Número obtido com Zoroastro, numa sessão de psicografia.

*Margem Ebtida (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization)*
Se abaixo de 5%, atualize seu CV.

*Networking*
Número total de chatos que você tem que aturar pra quem sabe um dia subir na carreira.

*Pen drive*
Porta-vírus.

*Pós-venda*
Ato de suportar as reclamações mais do que justas dos clientes, respondendo-as com declarações vagas e de difícil compreensão.

*Power Point*
Programa cuja radiação inibe as capacidades humanas de pensamento e fala.

*Stakeholder*
O cara que segura o bife.

*Trainee*
Aquele playboyzinho que acabou de chegar e se acha o CEO. Mande ele tirar uns xerox e te trazer um Big Mac pra ele saber o lugar dele (ver CEO).

*Trend*
Quando o CEO entende o que é, já passou (ver CEO).

*Target*
Cretinos; otários; pazzos; Neandertais; membros subnormais da espécie humana, em geral.

*Workaholic*
Pessoa normal, que não trabalha menos que oitenta horas por semana, ou pelo menos finge bem.

*Workshop*
Período de torpor e sonolência, entremeado por banquetes orgiásticos (ver Coffee break).

@fun @adm

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Vídeo: Pìzza delivery com carro automático

Fusion autônomo sendo usado para entregar pizza Dominos nos EUA. Voce pede por telefone, eles te dão uma senha, quando o carro chega, voce digita a senha, o vidro abaixa e aí é só pegar a pizza.
@automobilismo

domingo, 26 de agosto de 2018

Vídeo: Barretos e o seu Hospital de amor


@medicina @câncer

O carimbó de Icoaraci e a resistência do grupo Cobra Venenosa

Video: O efeito Dunning-Kruger


O efeito Dunning-Kruger é o fenómeno pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros mais bem preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos; é a sua incompetência que os restringe da habilidade de reconhecer os próprios erros.
Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória.

Em contrapartida, a competência real pode enfraquecer a autoconfiança e algumas pessoas muito capacitadas podem sofrer de inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes do que eles. 
A esse outro fenómeno dá-se o nome de síndrome do impostor.

@psicologia @sociologia


sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Na disputa entre China e EUA pela América do Sul, Pequim avança


Chineses recorrem a três mecanismos para comunicar suas intenções aos países da vizinhança

16.ago.2018 às 2h00



 O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis (de terno), durante visita ao Monumento aos Pracinhas, no aterro do Flamengo, no Rio - Sergio Moraes/Reuters

A competição geopolítica entre China e Estados Unidos chegou com tudo à América do Sul.

O fenômeno não é novo, mas ganhou relevo com a visita do secretário de Defesa americano aos quatro grandes países da região —Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.

A pergunta que importa é simples: como a disputa entre Washington e Pequim moldará o ordenamento regional sul-americano, e quem vem ganhando as primeiras rodadas?

A resposta passa pelos três mecanismos diplomáticos básicos que a China vem utilizando para comunicar suas intenções aos países da vizinhança.

O primeiro diz respeito ao modo pelo qual a diplomacia chinesa demanda concessões dos governos sul-americanos.

O melhor exemplo recente foi a intricada operação da China em Brasília para abocanhar lotes do pré-sal e conseguir comprar um terço do setor elétrico brasileiro, além de boa parte da produção hidrelétrica nas fronteiras.

A negociação demandou dos chineses a capacidade de manter o fio da meada em meio à turbulência que derrubou Dilma e que levou Temer ao Palácio do Planalto.

O segundo mecanismo refere-se à forma como a diplomacia chinesa faz compromissos críveis capazes de levar seus parceiros sul-americanos à mesa.

Aqui, o melhor exemplo é a costura elaborada pela embaixada chinesa em Buenos Aires para emplacar a construção de uma base de monitoramento de satélites e de segurança cibernética na Patagônia.

A manobra demandou trabalho minucioso para evitar reação adversa da opinião pública e das Forças Armadas argentinas, que têm ojeriza à ideia de expor seu território ao radar dos Estados Unidos.

O terceiro mecanismo é composto pelos sinais que a China emite aos países da região quando sente seus interesses ameaçados pelos Estados Unidos. Ela avança e busca o conflito ou dá um passo atrás para evitá-lo?

A ilustração mais contundente é a decisão chinesa de reduzir seu apoio ao regime venezuelano depois que os desmandos do governo Maduro atiçaram a atenção do Congresso americano.

A explicação parece simplista, mas não é o caso. O futuro geopolítico da América do Sul será, em grande medida, uma função desses poucos mecanismos de sinalização adotados pela China (e da reação a eles dos países da vizinhança).

A verdadeira notícia da semana, portanto, não é fala do chefe do Pentágono na Escola Superior de Guerra, mas a dificuldade americana de responder à escolha chinesa de fazer demandas moderadas, entregar promessas e recuar de situações conflituosas.

A entrada de uma potência no quintal de outra é sempre conflitiva. Pelo menos até agora, a China tem uma estratégia ganhadora.

Matias Spektor
Professor de relações internacionais na FGV.


terça-feira, 21 de agosto de 2018

Ligações perigosas entre China e Rússia (Valor Econômico)




Jamil Anderlini 10/08/2018

Nos anais dos erros crassos da inteligência ocidental, a falha em perceber a separação sino-soviética nas frígidas profundezas da Guerra Fria dá muito o que pensar. Apesar de um pequeno grupo de autoridades heréticas da CIA apontar para as crescentes evidências a partir do fim da década de 1950, sucessivos governos em Washington e outros países se recusaram a acreditar que os dois maiores membros do bloco comunista, na verdade, se odiavam mutuamente. Foi só depois que a China e a Rússia travaram uma guerra ao longo da fronteira entre a Sibéria e a Manchúria, em 1969, que os céticos finalmente aceitaram que o rompimento era real.

Atualmente o Ocidente corre o risco de cometer o erro contrário, ao desqualificar a aliança antiocidental, anti-EUA, que se forma no momento entre Moscou e Pequim. Em conferência em Cingapura em junho, o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, falou de uma "não convergência natural de interesses" entre a Rússia e a China, em sua convicção de que ambos os países têm mais em comum com os Estados Unidos do que entre si.

Essa ideia de que a Rússia e a China não podem ser amigas é tão equivocada e perigosa quanto o dogma da Guerra Fria que retratava o comunismo mundial como um monolito inabalável.

Apesar de muitos no Ocidente desprezarem ou ignorarem o estreitamento cada vez maior dos laços entre os dois países, os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping se empenharam impressionantemente em enaltecer um ao outro, numa embrionária intimidade.

De acordo com Putin, Xi é o único dirigente estrangeiro com o qual comemorou seu aniversário - com uma taça de vodca e um prato de salsicha. De sua parte, Xi qualificou recentemente o presidente russo de "seu melhor e mais íntimo amigo", ao presenteá-lo com a primeira medalha de amizade da China.

É fácil descartar tudo isso como dissimulação superficial, mas gestos como esses entre autocratas têm imensa importância em seus respectivos sistemas. Os dois dirigentes se reuniram pelo menos 26 vezes desde que Xi fez sua primeira viagem ao exterior como líder supremo a Moscou, em 2013.

É bem verdade que o ego da Rússia saiu arranhado pela óbvia reversão de papéis - de "irmão mais velho" da ex-União Soviética para o de "irmão mais novo" da Rússia hoje. Mas a China tem tomado o cuidado de preservar o orgulho de Moscou - ao falar dos dois países como iguais, massagear o ego de Putin e oferecer contratos lucrativos a muitos de seus confidentes e assessores.

Xi e Putin são autocratas que têm em comum o profundo medo de serem desbancados do poder por uma "revolução colorida" apoiada pelos EUA. O estreitamento de seu abraço tem tanto a ver com a antipatia para com os EUA como com seus crescentes interesses comuns

Embora muito desequilibradas - o tamanho da economia russa corresponde a cerca de 10% do da chinesa - as relações econômicas entre os dois países são decisivas para ambas as partes. A China é o maior importador mundial de petróleo bruto; a Rússia foi a maior fornecedora da China no ano passado, e Pequim emprestou dezenas de bilhões de dólares a Moscou para garantir abastecimento futuro de petróleo e gás.

E, o que é crucial do ponto de vista de Pequim, o petróleo importado da Rússia não precisa passar de navio por pontos de estrangulamento estratégicos, como o Estreito de Malaca ou o Golfo de Áden, que podem facilmente ser bloqueados pelos militares americanos.

Mas o que é ainda mais significativo do que seu envolvimento econômico são as relações militares entre os vizinhos. Em sua primeira viagem externa em seu novo cargo, em abril, o ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, visitou Moscou com um recado muito direto: "O lado chinês veio para dar aos americanos uma demonstração dos estreitos laços entre as forças armadas da China e da Rússia", disse ele a seu colega. "Viemos para apoiá-lo".

Frise-se mais uma vez, isso não é apenas retórica amistosa. Até recentemente, os navios de guerra chineses não se distanciavam da costa do país há séculos, mas atualmente eles realizam exercícios conjuntos regulares com a Rússia desde o Mar do Japão até o Mediterrâneo. Por décadas a Rússia resistiu em vender seus equipamentos militares mais avançados à China, mas agora abandonou essa política. Em maio, Pequim mobilizou o último modelo de caças russos em uma demonstração de força frente à democrática e autogovernada Taiwan.

O fator unificador mais importante entre os dois é o ideológico. Xi e Putin são mandachuvas autocratas que têm em comum a aversão ao governo representativo e o profundo medo de serem desbancados do poder por uma "revolução colorida" apoiada pelos EUA. O estreitamento de seu abraço tem tanto a ver com a antipatia para com os EUA e a ordem mundial dominada pelos EUA como com seus crescentes interesses comuns. Isso apresenta uma oportunidade para Washington de dividi-los antes que sua aliança se torne inquebrantável.

A não aceitação da realidade da separação sino-soviética no começo da década de 1960 permitiu que a chamada "teoria do dominó" - a ideia de que o comunismo mundial tinha de ser enfrentado em todo lugar, para conter sua propagação - se tornasse ortodoxia em Washington. Se os EUA tivessem tentado uma reaproximação com a China dez anos antes do que efetivamente tentou, no governo Richard Nixon, talvez os horrores da Guerra do Vietnã e da Revolução Cultural chinesa poderiam ter sido evitados.

Graças à sua persistente ascensão e à sua evidente ambição de suplantar os EUA, a China é um desafio de longo prazo muito maior para os EUA do que a Rússia. Segundo relatos, ninguém menos do que Henry Kissinger - o arquiteto dessa reconciliação com a China em 1972 - teria aconselhado Donald Trump a seguir "estratégia contrária à de Nixon para a China" por meio da tentativa de fazer amizade com Moscou e de isolar Pequim.

Diante da atual investigação sobre um possível conluio com a Rússia, será quase impossível para o presidente dos EUA seguir essa estratégia com sucesso. Mas as instituições americanas, e quem quer que suceder Trump como presidente, tem de reconhecer a gravidade da ameaça representada pela nascente aliança sino-russa para os interesses dos EUA - e para a atual ordem mundial. (Tradução de Rachel Warszawski).

Ozires Silva: Juntos, somos mais fortes (Folha de S. Paulo, Opinião)


Folha de S. Paulo | Opinião

Segunda-feira, 20 de Agosto de 2018 - 03:40

A indústria aeroespacial global está passando por uma profunda transformação. Consolidação entre fabricantes e fornecedores prometem impactar a competitividade do setor. Países como Japão, Rússia e China, contando com apoios governamentais e concentração nos jatos de até 150 assentos, estão dispostos a ganhar mercados externos, no qual a Embraer é líder mundial.

Sabemos ser difícil manter posição de destaque em mercados competitivos como a indústria aeroespacial. Os países emergentes, que cresceram, descobriram que não podem fazer o que querem. Temos de fazer o necessário, mesmo com sacrifícios, menos direitos e mais obrigações. Por isso, a Embraer está concentrada em manter sua competitividade no futuro: a parceria estratégica com a Boeing, a maior fabricante de jatos comerciais do mundo, faz sentido.

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Quando a Embraer foi criada, em 1969, a indústria aeronáutica era mais diversificada, mas não menos competitiva. Anos de trabalho árduo construíram a imagem e a reputação da Embraer no mercado internacional, desde que expusemos o Bandeirante uma primeira vez no Salão Aeronáutico de Le Bourget, em 1977. Desde então, a Embraer se dedicou a identificar certos nichos de mercado, com atenção total aos clientes para entregar produtos inovadores que atendessem às suas necessidades.

A parceria com a Boeing poderá tornar a Embraer mais forte e preparada para competir nos próximos anos. Juntas, vão criar novos produtos e crescer, explorando oportunidades nos mercados. A Boeing reconhece a capacidade técnica da engenharia e da mão de obra da Embraer e afirma que o Brasil será o centro de excelência da joint venture, garantindo produção, criação de empregos e exportações para o Brasil.

Há um paralelo deste momento com a privatização da Embraer, em 1994. Como agora, havia apreensões e vozes contrárias, mas sabíamos que a privatização era a única saída para manter a Embraer viva e, mais ainda, preparada para o futuro. A história mostrou que a decisão foi mais do que acertada e, desde então, a Embraer cresceu, modernizou -se se internacionalizou-se.

Tornou-se, assim, líder mundial na fabricação de jatos de passageiros de até 150 assentos, ingressou no segmento ultracompetitivo da aviação executiva com produtos superiores e inovadores —o jato Phenom 300, por exemplo, há anos é o modelo mais vendido de sua categoria— e tem aumentado sua atuação internacional na área de defesa, cujo expoente atualmente é o jato de transporte multimissão KC-390.

Com grande potencial de exportação, o KC-390 vem para substituir parte da frota global de antigos C-130 Hercules, de origem norte-americana, ainda em operação.

Vivemos um momento que exige coragem e ousadia para tomar as decisões corretas e, assim, criar as oportunidades necessárias para o futuro. Entre outras vantagens, a parceria estratégica com a Boeing fortalecerá ambas as empresas, posicionando-as de forma adequada para competir no novo cenário global da indústria aeroespacial.

Não menos importante, veremos preservados os interesses da FAB e do governo brasileiro, mantendo a capacidade tecnológica e industrial instaladas no Brasil, o que garante também a soberania e a autonomia da nossa nação.

Com linhas de produtos complementares, filosofias de trabalho e culturas semelhantes, dedicadas à inovação e excelência, a parceria estratégica se beneficiará de uma cadeia global de suprimentos, com fornecedores nossos e uma rede de serviços que fortalecerá as marcas Boeing e Embraer, criando assim uma nova proposta de valor para funcionários, clientes, parceiros e investidores.

Como um apaixonado pela Embraer, à qual dediquei a maior parte de minha vida, vejo esta nova rota como essencial na construção do futuro da Embraer, que, tenho certeza, será um sucesso ainda maior!

@economia @Brasil @aeronáutica

domingo, 19 de agosto de 2018

ANP aprova minuta de resolução sobre transparência na formação de preços de combustíveis



A ANP iniciará no dia 20/8 consulta pública para ouvir a sociedade sobre a minuta da resolução que tratará da transparência na formação dos preços dos combustíveis, biocombustíveis e gás natural para os órgãos públicos e para o público geral. O aviso da consulta, que ficará aberta por 30 dias, foi publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (16/8). A audiência pública ocorrerá em 3 de outubro.



A iniciativa da ANP tem como objetivo ampliar a transparência na formação dos preços de derivados de petróleo e gás natural, para proteger os interesses dos consumidores e promover a livre concorrência.



Os trabalhos foram conduzidos em continuidade aos resultados da Tomada Pública de Contribuições (TPC), realizada pela ANP de 11 de junho a 2 de julho, que demonstrou que deveriam ser aprofundados estudos visando à elaboração de resolução estabelecendo mecanismos de aumento da transparência na formação dos preços dos combustíveis.



A minuta de resolução, informações sobre a consulta e a audiência pública, bem como os procedimentos para participação, estão disponíveis na página de Consultas e Audiências Públicas no portal da ANP: 




As principais medidas propostas na minuta de resolução são:



  •     Obrigatoriedade a todos os produtores e importadores de derivados de petróleo e biocombustíveis de informar, à ANP, o preço e todos os componentes da fórmula de preço, por produto e ponto de entrega, sempre que houver reajuste de preços e/ou alteração de parâmetros da fórmula;

  •     Os produtores e importadores que detêm uma participação de mercado maior que 20% em uma macrorregião política do País deverão publicar, em seu próprio site na internet, a fórmula utilizada para precificação do produto correspondente, bem como o preço resultante, para cada um dos produtos à venda, em cada ponto de entrega. As informações deverão ser publicadas somente no ato do reajuste do preço ou da alteração dos parâmetros da fórmula. A ANP publicará as mesmas informações em seu portal na internet;

  •     Nos contratos de fornecimento de derivados de petróleo em que se exige homologação prévia da ANP, será obrigatória a inclusão de fórmula de preços. Todas as parcelas da fórmula prevista deverão ser claras, objetivas e passíveis de cálculo prévio pelos agentes envolvidos. Os preços de referência adotados deverão ser largamente utilizados por agentes econômicos e possuírem cotações de fácil acesso. O preço praticado não poderá divergir do calculado mediante a fórmula prevista em contrato;

  •     A ANP promoverá a elaboração dos contratos padronizados de compra e venda de gás natural, com a participação dos agentes da indústria e por meio de consulta e audiência pública;

  •     Com o objetivo de desenvolver um ambiente organizado para a comercialização de gás natural, a ANP poderá celebrar acordos de cooperação técnica com entidades administradoras de mercado;

  •     A ANP divulgará mensalmente os preços praticados nos mercados organizados de gás natural;

  •     Os produtores, importadores e distribuidores de derivados de petróleo e biocombustíveis deverão acrescentar os dados de preços de venda às informações já encaminhadas mensalmente por meio do i-SIMP (SIMP - Sistema de Informações de Movimentação de Produtos);

  •     As informações de preços recebidas dos agentes serão publicadas mensalmente pela ANP em seu portal na internet;

  •     Fica estabelecida a obrigatoriedade de envio dos dados de preços praticados pelos revendedores varejistas de combustíveis líquidos e de GLP por meio do sistema Infopreço, a partir de 01/11/2018. A ANP está trabalhando no desenvolvimento aplicativo para disponibilização à sociedade dos preços praticados pelos postos revendedores de forma georreferenciada.



Atualizada em 16/8 com a publicação do aviso da Consulta e Audiência Públicas nº 20/2018 no Diário Oficial da União.





http://www.anp.gov.br/noticias/4674-anp-aprova-minuta-de-resolucao-sobre-transparencia-na-formacao-de-precos-de-combustiveis

@energia @Petróleo @Brasil @CEP85

Dedos de Lúcifer, a rara (e cara) iguaria portuguesa que homens arriscam a vida para colher



 Percebes são um tipo de crustáceo que cresce em rochedos de difícil acesso | Foto: Tim E. White/BBC

Para entender por que um restaurante me cobrava 100 euros (cerca de R$ 400) por um prato de percebes - crustáceos conhecidos em Portugal como "dedos de Lúcifer" -, decidi passar um dia com os homens corajosos que arriscam suas vidas para colhê-los na chamada Costa Vicentina, no extremo sudoeste de Portugal.
Essas iguarias, muito populares em Portugal e na Espanha, são chamadas de "dedos de Lúcifer" por causa de sua aparência bizarra: seus troncos grossos lembram dedos e seus "pés" têm forma de diamante, assemelhando-se a garras. 

Os percebes só crescem e se multiplicam em rochedos na chamada zona intermareal do oceano (área entre as marés altas e baixas), onde são alimentados pelo plâncton trazido pelas ondas que quebram. Diferentemente de outros crustáceos, não podem ser cultivados e o mar agitado torna sua colheita perigosa. 


 Caçador de percebes, Fernando Damas largou carreira promissora como designer industrial 19 anos atrás para colher iguaria em tempo integral Foto: Tim E. White/BBC

Dia de trabalho

Por causa do valor monetário e gastronômico dessas trufas do mar - como às vezes os percebes são chamados -, mergulhadores vão à sua caça assim que as temperaturas ficam mais amenas.
"Mesmo um dia ruim no mar é melhor do que um dia bom no escritório", diz Fernando Damas, um caçador de percebes que largou uma carreira promissora como designer industrial 19 anos atrás para colher a iguaria em tempo integral. "O oceano é cheio de maravilhosas surpresas".


 "Há muitos casos de mergulhadores que batem à cabeça e morrem afogados", diz mergulhador João Rosário | Foto: Tim E. White/BBC

Negócio perigoso

Na Costa Vicentina, um antigo provérbio diz: "Nunca dê as costas para Deus quando mergulhar em busca dos dedos de Lúcifer". O mergulhador João Rosário explica que, nesse caso, Deus se refere ao poder do mar. "Quando você mergulha para colher percebes e ignora a imprevisibilidade do oceano, você provavelmente será ferido ou morto", diz. "Há muitos casos de mergulhadores que batem a cabeça e morrem afogados. Os "sortudos" quebram um braço ou uma perna. Isso sem falar nos cortes provocados pelas pedras".


 Percebes podem ser alcançados subindo pelas falésias ou mergulhando de um barco | Foto: Tim E. White/BBC

Diferentes escolas de pensamento

Os percebes podem ser alcançados subindo pelas falésias ou mergulhando de um barco. Não existe consenso sobre qual é a técnica menos perigosa. Quem desce 100 metros pelas falésias por meio de uma corda para colher os crustáceos durante a maré baixa correm o risco de cair ou acabar esmagado contra as rochas pela arrebentação. A alternativa é permanecer a uma distância segura dos penhascos quando a maré está ligeiramente mais alta, e depois nadar em direção ao rochedo, tentando sincronizar cada movimento com o das ondas.


 Mergulhadores atuam em pares por razões de segurança | Foto: Tim E. White/BBC

Trabalho em equipe

Os mergulhadores atuam em pares por razões de segurança, e você acaba confiando sua vida nas mãos de seu parceiro, assinala Damas, que vem mergulhando com Tiago Craca nos últimos seis anos. Eles formam a dupla perfeita, compartilhando decisões sobre onde e quando é seguro mergulhar.
"Ele tem a metade da minha idade e já salvou a minha vida, diz Damas. Naquele dia, estava preocupado com outras coisas. Você não pode perder o foco no que está fazendo - é muito perigoso. Eu não vi que meu pé inchou e acabei ficando preso em uma fenda. Felizmente, Tiago percebeu que estava embaixo d'água por muito tempo e veio me buscar".


Apenas 80 licenças de mergulho para caça de percebes são emitidas a cada ano | Foto: Tim E. White/BBC 

Um setor regulado

Em Portugal, a caça dos percebes é fortemente regulada e todas as atividades de mergulho são controladas pela cidade de Villa do Bispo, onde se localiza a sede da Associação Dos Marisqueiros Da Vila Do Bispo. Apenas 80 licenças de mergulho são emitidas a cada ano. A maioria dos mergulhadores vive ali ou nas proximidades da cidade litorânea de Sagres. O mercado de peixes de Sagres é o único lugar onde os mergulhadores são legalmente autorizados a vender os percebes a donos de restaurantes e fornecedores. Um mergulhador só pode colher até 15 kg diariamente, e os preços variam entre €30 e €60 o quilo, dependendo da qualidade e do tamanho do crustáceo, explica Paula Barata, presidente da associação. 


 Apesar das regras rígidas, caça de percebes permanece abundante | Foto: Tim E. White/BBC

"Nosso caixa eletrônico no mar"

Apesar das regras rígidas, a caça dos percebes permanece abundante. Trata-se de um negócio lucrativo e a guarda-costeira não consegue fiscalizar todos os locais. Também é um negócio secreto, e nem mesmo os mergulhadores licenciados compartilham onde mergulham ou planejam mergulhar devido à raridade da iguaria.
Um dos mergulhadores no mercado de peixe da cidade de Portimão, a 55 km a leste de Sagres, emite sua opinião: "Não me importo com as regras. A Costa Vicentina pertence ao povo - não ao governo. Os percebes são o nosso caixa eletrônico no mar. Temos o direito de sacar o nosso dinheiro."


Há apenas uma maneira de comer os dedos do diabo - com seus próprios dedos | Foto: Tim E. White/BBC 

Sem talheres

É justo perguntar por que todo esse rebuliço em torno dessa iguaria. Mas ao prová-la, encontra-se rapidamente a resposta. Imagine-se descansando em um dia de sol na praia. O vento toca o seu rosto e você consegue sentir o cheio do mar. Esse é o verdadeiro gosto dos percebes.
E há apenas uma maneira de comer os dedos do diabo - com seus próprios dedos, diz Sérgio Meudes, gerente do restaurante Marisqueira Azul, em Lisboa, onde os percebes são incluídos no menu sempre que possível. É necessário segurar firmemente a garra colorida do percebe e retirar sua casca para, então, revelar a carne.



Segundo a tradição portuguesa, só existe uma maneira de cozinhar os percebes adequadamente: na água fervente com sal | Foto: Tim E. White/BBC 

Somente uma maneira de preparar

Segundo a tradição portuguesa, só existe uma maneira de cozinhar os percebes adequadamente: na água fervente com sal. Mas não se pode passar do ponto, pois isso é necessário rezar o Pai Nosso. "Mesmo se você rezar lentamente, nunca vai demorar mais de um minuto", diz Adriano Lemes, chef do Marisqueira Azul. "Retire-o da água fervente e coloque-o no gelo para terminar o processo de cozimento. Não adicione nenhuma especiaria e, principalmente, nenhum molho", destaca.


http://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-42629569

 @culinária @turismo