quarta-feira, 29 de março de 2017

Tapioca pode matar? Não é verdade!

Circula pelas redes sociais uma notícia que diz que a tapioca pode matar. Não é verdade, de acordo com o pesquisador Joselito Motta, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que faz estudos sobre a mandioca há mais de 30 anos.

O texto em circulação diz que "a mandioca contém ácido cianídrico, que é transformado em cianeto, um veneno mortífero, que ataca células nervosas, causa danos nas funções dos pulmões e dos rins e, sobremaneira, no sistema digestivo".

Motta, que é engenheiro agrônomo com mestrado em difusão de tecnologia, explica que a informação é falsa porque o ácido é eliminado durante o processo de fabricação da farinha de mandioca. 

"A Embrapa possui uma coleção de cerca de 2.250 variedades, sendo a maioria bravas e em torno de 300 mansas ou aipins. As variedades bravas contêm o ácido cianídrico, princípio tóxico que é eliminado com o processamento para o fabrico da farinha de mandioca. A fécula ou amido é retirada de qualquer uma das variedades depois de um processamento ainda mais completo que para o fabrico da farinha. Não existe portanto a menor possibilidade de haver a presença de HCN - ácido cianídrico - na tapioca, pois ele é removido com a água durante o processamento da raiz", afirma Joselito Motta. Ele escreveu um post no Facebook para rebater a polêmica do artigo compartilhado e reiterou o que classificou de "absurdo" ao G1.


O artigo que circula nas redes diz que é necessário cuidado ao comprar a goma para o preparo da tapioca, por não se saber de que forma foi preparada.

Para o professor da Embrapa, não existe o menor risco em relação a isso, justamente porque o ácido cianídrico é retirado nas primeiras etapas de fabricação da farinha.


"A fécula é a última etapa do processamento da raiz da mandioca. Se a farinha já não tem HCN, imagine a goma ou o amido, que são a alma da farinha", diz o professor. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.