As delações da Odebrecht atingiram duramente o PSDB, partido de início poupado na Lava-Jato. Os três principais presidenciáveis da sigla foram implicados. Aécio Neves e José Serra responderão a inquérito no STF e o caso do governador Geraldo Alckmin foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça. O ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para 2018, já respondia a cinco inquérito e agora ganhou mais um, baseado nas delações. Nem PSDB nem PT têm um plano B para a sucessão presidencial. No PT fala-se em Ciro Gomes, que dificilmente será aceito pelo partido, enquanto a estrela do prefeito João Doria cada vez brilha mais no PSDB.
A lista de Fachin ainda atingiu o coração do governo. Passam a ser formalmente investigados os dois mais importantes conselheiros do presidente Temer: o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco. O governo ficou mais fraco e terá maiores dificuldades para conduzir as reformas econômicas. Oito ministros de Temer responderão a inquérito por terem recebido ou intermediado doações para campanhas eleitorais que o Ministério Público Federal considerou criminosas.
O topo da hierarquia da Odebrecht mencionou em delações premiadas o envolvimento de Eunício Oliveira e Rodrigo Maia em situações de pagamento de vantagens indevidas. Ao lado de outros quatro delatores, os empresários Emílio e Marcelo Odebrecht citaram desembolsos que chegaram a R$ 150 milhões, dinheiro pago em troca da aprovação de medidas provisórias no Congresso Nacional.
Os dois empreiteiros afirmaram ao Ministério Público que apenas a edição da MP 613/13 demandou o pagamento de R$ 100 milhões. A medida concedeu incentivos tributários aos produtores de etanol e à indústria química. Na época, a estimativa total de renúncia em tributos para os setores beneficiados foi de aproximadamente R$ 10 bilhões.
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