quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Exxon quer perfurar no Brasil em 2019 (Kincaid e FSP)



30/09/2017 02h00

KINCAID:
Petroleira vê potencial para recursos em águas profundas em todas as áreas arrematadas na 14ª Rodada.



A ExxonMobil planeja perfurar poços nos blocos arrematados na 14ª Rodada em 2019. No ano que vem, a companhia se voltará para aquisições sísmicas 3D nas áreas. A petroleira já antecipou que espera encontrar óleo no pré-sal de Campos, onde vê potencial para encontrar recursos de alta qualidade em águas profundas..



A companhia arrematou, ao todo, dez blocos no leilão, distribuídos pela bacias de Sergipe-Alagoas (2) e Campos (8), além de ter fechado acordos de farm-in em outras duas áreas da 13ª Rodada, também em Sergipe-Alagoas.



A empresa também arrematou uma área no 2º leilão de partilha na última sexta-feira (27/10), marcando sua estreia no projeto de Carcará, em águas profundas na Bacia de Santos. A empresa terá participação de 40% área unitizável de Norte de Carcará e de 36,54% BM-S-8, onde foi feita a descoberta inicial.



A companhia não divulgou o volume de investimentos direcionado para o Brasil. Globalmente, a Exxon planeja investir de US$ 70 bilhões a US$ 80 bilhões entre 2018 e 2020.


FSP:
 A grande aposta da ExxonMobil na Bacia de Campos mostra sua vontade de reconstruir suas reservas e abre caminho para ofertas consideráveis nos leilões de outubro, voltados às ricas áreas do pré-sal brasileiro, disseram analistas.

Ao marcar um retorno à exploração de petróleo e gás no Brasil, após uma ausência de cinco anos, a Exxon levou oito blocos na cobiçada Bacia de Campos, uma das mais produtivas, durante a 14ª Rodada de Licitação na quarta-feira (27). Seis foram levados em parceria com a Petrobras.

O leilão, que atingiu um bônus recorde, incluiu uma oferta da Exxon e da parceira Petrobras de R$ 2,24 bilhões por um único bloco (C-M-346), a maior oferta da história em rodadas do gênero.

Isso mostrou como as companhias de petróleo que podem pagar valores significativos estão dispostas a desembolsar e desenvolver reservas de alta qualidade em lugares longínquos, apesar de os preços do petróleo terem caído pela metade em relação a 2014.

"Se alguém pode fazê-lo de um jeito que mantém os custos baixos para algo tão grande e complexo como esse, provavelmente esse alguém é a ExxonMobil", disse Brian Youngberg, analista da Edward Jones.

Youngberg afirmou que também espera que a Exxon participe dos leilões de outubro relativos a blocos na área do pré-sal. A Exxon não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre sua potencial participação nos leilões do próximo mês.

Com um valor de mercado de cerca de US$ 350 bilhões, a Exxon gastou muito neste ano em projetos de expansão de petróleo e gás natural para reabastecer suas reservas em queda, buscando reverter as preocupações de que estaria ficando para trás de suas concorrentes na exploração e produção.

O arremate no Brasil é um "sinal adicional da urgência da empresa em reabastecer sua base de recursos", disseram os analistas da Tudor, Pickering Holt & Co, na quinta-feira (28), acrescentando que o negócio da Bacia de Campos foi um sinal positivo para futuros leilões do pré-sal brasileiro.

A oferta recorde de quarta-feira foi cerca de cinco vezes superior à mais próxima, realizada por Shell e Repsol.

A Petrobras disse que tinha expectativa de que alguns dos blocos de Campos poderiam ter também reservas de pré-sal de alto potencial.

Antes do leilão, a Exxon estava entre as poucas grandes petroleiras sem uma presença em exploração nos grandes campos offshore recentemente descobertos no Brasil.

"Para a ExxonMobil, a falta de presença no pré-sal do Brasil foi indiscutivelmente a maior lacuna em seu portfólio, especialmente agora que a Shell ocupa uma posição dominante nesta área prolífica e de baixo 'break-even'", afirmou Horacio Cuenca, pesquisador da Wood Mackenzie, em um nota a clientes.

A Exxon abandonou os esforços de perfuração na Bacia de Santos em 2012, após resultados frustrantes.

Mas uma série de mudanças regulatórias durante o governo de Michel Temer, incluindo uma redução dos requisitos que forçaram as empresas a usarem conteúdo local de equipamentos, provavelmente levará os investidores a retornarem à maior economia da América Latina, disseram os analistas.

Na quarta-feira, Petrobras e Exxon arremataram seis blocos na Bacia de Campos, por R$ 3,59 bilhões, sendo responsáveis por 93% da arrecadação total do leilão.
 



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