Circula pelas redes sociais uma notícia que diz que a tapioca pode
matar. Não é verdade, de acordo com o pesquisador Joselito Motta, da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que faz estudos
sobre a mandioca há mais de 30 anos.
O texto em circulação diz que "a mandioca contém ácido cianídrico, que é
transformado em cianeto, um veneno mortífero, que ataca células
nervosas, causa danos nas funções dos pulmões e dos rins e,
sobremaneira, no sistema digestivo".
Motta, que é engenheiro agrônomo com mestrado em difusão de tecnologia,
explica que a informação é falsa porque o ácido é eliminado durante o
processo de fabricação da farinha de mandioca.
"A Embrapa possui uma coleção de cerca de 2.250 variedades, sendo a
maioria bravas e em torno de 300 mansas ou aipins. As variedades bravas
contêm o ácido cianídrico, princípio tóxico que é eliminado com o
processamento para o fabrico da farinha de mandioca. A fécula ou amido é
retirada de qualquer uma das variedades depois de um processamento
ainda mais completo que para o fabrico da farinha. Não existe portanto a
menor possibilidade de haver a presença de HCN - ácido cianídrico - na
tapioca, pois ele é removido com a água durante o processamento da
raiz", afirma Joselito Motta. Ele escreveu um post no Facebook para
rebater a polêmica do artigo compartilhado e reiterou o que classificou
de "absurdo" ao G1.
O artigo que circula nas redes diz que é necessário cuidado ao comprar a
goma para o preparo da tapioca, por não se saber de que forma foi
preparada.
Para o professor da Embrapa, não existe o menor risco em relação a
isso, justamente porque o ácido cianídrico é retirado nas primeiras
etapas de fabricação da farinha.
"A fécula é a última etapa do processamento da raiz da mandioca. Se a
farinha já não tem HCN, imagine a goma ou o amido, que são a alma da
farinha", diz o professor.
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