Le Figaro analisa a política de perseguição massiva aos cristãos do Oriente Médio
Por RFI
Cristãos
do Iraque durante missa de Natal em uma igreja ortodoxa da cidade de
Basgiga, ao leste de Mossul, em 25 de dezembro de 2016.REUTERS/Khalid al Mousily
O jornal Le Figaro traz matéria de capa nesta segunda-feira sobre as perseguições religiosas aos cristãos do Oriente Médio.
Com o título “O Natal sombrio dos cristãos do Oriente”, Figaro descreve as festividades natalinas na região entre Iraque,
Curdistão e Síria, realizadas numa atmosfera de “medo persistente pelo
futuro”, nas “Igrejas liberadas apenas a dois meses pelo grupo Estado
Islâmico”, sobretudo na região cristã da Planície de Ninive, no Iraque.
“Um grande êxodo continua em todos os lugares do Oriente Médio”, publica
o jornal.
“Os cristãos representavam cerca de 20% da população da região, mas agora, alvos de perseguição religiosa, não são mais do que 2% ou 3%”, analisa Le Figaro. “Sofremos destruições comparáveis à de Pompeia, só que nossa catástrofe foi humana, não natural. Aqueles que queimaram a planície de Ninive foram como um vulcão diabólico”, afirmou o irmão Najib, entrevistado pelo jornal francês. A Planície de Ninive, nos arredores de Mossul, é conhecida como uma das regiões cristãs do Iraque que mais sofreram destruições, mortes e perseguições, durante o califado do grupo jihadista, segundo o jornal.
"Limpeza religiosa"
“O desaparecimento de comunidades inteiras se tornou uma realidade”, escreve Le Figaro. “No Iraque, a maior parte dos cristãos se refugiou em seu próprio país. Pela primeira vez em 2 mil anos, não existem mais cristãos em Mossul nem na maior parte da Mesopotâmia”, descreve o Figaro. Para o jornal, os povos assírios e caldeus da Planície de Ninive, caçados pelo grupo Estado Islâmico, vivem há dois anos em tendas e caravanas nos campos de refugiados do Curdistão.
“Eles sofreram nestes últimos meses um segundo choque”, descreve Le Figaro. “A liberação de suas cidades e vilarejos foi acompanhada da descoberta de suas igrejas profanadas e de suas casas assaltadas por membros do grupo Estado Islâmico, geralmente vindos de vilarejos vizinhos”, afirma o periódico. “A política de limpeza religiosa do Estado Islâmico funcionou enormemente”, escreve o Figaro. “A maior parte dos cristãos de Ninive não retornará às suas casas, ou virão apenas para vender suas terras ou sua casa, antes de se instalar definitivamente no Curdistão ou de imigrar para a Europa, Austrália ou América do Norte”, publica o periódico.
Para o jornal, esse “fenômeno que viu a primeira religião mundial ser pouco a pouco expulsa das terras que lhe viram nascer, aconteceu por etapas, frequentemente assistidas pelos olhos da Cristandade ocidental”. “As perseguições anticristãs do século 19 se transformam no século 20. O grande massacre dos Armênios e dos Assírios pelos otomanos foi perpetrado com ampla colaboração dos curdos, que tomaram suas terras no leste da Turquia, neste que foi o primeiro genocídio do século”, escreve Le Figaro. O jornal francês repercute ainda a mensagem de Natal do papa Francisco, que fez um apelo à comunidade internacional sobre os direitos do Homem na “Síria martirizada”, sobretudo “na cidade de Aleppo, onde muito sangue foi derramado”, finaliza o jornal.
“Os cristãos representavam cerca de 20% da população da região, mas agora, alvos de perseguição religiosa, não são mais do que 2% ou 3%”, analisa Le Figaro. “Sofremos destruições comparáveis à de Pompeia, só que nossa catástrofe foi humana, não natural. Aqueles que queimaram a planície de Ninive foram como um vulcão diabólico”, afirmou o irmão Najib, entrevistado pelo jornal francês. A Planície de Ninive, nos arredores de Mossul, é conhecida como uma das regiões cristãs do Iraque que mais sofreram destruições, mortes e perseguições, durante o califado do grupo jihadista, segundo o jornal.
"Limpeza religiosa"
“O desaparecimento de comunidades inteiras se tornou uma realidade”, escreve Le Figaro. “No Iraque, a maior parte dos cristãos se refugiou em seu próprio país. Pela primeira vez em 2 mil anos, não existem mais cristãos em Mossul nem na maior parte da Mesopotâmia”, descreve o Figaro. Para o jornal, os povos assírios e caldeus da Planície de Ninive, caçados pelo grupo Estado Islâmico, vivem há dois anos em tendas e caravanas nos campos de refugiados do Curdistão.
“Eles sofreram nestes últimos meses um segundo choque”, descreve Le Figaro. “A liberação de suas cidades e vilarejos foi acompanhada da descoberta de suas igrejas profanadas e de suas casas assaltadas por membros do grupo Estado Islâmico, geralmente vindos de vilarejos vizinhos”, afirma o periódico. “A política de limpeza religiosa do Estado Islâmico funcionou enormemente”, escreve o Figaro. “A maior parte dos cristãos de Ninive não retornará às suas casas, ou virão apenas para vender suas terras ou sua casa, antes de se instalar definitivamente no Curdistão ou de imigrar para a Europa, Austrália ou América do Norte”, publica o periódico.
Para o jornal, esse “fenômeno que viu a primeira religião mundial ser pouco a pouco expulsa das terras que lhe viram nascer, aconteceu por etapas, frequentemente assistidas pelos olhos da Cristandade ocidental”. “As perseguições anticristãs do século 19 se transformam no século 20. O grande massacre dos Armênios e dos Assírios pelos otomanos foi perpetrado com ampla colaboração dos curdos, que tomaram suas terras no leste da Turquia, neste que foi o primeiro genocídio do século”, escreve Le Figaro. O jornal francês repercute ainda a mensagem de Natal do papa Francisco, que fez um apelo à comunidade internacional sobre os direitos do Homem na “Síria martirizada”, sobretudo “na cidade de Aleppo, onde muito sangue foi derramado”, finaliza o jornal.
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