domingo, 3 de setembro de 2017

Encolhimento da indústria (Celso Ming)


O Estado de S. Paulo | Economia & Negócios (3/9/17)


A nova queda da atividade industrial – de 2,1% no acumulado em 12 meses – revelada nesta sexta-feira, 1, pelas Contas Nacionais (números do PIB) do segundo trimestre deste ano provavelmente não reflete a situação que estatísticas mais recentes revelam. Já se nota certa recuperação que novos dados sobre o emprego industrial também confirmam.
No entanto, mais do que lenta, essa recuperação ainda não pode ser considerada sustentável. A queda foi vertiginosa, como o gráfico ao lado está mostrando. Mais de três anos de recuo e estagnação sugerem que a indústria perdeu competitividade diante da concorrência externa, que vem incorporando tecnologia e os avanços da digitalização e da inteligência artificial.

Nessas horas, os líderes da indústria clamam por novos incentivos ou, pelo que preferem chamar, por “decisões corajosas de política industrial”. Como esta Coluna já mencionou em outra oportunidade, esses mesmos dirigentes têm boa parcela de responsabilidade pelo desastre do período Dilma. Pressionaram por sucessivos pacotes de bondades, que implicaram farta distribuição de subsídios, redução de impostos e desoneração de contribuições previdenciárias. A Fiesp, por exemplo, foi a instituição que mais batalhou pela queda artificial das tarifas de energia elétrica, que desorganizou o setor. Chegou a produzir ampla publicidade na mídia, em que comemorou o presentão do que depois virou tragédia.

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