JOSE ROBERTO MENDONÇA DE BARROS : O agronegócio ameaçado
Domingo, 28 de Junho de 2020
O Estado de S. Paulo / Economia
Cenário Político-Econômico: Colunistas
Meu primeiro artigo deste global entrou na alta finança", comentando a reunião do Fórum Econômico Mundial, realizada em Davos, neste espaço, tinha por título "O aquecimento vos, Suíça.
Nela, "Klaus Schwab, fundador do evento, distribuiu uma carta aos participantes, escrita em coautoria com os presidentes do Bank of America e da Royal DSM, na qual diz que o atual modelo econômico não é mais sustentável e que terá de mudar para incorporar, entre outras coisas, tolerância zero com a corrupção, proteção ao meio ambiente, uso ético de informações privadas e respeito aos direitos humanos em toda a cadeia de fornecedores".
Em suporte a essa visão, Larry Fink, presidente da Black Rock, gestora global de recursos, em sua influente carta anual, disse que sua empresa evitará investimentos em companhias que apresentem grandes riscos associados a sustentabilidade.
Daqui em diante, não se poderá dizer que meio ambiente é apenas objeto de manifestações da esquerda, de "onguistas" ou de europeus. Ao contrário, os maiores líderes mundiais de negócios estão dizendo que a coisa é "importante e urgente".
Entretanto, o governo federal não tomou conhecimento do que lá foi dito. Ao contrário, o ministro do Meio Ambiente continuou inteiramente dedicado a "passar a boiada" e, em consequência, o fogo e o desmatamento ilegal da Amazônia continuaram a crescer sem parar.
Não bastasse isso, ministros, como o (ex, felizmente) da Educação e o das Relações Exteriores continuaram insistindo em insultar e atacar o nosso maior cliente, a China.
Finalmente, certas lideranças do setor mantêm uma atitude agressiva e pouco construtiva de que "eles não têm alternativa, têm que comprar de nós". A propósito, seria bom lembrar que o cemitério de empresas está cheio de gente arrogante que, em algum momento, desprezou seus clientes, esquecendo que ninguém é insubstituível.
Na semana que passou, 29 grandes gestores de fundos de investimento, que administram mais de US$ 4 trilhões, enviaram carta às embaixadas do Brasil para alertar que "desenvolvimento econômico e proteção ao meio ambiente não são mutuamente excludentes ... instamos o governo do Brasil a demonstrar um compromisso claro para com a eliminação do desmatamento e a proteção dos direitos dos povos indígenas". Pedem ainda, os fundos, uma conversa com representante do Executivo.
É impossível maior clareza quanto ao risco que estamos correndo.
Importantes lideranças empresariais, ao contrário de certos ministros, também alertam para o perigo e as consequências da forma como o Brasil está lidando com a questão ambiental. Estas preocupações foram manifestadas, ainda nestes dias, pelos presidentes dos dois maiores bancos brasileiros.
O agronegócio tem sido um dos poucos segmentos a enfrentar com galhardia esta que é a maior crise do Brasil moderno. Na verdade, o faz desde a recessão de 2014/2016.
Mas a destruição da Amazônia é uma ameaça real. É inacreditável que ainda tenha gente que teima em não reconhecer este fato.
OLHO: A destruição da Amazônia é uma ameaça real e tem gente que teima em não reconhecer
Domingo, 28 de Junho de 2020
O Estado de S. Paulo / Economia
Cenário Político-Econômico: Colunistas
Meu primeiro artigo deste global entrou na alta finança", comentando a reunião do Fórum Econômico Mundial, realizada em Davos, neste espaço, tinha por título "O aquecimento vos, Suíça.
Nela, "Klaus Schwab, fundador do evento, distribuiu uma carta aos participantes, escrita em coautoria com os presidentes do Bank of America e da Royal DSM, na qual diz que o atual modelo econômico não é mais sustentável e que terá de mudar para incorporar, entre outras coisas, tolerância zero com a corrupção, proteção ao meio ambiente, uso ético de informações privadas e respeito aos direitos humanos em toda a cadeia de fornecedores".
Em suporte a essa visão, Larry Fink, presidente da Black Rock, gestora global de recursos, em sua influente carta anual, disse que sua empresa evitará investimentos em companhias que apresentem grandes riscos associados a sustentabilidade.
Daqui em diante, não se poderá dizer que meio ambiente é apenas objeto de manifestações da esquerda, de "onguistas" ou de europeus. Ao contrário, os maiores líderes mundiais de negócios estão dizendo que a coisa é "importante e urgente".
Entretanto, o governo federal não tomou conhecimento do que lá foi dito. Ao contrário, o ministro do Meio Ambiente continuou inteiramente dedicado a "passar a boiada" e, em consequência, o fogo e o desmatamento ilegal da Amazônia continuaram a crescer sem parar.
Não bastasse isso, ministros, como o (ex, felizmente) da Educação e o das Relações Exteriores continuaram insistindo em insultar e atacar o nosso maior cliente, a China.
Finalmente, certas lideranças do setor mantêm uma atitude agressiva e pouco construtiva de que "eles não têm alternativa, têm que comprar de nós". A propósito, seria bom lembrar que o cemitério de empresas está cheio de gente arrogante que, em algum momento, desprezou seus clientes, esquecendo que ninguém é insubstituível.
Na semana que passou, 29 grandes gestores de fundos de investimento, que administram mais de US$ 4 trilhões, enviaram carta às embaixadas do Brasil para alertar que "desenvolvimento econômico e proteção ao meio ambiente não são mutuamente excludentes ... instamos o governo do Brasil a demonstrar um compromisso claro para com a eliminação do desmatamento e a proteção dos direitos dos povos indígenas". Pedem ainda, os fundos, uma conversa com representante do Executivo.
É impossível maior clareza quanto ao risco que estamos correndo.
Importantes lideranças empresariais, ao contrário de certos ministros, também alertam para o perigo e as consequências da forma como o Brasil está lidando com a questão ambiental. Estas preocupações foram manifestadas, ainda nestes dias, pelos presidentes dos dois maiores bancos brasileiros.
O agronegócio tem sido um dos poucos segmentos a enfrentar com galhardia esta que é a maior crise do Brasil moderno. Na verdade, o faz desde a recessão de 2014/2016.
Mas a destruição da Amazônia é uma ameaça real. É inacreditável que ainda tenha gente que teima em não reconhecer este fato.
OLHO: A destruição da Amazônia é uma ameaça real e tem gente que teima em não reconhecer
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