Mercado hesita em prever IPCA na meta, indica Focus
Ana Conceição - VALOR ECONÔMICO -SP (03/01/2017)
As expectativas dos participantes do mercado para a inflação em 2017 têm custado a cair, mas é crescente, embora ainda pequena, a fatia daqueles que esperam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue à meta de 4,5% neste ano, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central, no boletim Focus. O boletim, com base nas expectativas da semana terminada em 30 de dezembro, mostrou que a mediana das projeções para o IPCA em 2017 subiu de 4,85% para 4,87%, após ter registrado queda de 0,05 ponto percentual na semana anterior. Foi a primeira alta desde o fim de agosto, quando saiu de 5,12% para 5,14%. Desde então, a previsão oscilou entre períodos de queda e de estabilidade. A projeção para 12 meses também subiu, de 4,77% para 4,80%.
Desta forma, ao menos no momento, as expectativas do mercado ainda não convergem à meta perseguida pela autoridade monetária para 2017. Isso pode ser visto de forma mais clara em outro material do BC que mostra a distribuição da frequência das expectativas de inflação no Focus.
Apenas 10% dos participantes da pesquisa esperam que o IPCA chegue à meta este ano. Essa parcela, contudo, é crescente. A proporção era de 5% em 31 de outubro, continuou neste patamar um mês depois, em novembro, e cresceu para 10% em 30 de dezembro.
Foi justamente entre novembro e dezembro que a inflação surpreendeu positivamente. Nesse período, o IBGE divulgou o IPCA mais baixo para o mês de novembro desde 1998, de 0,18% e, depois, o IPCA-15 mais baixo para meses de dezembro também desde 1998, de 0,19%.
Esses resultados contribuíram para jogar as expectativas de inflação de 2016 para baixo do teto da meta, de 6,5% - no Focus de ontem a mediana caiu para 6,38% - e também amenizaram as previsões para 2017, mas com menos força.
Os gráficos de distribuição de frequência indicam que a parcela dos que estimam o IPCA em torno de 5,1% ainda predomina, embora tenha caído. Entre o fim de outubro e o de novembro, pouco mais de 45% esperavam a inflação nesse nível, fatia que em 30 de dezembro foi reduzida para 40%.
Vale lembrar que no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em 22 de dezembro, o BC manteve a projeção de um IPCA de 4,4% neste ano, mas pressupondo uma Selic em 13,75%, nível atual, e um câmbio de R$ 3,40. A questão é que a Selic deve cair para algo em torno de 10% a 10,25% até o fim deste ano, segundo as projeções do mercado. E, em um cenário como esse, a inflação cairia a 4,7% em 2017 e 4,5% em 2018, segundo o RTI.
Como a data de corte do RTI foi 9 de dezembro, o relatório não levou em conta o IPCA-15 de dezembro, que, para alguns analistas, poderia ter marcado a inflexão entre o período de inflação resistente à atividade econômica para outro em que responde mais fortemente à recessão. Para o mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) levou um tombo de 3,49% no ano passado e deve crescer apenas 0,50% em 2017, segundo o último Focus.
Desta forma, ao menos no momento, as expectativas do mercado ainda não convergem à meta perseguida pela autoridade monetária para 2017. Isso pode ser visto de forma mais clara em outro material do BC que mostra a distribuição da frequência das expectativas de inflação no Focus.
Apenas 10% dos participantes da pesquisa esperam que o IPCA chegue à meta este ano. Essa parcela, contudo, é crescente. A proporção era de 5% em 31 de outubro, continuou neste patamar um mês depois, em novembro, e cresceu para 10% em 30 de dezembro.
Foi justamente entre novembro e dezembro que a inflação surpreendeu positivamente. Nesse período, o IBGE divulgou o IPCA mais baixo para o mês de novembro desde 1998, de 0,18% e, depois, o IPCA-15 mais baixo para meses de dezembro também desde 1998, de 0,19%.
Esses resultados contribuíram para jogar as expectativas de inflação de 2016 para baixo do teto da meta, de 6,5% - no Focus de ontem a mediana caiu para 6,38% - e também amenizaram as previsões para 2017, mas com menos força.
Os gráficos de distribuição de frequência indicam que a parcela dos que estimam o IPCA em torno de 5,1% ainda predomina, embora tenha caído. Entre o fim de outubro e o de novembro, pouco mais de 45% esperavam a inflação nesse nível, fatia que em 30 de dezembro foi reduzida para 40%.
Vale lembrar que no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em 22 de dezembro, o BC manteve a projeção de um IPCA de 4,4% neste ano, mas pressupondo uma Selic em 13,75%, nível atual, e um câmbio de R$ 3,40. A questão é que a Selic deve cair para algo em torno de 10% a 10,25% até o fim deste ano, segundo as projeções do mercado. E, em um cenário como esse, a inflação cairia a 4,7% em 2017 e 4,5% em 2018, segundo o RTI.
Como a data de corte do RTI foi 9 de dezembro, o relatório não levou em conta o IPCA-15 de dezembro, que, para alguns analistas, poderia ter marcado a inflexão entre o período de inflação resistente à atividade econômica para outro em que responde mais fortemente à recessão. Para o mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) levou um tombo de 3,49% no ano passado e deve crescer apenas 0,50% em 2017, segundo o último Focus.
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