A última lição
A ULTIMA LIÇÃO gira em torno de Madeleine, 92 anos, que decide marcar a data de sua morte e toma todas as providências para que tudo se passe da melhor maneira. Porém, quando informa sua decisão à família, muitos conflitos vêm à tona, e sua intenção de prepará-los carinhosamente para sua ausência se transforma em uma grande confusão familiar. Sua filha Diane respeita a escolha da mãe e divide com ela o humor e a cumplicidade desses últimos momentos.
Madeleine, 92 anos, decide marcar a data de sua morte e toma todas as providências para que tudo se passe da melhor maneira. Porém, quando informa sua decisão à família, muitos conflitos vêm à tona, e sua intenção de prepará-los carinhosamente para sua ausência se transforma em uma grande confusão familiar. Sua filha Diane respeita a escolha da mãe e divide com ela o humor e a cumplicidade desses últimos momentos.
“Tive vontade de fazer esse filme para transmitir a importância de viver ao máximo no tempo presente, para não se arrepender depois. A saudade e a tristeza da ausência são incontornáveis, mas o arrependimento é muito pior.”
Pascale Pouzadoux
INSPIRADO EM FATOS REAIS
Mireille Jospin, mãe do ex-primeiro ministro francês Lionel Jospin e da filósofa Noëlle Châtelet, se suicidou no dia 6 de dezembro de 2002, aos 92 anos. Obstetra aposentada, ela escolheu por fim à sua vida com muita consciência, para se manter fiel a alguns princípios de vida e de morte. Três meses antes do Dia D, ela anunciou sua decisão à família.
O caso deu origem ao livro “A Última Lição”, lançado pela Ed. Seuil em 2005. Nesta narrativa autobiográfica, Noëlle Châtelet nos faz viver esses três últimos meses de sua mãe com uma honestidade rara. Não se trata de um livro triste, pelo contrário. Recheado de gargalhadas e momentos de muita intimidade, o relato nos permite descobrir como a morte de uma mãe é uma etapa suplementar no decorrer da vida, uma etapa que se inscreve num lento processo de renúncia. O livro também é uma declaração de amor a uma mãe extraordinária.
DEFESA DE UMA CAUSA
Pascale Pouzadoux fez o filme com o mesmo objetivo que levou Noëlle Châtelet a escrever seu livro: “Meu desejo era que um dia as pessoas mais velhas fossem livres e pudessem decidir partir sem sofrimento, caso assim o desejassem”. Mireille Jospin foi uma militante desta causa e criadora da ADMD – Associação pelo Direito a Morrer Dignamente.
INSPIRAÇÃO LIVRE
Os créditos do filme anunciam uma “inspiração livre do livro de Noëlle Châtelet, transposto para uma família fictícia”. A preocupação da diretora era representar filosoficamente as ideias de Mireille Jospin, sem se prender aos fatos. O fato de um de seus filhos ser um político com muita projeção a levou a buscar o anonimato. Criou-se assim um núcleo familiar fictício, composto por protagonistas com pontos de vistas bem diferentes.
A MORTE COM HUMOR E LEVEZA
“Quando encontrei a autora do livro, Noëlle Châtelet, ela ficou bem interessada no fato de eu já ter feito comédias, pois ela desejava a presença do riso nessa história. Ela queria desdramatizar a morte. Para ela, estava fora de cogitação que o filme fosse pesado ou apelativo.”, nos conta a diretora.
“O humor é um prisma para suportar a condição humana. Por que alguns filmes são tão difíceis quando abordam a morte? Porque subtrai-se o riso e a vida. Mas a morte não é isso. Quando ela se torna eminente, um sentimento de sobrevivência e de último suspiro extremamente potente se instala no interior do corpo e dizemos: “carpe diem”. Minha grande referencia foi ‘As Invasões Bárbaras’, um filme ao mesmo tempo dramático e engraçado.”
“A personagem de Madeleine só consegue abordar a morte de maneira tão serena porque ela viveu a vida de forma plena.”
ACEITAR A MORTE
Quando a filha Diane aceita a morte de sua mãe, o filme se torna mais vivo: “o conflito e a cólera cedem lugar à leveza e à ‘joie de vivre’. Ela se divertem juntas, bebem, comem, riem. Daí meu desejo de deixar entrar cada vez mais luz à medida que o filme avança em direção à morte. A cena em que elas comem ostras é de uma leveza absoluta, a luz é translúcida.”, conta Pascale Pouzadoux.
FECHANDO CICLOS
No filme, a personagem de Madeleine também é obstetra, como foi Mireille Jospin na vida real. Diz sua filha Noëlle: “Quem melhor do que quem trabalha com parto para saber os limites entre a vida e a morte? Minha mãe sempre dizia: ‘somos recebidos na vida com flores e presentes, por que não podemos partir da mesma forma? Para ela isso era um único gesto. Chegar e partir, o ciclo se fecha.”
CRÍTICAS:
"Uma delicadeza”
Pierre Vavasseur, Le Parisien
“Cenas de ternura avassaladora sobre o atardecer de uma vida”
Sandra Benedetti, Studio Ciné Live
“Aborda com muita leveza o tema sensível do fim da vida”
Le Journal des Femmes
“A atriz Marthe Villalonga, magnífica em suas rugas, nobre em seu humor, eleva o filme ao céu”
Sandra Benedetti, L’Express
“A cumplicidade entre a mãe e a filha faz deste filme uma fantástica ode à vida”
“Um filme sobre o fim da vida que nos faz rir e chorar”
Caroline Vié, 20 Minutes
“Um belo filme, digno e sóbrio".
Philippe Ross, Télé 7 Jours
“Um filme comovente, que evita qualquer sentimento de piedade ou melancolia graças às intérpretes”
Jean Serroy, Le Dauphiné Libéré
"A força da história está nos múltiplos pontos de vista, sem nunca julgar”
Stéphanie Belpêche, Le Journal du Dimanche
“Forte química entre Marthe Villalonga e Sandrine Bonnaire”
Le Nouvel Observateur
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