Apesar do choque inicial com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, para a maioria dos economistas ouvidos pelo Valor o efeito para o Brasil deve ficar circunscrito às oscilações no mercado de câmbio, especialmente se o Federal Reserve aumentar juros mais rapidamente para fazer frente aos estímulos fiscais prometidos pela equipe do presidente eleito. Para o Investimento Direto no País (IDP) dos EUA destinado à economia brasileira, avalia Andrea Damico, economista do Bradesco, o efeito esperado é limitado. O Brasil, diz ela, não deve ser um alvo preferencial de Trump porque diferentemente do México, o país não tem maquiladoras. "Não produzimos para reexportar para os Estados Unidos, é uma situação diferente da mexicana", afirma ela. Além disso, diz, mais da metade dos investimentos estrangeiros para o Brasil vêm da Europa, enquanto os Estados Unidos representam uma parcela de cerca de 13% do total.
Para ela, o principal risco trazido pela eleição de Trump para o Brasil é um potencial maior de desvalorização do real em relação ao dólar, em função das dúvidas sobre o ritmo de normalização da política monetária no país. Por enquanto, o banco projeta três altas de juros nos Estados Unidos em 2017, mas não descarta uma quarta elevação caso as políticas de estímulo fiscal prometidas durante a campanha sejam de fato implementadas e pressionem a inflação.
José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, considera difícil que a taxa de câmbio se sustente no atual patamar, em torno de R$ 3,25, em parte por causa do aumento da incerteza no cenário externo. "Em caso de dúvida, o Fomc [Federal Open Market Comittee, o Copom americano] sobe os juros", diz ele. O banco estima taxa de câmbio de R$ 3,60 ao fim do ano.
Para a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), porém, o efeito de Trump sobre os investimentos estrangeiros diretos do país para o Brasil não serão desprezíveis.
Em estudo sobre o assunto, a entidade lembra que, em 2005, o investimento americano caiu para apenas US$ 15 bilhões, em função da assinatura do "Homeland Investment Act" pelo ex-presi- dente George W. Bush. A medida permitiu às empresas americanas repatriarem rendimentos de suas filiais fora do país com alíquota de tributação reduzida de 35% para 5,25%. Para efeito de comparação, em 2015 as empresas americanas investiram US$ 303 bilhões fora do país.
Para Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet, as medidas sinalizadas durante o período de campanha indicam uma postura até mais incisiva de Donald Trump. Na semana passada, o presidente eleito ameaçou taxar a produção mexicana da General Motors, o que levou a Ford a cancelar uma nova fábrica no país, no valor de US$ 1,6 bilhão. Em vez disso, a empresa investirá na expansão de uma fábrica já existente nos EUA, em Michigan. "Fica bem claro qual vai ser a postura nessa área", afirma.
Lima considera difícil que os investimentos americanos sejam substituídos pelos chineses. Levando em conta o último censo de capitais divulgado pelo Banco Central, o estoque de aportes dos Estados Unidos era bastante diversificado, abrangendo comércio, indústria e serviços, enquanto os projetos chineses são bem mais direcionados para o setor extrativo.
Para ela, o principal risco trazido pela eleição de Trump para o Brasil é um potencial maior de desvalorização do real em relação ao dólar, em função das dúvidas sobre o ritmo de normalização da política monetária no país. Por enquanto, o banco projeta três altas de juros nos Estados Unidos em 2017, mas não descarta uma quarta elevação caso as políticas de estímulo fiscal prometidas durante a campanha sejam de fato implementadas e pressionem a inflação.
José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, considera difícil que a taxa de câmbio se sustente no atual patamar, em torno de R$ 3,25, em parte por causa do aumento da incerteza no cenário externo. "Em caso de dúvida, o Fomc [Federal Open Market Comittee, o Copom americano] sobe os juros", diz ele. O banco estima taxa de câmbio de R$ 3,60 ao fim do ano.
Para a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), porém, o efeito de Trump sobre os investimentos estrangeiros diretos do país para o Brasil não serão desprezíveis.
Em estudo sobre o assunto, a entidade lembra que, em 2005, o investimento americano caiu para apenas US$ 15 bilhões, em função da assinatura do "Homeland Investment Act" pelo ex-presi- dente George W. Bush. A medida permitiu às empresas americanas repatriarem rendimentos de suas filiais fora do país com alíquota de tributação reduzida de 35% para 5,25%. Para efeito de comparação, em 2015 as empresas americanas investiram US$ 303 bilhões fora do país.
Para Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet, as medidas sinalizadas durante o período de campanha indicam uma postura até mais incisiva de Donald Trump. Na semana passada, o presidente eleito ameaçou taxar a produção mexicana da General Motors, o que levou a Ford a cancelar uma nova fábrica no país, no valor de US$ 1,6 bilhão. Em vez disso, a empresa investirá na expansão de uma fábrica já existente nos EUA, em Michigan. "Fica bem claro qual vai ser a postura nessa área", afirma.
Lima considera difícil que os investimentos americanos sejam substituídos pelos chineses. Levando em conta o último censo de capitais divulgado pelo Banco Central, o estoque de aportes dos Estados Unidos era bastante diversificado, abrangendo comércio, indústria e serviços, enquanto os projetos chineses são bem mais direcionados para o setor extrativo.
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