Retomada do setor cultural
terça-feira, 21 de julho de 2020
Correio Braziliense / Opinião
ADRIANA IZELadrianaizel.df@dabr.com.br
"O primeiro a fechar e o último a voltar". Essa é a máxima do setor cultural na pandemia do novo coronavírus. As atividades que envolvem a arte e o entretenimento foram as primeiras impactadas com o isolamento social e serão as últimas a voltarem ao normal, principalmente enquanto não houver medicamentos comprovadamente eficazes contra a covid-19 e uma vacina disponível para imunizar a população.
Mesmo assim, a cultura não parou. Pelo contrário, adaptou-se de uma forma tão veloz, que, a cada dia, surgem novos meios de entretenimento em meio à quarentena. A primeira onda e, talvez, a mais forte, foram as lives. Começaram de forma despretensiosa nas redes sociais e, depois, se profissionalizaram. O Brasil, inclusive, lidera o ranking de lives com o maior número de audiência.
Depois, o formato se modificou para versões mais intimistas. Aplicativos de videoconferência tornaram-se opção por serem mais exclusivos e, também, por permitirem a cobrança de ingresso. Até então, as lives eram gratuitas, contavam com patrocínios e tinham um caráter mais solidário. A partir daí, passou a ser possível curtir uma festa e até assistir a uma peça pela tela do computador.
Mostrando que "vida é movimento", o setor, logo, buscou inovações para um público de certa forma saturado com as lives. Assim, veio a ideia de resgatar os drives-in, inicialmente no formato original para exibição de filmes, até que se transformou para comportar apresentações ao vivo. Em Brasília, há diversas iniciativas nesse sentido, que têm obtido sucesso com o público por ser uma forma de lazer fora de casa, mas ainda em segurança, com todo mundo dentro dos carros.
Há, ao menos, nove drives-in ativos no Distrito Federal hoje. Todos fazem a economia do setor cultural finalmente voltar a girar, criando empregos diretos e indiretos -- o Drive Show Brasília, por exemplo, que estreia em 14 de agosto com capacidade para 600 carros (provavelmente, a maior capacidade do Brasil), tem previsão de gerar 500 postos de trabalho --, sendo uma forma de renda para um cenário que tem expectativa de retorno apenas em 2021 devido ao grande avanço da covid-19 no Brasil.
Projetos em hotéis também já fazem parte das propostas do setor. Fora do Brasil, foram realizados eventos em barcos. Em Paris, o Rio Sena foi palco de uma sessão de cinema a céu aberto, criando mais uma ideia que pode se perpetuar mundo afora. Com vontade e necessidade de resistir, o setor cultural recria-se a cada fase da pandemia na proposta de levar lazer à sociedade, mesmo em meio a um quadro triste. Que seja com responsabilidade.
terça-feira, 21 de julho de 2020
Correio Braziliense / Opinião
ADRIANA IZELadrianaizel.df@dabr.com.br
"O primeiro a fechar e o último a voltar". Essa é a máxima do setor cultural na pandemia do novo coronavírus. As atividades que envolvem a arte e o entretenimento foram as primeiras impactadas com o isolamento social e serão as últimas a voltarem ao normal, principalmente enquanto não houver medicamentos comprovadamente eficazes contra a covid-19 e uma vacina disponível para imunizar a população.
Mesmo assim, a cultura não parou. Pelo contrário, adaptou-se de uma forma tão veloz, que, a cada dia, surgem novos meios de entretenimento em meio à quarentena. A primeira onda e, talvez, a mais forte, foram as lives. Começaram de forma despretensiosa nas redes sociais e, depois, se profissionalizaram. O Brasil, inclusive, lidera o ranking de lives com o maior número de audiência.
Depois, o formato se modificou para versões mais intimistas. Aplicativos de videoconferência tornaram-se opção por serem mais exclusivos e, também, por permitirem a cobrança de ingresso. Até então, as lives eram gratuitas, contavam com patrocínios e tinham um caráter mais solidário. A partir daí, passou a ser possível curtir uma festa e até assistir a uma peça pela tela do computador.
Mostrando que "vida é movimento", o setor, logo, buscou inovações para um público de certa forma saturado com as lives. Assim, veio a ideia de resgatar os drives-in, inicialmente no formato original para exibição de filmes, até que se transformou para comportar apresentações ao vivo. Em Brasília, há diversas iniciativas nesse sentido, que têm obtido sucesso com o público por ser uma forma de lazer fora de casa, mas ainda em segurança, com todo mundo dentro dos carros.
Há, ao menos, nove drives-in ativos no Distrito Federal hoje. Todos fazem a economia do setor cultural finalmente voltar a girar, criando empregos diretos e indiretos -- o Drive Show Brasília, por exemplo, que estreia em 14 de agosto com capacidade para 600 carros (provavelmente, a maior capacidade do Brasil), tem previsão de gerar 500 postos de trabalho --, sendo uma forma de renda para um cenário que tem expectativa de retorno apenas em 2021 devido ao grande avanço da covid-19 no Brasil.
Projetos em hotéis também já fazem parte das propostas do setor. Fora do Brasil, foram realizados eventos em barcos. Em Paris, o Rio Sena foi palco de uma sessão de cinema a céu aberto, criando mais uma ideia que pode se perpetuar mundo afora. Com vontade e necessidade de resistir, o setor cultural recria-se a cada fase da pandemia na proposta de levar lazer à sociedade, mesmo em meio a um quadro triste. Que seja com responsabilidade.
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