GUGA CHACRA
Nova York registra 366 mortes, incluindo 85 nas últimas 24 horas devido a infecções causadas pelo novo coronavírus. A cidade deve em breve estar ao lado da Itália e da Espanha como o grande foco da pandemia global .
O contraste com as grandes metrópoles asiáticas impressiona. Pequim teve 8 mortes em toda a epidemia; Shangai, 5; Hong Kong, 4; Cingapura 2. 0 Japão todo somado, 45. A Coréia do Sul, 131. Taiwan, 2.
Note que um dos argumentos para Nova York ter muitos casos seria a densidade populacional da cidade. Sem dúvida, seria um ponto válido se compararmos com Los Angeles, bem menos afetada pela pandemia. Este argumento, porém, se enfraquece quando observamos que o cenário não é distinto de Tóquio, Hong Kong e Shangai.
Sem dúvida, devemos ter cautela ao observarmos os números da China, uma ditadura que não tem transparência na divulgação de informações. Pode ser que os números em Pequim e Shangai superem as estatísticas oficiais. Mas é extremamente improvável que estejam no patamar dos de Nova York.
O fracasso na cidade se deveu acima de tudo ao passado, não só presente, se estivermos falando das últimas duas semanas. Medidas importantes foram tomadas em Nova York, como o isolamento da população. Mas estas ações foram claramente tardias. Os testes se intensificaram, mas também chegaram com atraso. Milhares de habitantes já estavam contaminados pelo novo coronavírus.
Os hospitais da cidade tampouco estavam preparados. Não há UTIs e respiradores suficientes. O governador Andrew Cuomo tenta acelerar o processo e tende a reduzir o impacto, embora ele próprio admita ser impossível impedir que falte equipamentos fundamentais para salvar vidas em alguns hospitais.
Infelizmente, o cenário pode ser mais para Bergamo do que para Cingapura. As mortes em Nova York já estão nas dezenas por dia e em breve estarão nas centenas. No fim de abril, existe o risco de o total de vítimas fatais superar as 3 mil do atentado de 11 de Setembro.
Será mais uma cicatriz para Nova York, que já superou outras adversidades no passado, como o próprio terrorismo e crises econômicas como a de 1929 e a de 2008. Difícil imaginar quando esta cidade voltará à normalidade. Não descarto um novo normal, pelo menos no médio prazo, até surgir uma nova vacina.
Mas é triste saber que Nova York, a cidade mais rica do mundo e símbolo do sucesso da maior potência da história da humanidade, não conseguirá ser o exemplo de evitar o pior desta pandemia da Covid-19.
O contraste com as grandes metrópoles asiáticas impressiona. Pequim teve 8 mortes em toda a epidemia; Shangai, 5; Hong Kong, 4; Cingapura 2. 0 Japão todo somado, 45. A Coréia do Sul, 131. Taiwan, 2.
Note que um dos argumentos para Nova York ter muitos casos seria a densidade populacional da cidade. Sem dúvida, seria um ponto válido se compararmos com Los Angeles, bem menos afetada pela pandemia. Este argumento, porém, se enfraquece quando observamos que o cenário não é distinto de Tóquio, Hong Kong e Shangai.
Sem dúvida, devemos ter cautela ao observarmos os números da China, uma ditadura que não tem transparência na divulgação de informações. Pode ser que os números em Pequim e Shangai superem as estatísticas oficiais. Mas é extremamente improvável que estejam no patamar dos de Nova York.
O fracasso na cidade se deveu acima de tudo ao passado, não só presente, se estivermos falando das últimas duas semanas. Medidas importantes foram tomadas em Nova York, como o isolamento da população. Mas estas ações foram claramente tardias. Os testes se intensificaram, mas também chegaram com atraso. Milhares de habitantes já estavam contaminados pelo novo coronavírus.
Os hospitais da cidade tampouco estavam preparados. Não há UTIs e respiradores suficientes. O governador Andrew Cuomo tenta acelerar o processo e tende a reduzir o impacto, embora ele próprio admita ser impossível impedir que falte equipamentos fundamentais para salvar vidas em alguns hospitais.
Infelizmente, o cenário pode ser mais para Bergamo do que para Cingapura. As mortes em Nova York já estão nas dezenas por dia e em breve estarão nas centenas. No fim de abril, existe o risco de o total de vítimas fatais superar as 3 mil do atentado de 11 de Setembro.
Será mais uma cicatriz para Nova York, que já superou outras adversidades no passado, como o próprio terrorismo e crises econômicas como a de 1929 e a de 2008. Difícil imaginar quando esta cidade voltará à normalidade. Não descarto um novo normal, pelo menos no médio prazo, até surgir uma nova vacina.
Mas é triste saber que Nova York, a cidade mais rica do mundo e símbolo do sucesso da maior potência da história da humanidade, não conseguirá ser o exemplo de evitar o pior desta pandemia da Covid-19.
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